Neste domingo (1º/10), às 16h, contra o Santos, na Vila Belmiro, o Vasco vai completar o 11º jogo com o técnico Ramón Díaz. Apesar da grande rotatividade de técnicos no futebol nacional, o recorte é pequeno. No entanto, representa uma mudança de cenário do clube não só na briga contra o rebaixamento na Série A do Campeonato Brasileiro, mas também de postura dentro dos gramados do país.
Com o treinador argentino, o Vasco ostenta a segunda melhor campanha do segundo turno do Brasileirão. Em cinco jogos, foram três vitórias, um empate e uma derrota. Em termos de pontos, os 10 somados pelo Cruzmaltino ficam atrás apenas dos 12 contabilizados pelo Fortaleza no mesmo recorte. O desempenho culminou na saída do time carioca da zona de rebaixamento da competição nacional.
A era Ramón Díaz, porém, também significou mudanças táticas importantes para impulsionar a reação do Gigante da Colina na Série A. Durante a passagem de Maurício Barbieri, o Vasco se acostumou a jogar em um 4-3-3 ofensivo. O técnico argentino não tirou o padrão do antigo dono efetivo do cargo (William Batista foi interino). Entretanto, instituiu modelos como o 4-5-1 no repertório vascaíno de atuações.
O Vasco também atravessou uma evolução da qualidade das peças de elenco na janela de transferências do meio de ano. O time titular da partida de demissão de Barbieri (a derrota para o Goiás, por 1 x 0, em São Januário) é bem diferente quando comparado ao utilizado por Ramón na partida do adeus da zona de rebaixamento do Brasileirão (a vitória contra o América, por 1 x 0, no Independência).
No sistema defensivo, o principal ganhou foi a entrada de Medel. O posicionamento do chileno, porém, é um dos trunfos de Ramón Díaz. Volante de origem, o camisa 17 se destaca atuando como zagueiro e formando dupla com Léo. No meio, apenas Zé Gabriel manteve a vaga. Paulinho e Praxedes, hoje, ostentam as vagas de titulares no setor nas últimas partidas do Vasco no Brasileirão.
O ataque foi 100% renovado. Maurício Barbieri caiu com Alex Teixeira, Rayan e Pedro Raul como opções para o toque final das jogadas ofensivas. Atualmente, o papel é de Payet, Rossi e Vegetti. O trio exemplifica outro fator muito importante da retomada vascaína: a soma de forças em um elenco bastante fragilizado nas partidas de largada da Série A do Campeonato Brasileiro.
As contratações de Vegetti, Payet, Rossi, Paulinho e Medel, todos titulares nas últimas partidas do Vasco na competição nacional, são detalhes importantes da retomada até a saída da zona de rebaixamento. O atacante argentino agregou gols, enquanto francês trouxe qualidade e o brasileiro adicionou conhecimento do clube à mistura bem-sucedida comandada por Ramón Díaz.
A missão do Vasco no Campeonato Brasileiro ainda não está cumprida. Mesmo respirando fora da zona de rebaixamento, o Cruzmaltino ainda tem um longo caminho até eliminar todas as chances de voltar à Série B. Ramón Díaz injetou animação no clube ao rechaçar, de forma veemente, e publicamente qualquer chance de queda. O desempenho nas últimas partidas sob o comando do argentino também é motivo de sobra para a torcida acreditar.
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