É o Brasa!

Rebeca Andrade fatura a prata para o Brasil no mundial de ginástica

Brasileira fica atrás apenas de Simone Biles, que faturou o hexacampeonato; Flávia Saraiva termina final do individual geral na 15ª colocação

Rebeca Andrade ficou com a medalha de prata no individual geral do mundial de ginástica artística       -  (crédito: KENZO TRIBOUILLARD/AFP)
Rebeca Andrade ficou com a medalha de prata no individual geral do mundial de ginástica artística - (crédito: KENZO TRIBOUILLARD/AFP)
postado em 06/10/2023 17:16 / atualizado em 06/10/2023 18:36

Rebeca Andrade do Brasil! Com mais uma atuação de gala, a ginasta verde-amarela faturou a medalha de prata na prova individual geral do Mundial de Ginástica Artística e se estabeleceu de vez entre as melhores do mundo. Com brilho em todos os principais equipamentos da modalidade, a brasileira ficou atrás apenas de Simone Biles, dos Estados Unidos, que faturou o hexa. O pódio foi completado por outra americana, a jovem de 16 anos Shilese Jones, e compôs o primeiro palanque com apenas mulheres negras na modalidade.

A conquista veio só nas últimas apresentações da quarta rotação. Rebeca chegou para a disputa do solo em terceiro, mas conquistou um notão de 14.066 e ultrapassou Jones (13.400). Da plateia, a paulistana foi espectadora de luxo do show de Biles, que, mesmo tropeçando, conseguiu a avaliação necessária para garantir o primeiro lugar. No topo do pódio, a estadunidense coroou o retorno às principais competições da ginástica após dois anos afastada. No choque de estrelas, as duas ficaram com os dois postos mais altos, uma complementando o brilho da outra.

Com a conquista, a tupiniquim estendeu a já recheada lista de conquistas no torneio. Contando as disputas dos mundiais de Liverpool 2022 e Kitakyushu, a atleta agora soma seis medalhas, uma em cada aparelho, além de ouros no individual geral e por equipes. O número a credencia como a maior vencedora do país na história da competição, superando Diego Hypólito. Parceira de Andrade na seleção, Flávia Saraiva terminou em 15º após ter a performance prejudicada por uma queda nas barras assimétricas.

As brasileiras ainda podem somar mais conquistas à bagagem. No sábado (7/10), Rebeca estará nas finais do salto, novamente contra Biles. Já no domingo (8/10), ela marca presença na decisão da trave e do solo – a última com a companhia de Flavinha. No mesmo dia, Arthur Nory briga por um pódio nas barras fixas. Agora o Brasil já ostenta duas pratas no Mundial, com a de Andrade no individual geral e do composto feminino em equipes.

A construção do resultado

A primeira rotação do pelotão com a dupla brasileira e estadunidense começou no salto para já esquentar a briga. Rebeca cravou 14.700 em um cheng alto, mas deu um passo para o lado na aterrissagem. Biles fez a mesma acrobacia, mas cravou a chegada e ficou com 15.100. A dupla só ficou atrás da argelina Kaylia Nemour, que anotou 15.200 nas barras assimétricas.

Na etapa seguinte, quando o grupo de favoritas seguiu para as barras, a brasileira apostou em uma série menos complicada e executou tudo com precisão. Os 14.500 pontos na avaliação dos jurados foram suficientes para superar Simone, que fez 14.333. O resultado não bastou para tomar o primeiro lugar, mas levou a paulista à segunda posição, atrás apenas da estadunidense. Outra esperança de medalha tupiniquim, Flavinha viu o sonho ficar mais distante quando caiu no primeiro giro no aparelho, recebeu apenas 12.633 e caiu para a 11ª posição geral.

Na trave, a dianteira ficou maior para a heptacampeã. Com uma apresentação difícil, Biles fez 14.433 contra 13.500 da atleta do Flamengo. Como Shilese Jones cravou a série e tirou 14.066, a brasileira caiu para o terceiro lugar. Já Saraiva conseguiu se recuperar da queda e fez 14.033 para subir até a oitava colocação.

Na decisiva quarta rotação, as favoritas partiram para o solo. Flávia sofreu uma nova queda e fechou com apenas 12.200. Depois dela, Rebeca deu show ao som de Beyoncé e Anitta para somar 14.066. Apesar de perder três décimos por ter pisado fora do tablado, a nota credenciava ela a ficar no páreo pelo pódio, mas precisava ligar o secador contra as americanas. Com Shilese Jones deu certo. A jovem fez apenas 13.400 e ficou com o bronze, enquanto a brasileira tinha a prata garantida. Para fechar a prova, Biles dependia apenas de uma performance simples, mas ela quis arrasar e cravou 14.533 para confirmar o hexa mundial.

Com o resultado final, foi a primeira vez que Rebeca e Simone compartilharam um pódio na ginástica. Com as duas saudáveis rumo às Olimpíadas de Paris 2024, a cena tende a ficar cada vez mais comum.

*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima

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