Decisões tomadas pela gestão de Duílio Monteiro Alves mostram que o passado do Corinthians é, além de uma bandeira, um escudo para presente e futuro. Responsável por repatriar jogadores consagrados com a camisa alvinegra, ontem, o presidente do segundo clube mais popular do país voltou algumas casas no tabuleiro do jogo das quatro linhas ao anunciar Mano Menezes como treinador até dezembro de 2025.
Mano era a bola de segurança corintiana após a demissão de Vanderlei Luxemburgo. A prioridade, porém, era de outro. Próximo de acerto com o Flamengo, Tite foi procurado pelos cartolas do Parque São Jorge. As conversas, porém, não evoluíram e levaram Duílio e equipe a recorrerem ao mentor das conquistas da Série B do Campeonato Brasileiro de 2008 e da Copa do Brasil de 2019.
Após escolhas questionadas pela torcida, como a efetivação de Fernando Lázaro em novembro; a contratação de Cuca e, posteriormente, a de Luxemburgo, pesou ao dono da caneta alvinegra procurar por alguém que conhecesse bem a estrutura, rotina e tivesse identificação com o clube. A ideia da diretoria com Mano é que o clube resgate a identidade de solidez defensiva, aprimore o setor ofensivo e evolua no desenrolar desta temporada e alcance patamares maiores em 2024.
"Como é a terceira vez que a gente inicia uma relação, acho que temos alguma coisa muito boa deixada para trás e que pode dar a garantia ao torcedor de que ele verá uma equipe como gosta, com as características das equipes que dirijo e do Corinthians de lá trás. É para sermos fortes e termos o torcedor ao nosso lado para voltarmos a viver dias vitoriosos", disse Mano após o primeiro treino no CT Dr. Joaquim Grava.
Na prática, a negociação com Mano Menezes correu de maneira simples e rápida. No entanto, alguns conselheiros precisam mudar o pensamento de Duílio a respeito do ex-colorado. Entre eles, o ex-chefe Andrés Sanchez e o atual candidato da chapa ao cargo nas eleições de 25 de novembro, André Negão. Duílio deixou claro, desde o início da gestão, que não trabalharia com o gaúcho. Alegou que as filosofias distintas não batiam.
"Não tenho nada contra o Mano, já convivi, trabalhei e gosto dele. Só acho que a forma dele de trabalhar é diferente do meu jeito como pessoa, o jeito de lidar no dia a dia, só isso. Mas o Mano é um excelente treinador, sabe montar time", ressaltou em uma das ocasiões.
Modus operandi
A Era Mano está oficialmente restabelecida. É a terceira passagem dele pela Zona Leste da capital paulista. Comandou o clube de 2008 a 2010 e em 2014. No total, foram 248 partidas com a prancheta alvinegra. Está no pódio dos técnicos mais longevos do Corinthians e fica atrás somente de Oswaldo Brandão (435) e Tite (378). No novo período à frente do Timão, reencontrará alguns boleiros conhecidos.
Dos 31 jogadores do atual elenco, sete trabalharam com ele no clube: o goleiro Cássio, os laterais Fábio Santos e Fagner, o zagueiro Gil, o meia Renato Augusto e o atacante paraguaio Ángel Romero. O volante Paulinho também entra na lista, mas não atua mais em 2023, devido a uma lesão. Giuliano trabalhou com Mano Menezes por um período na Seleção Brasileira, em 2010. O uruguaio Bruno Méndez foi comandado pelo gaúcho de 61 anos recentemente no Internacional.
Seja pela escolha por Mano ou pela presença dos medalhões corintianos, fica evidente a preferência dos dirigentes do Corinthians por figuras conhecidas. As escolhas são preferencialmente pautadas para minimizar erros. Nos bastidores, costuma-se pesar a identificação. Afinal, uma torcida com 30 milhões de torcedores tende a ser exigente. Contratações recentes comprovam isso. Das 20 transações concluídas na gestão Duílio, seis envolveram atletas com vínculo afetivo com o clube.
Revelado pelo Corinthians em 2006, William foi uma das principais apostas em 2021. Não vingou e saiu pela porta dos fundos após ameaças sofridas pela própria torcida. A negociação com Renato Augusto seguiu princípio parecido. Campeão do Brasileirão de 2015 pelo clube, retornou em julho de 2021 com status de craque e salvador da pátria. Hoje, ainda que aos trancos e barrancos devido aos problemas físicos, colabora.
Houve quem também não correspondesse, como o zagueiro Balbuena. O volante Maycon é irregular, mas figura ativa no time titular. No ano passado, Duílio e companhia repatriaram o paraguaio com esperanças de atuações dignas do hepta nacional em 2017. A missão falhou e o xerife deu adeus em junho.
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