BASQUETE

Alemanha e Sérvia definem título da Copa do Mundo de Basquete

Pela Sérvia, Svetislav Pesic joga decisão da Copa do Mundo contra a rival íntima Alemanha. Técnico tem retrospecto de títulos na direção dos dois países

Finalistas da Copa do Mundo de basquete, Sérvia e Alemanha possuem algo em comum além de marcarem presença na decisão: vencer sob a batuta de Svetislav Pesic. O atual comandante sérvio foi responsável por conquistas históricas para os dois lados e será um personagem importante na final do mundial, marcada para este domingo (10/9), às 9h40, na MOA Arena, em Manilla, Filipinas. A transmissão na TV será na ESPN e para streaming no Star+.

Como jogador, Pesic fez a carreira em clubes da extinta Iugoslávia, onde foi campeão da EuroLiga em 1979 pelo Bosna — da atual Bósnia e Herzegovina. Três anos depois, começou a servir como técnico do time, cargo que ocupou até 1987 antes de assumir a seleção da Alemanha. No comando dos germânicos, levou o país ao primeiro e único título do EuroBasket — principal competição europeia de seleções —, em 1993.

"A minha memória do basquete alemão é sempre positiva. Dei o meu melhor tempo como treinador lá. Eu me tornei um treinador, digamos, neste nível, na Alemanha, o que significa que todas as pessoas são meus amigos. Tenho tantos amigos na federação alemã de basquete e todos os jogadores que conhecemos", ressaltou Pesic, em entrevista coletiva antes da final.

Na virada do século, voltou à Iugoslávia e foi o treinador da equipe nacional campeã da Copa do Mundo de 2002, liderada por Predrag Stojakovic. Após garantir mais um ouro para o currículo, ele pediu licença do time e voltou a focar apenas no basquete de clubes. Quase duas décadas se passaram até o novo convite para voltar ao posto e, em 2021, Svetislav retornou ao cargo.

Aos 74 anos, ele montou a seleção da Sérvia — herdeira iugoslava e das respectivas conquistas do país — que briga para voltar a ser campeã mundial e se isolar como a maior vencedora do torneio. Para o enredo da vez, o adversário não poderia ser diferente: a Alemanha.

Do outro lado, os alemães são comandados por Gordie Herbert e fizeram história na semifinal ao eliminar os poderosos Estados Unidos. O desempenho atual já é o melhor do país na Copa do Mundo, superando o terceiro lugar alcançado em 2002. Certamente, a prata não vai ser o resultado satisfatório. O grupo com Dennis Schroeder e os irmãos Franz e Moritz Wagner quer o ouro.

“A forma que jogamos juntos e continuamos unidos quando as coisas ficaram difíceis, nós também tivemos jogadores que fizeram grandes jogadas. Falta apenas um. Vamos aproveitar o triunfo na semifinal, mas já precisamos estar prontos para domingo. Conversamos sobre isso nos vestiários. Foi uma grande vitória contra, mas ainda não chegamos lá. Esses jogadores querem ganhar o ouro”, disse Herbert à FIBA.

Enquanto isso, os sérvios confiam nas táticas de Pesic para repetir o feito da Iugoslávia em 2002 e ficar no topo do basquete mundial. Para isso, as referências dentro de quadra são Bogdan Bogdanovic, terceiro maior pontuador da Copa, o gigante Nikola Milutinov e o jovem Nikola Jovic.

“A defesa começa com nossos armadores e se torna uma reação em cadeia para o restante do time. Se apenas um errar, tudo desmorona. Os caras mais altos tem muita confiança nos nossos armadores e na pressão que eles fazem na bola, então o restante do time dá a eles muita confiança. É por isso que estamos confiantes”, disse o treinador sérvio sobre os comandados.

"As duas equipes merecem estar na final. Demonstraram basquete coletivo. Temos grande respeito pelo time alemão em geral. A qualidade mais importante deles é a continuidade. É um time de uma geração e eles jogam juntos de maneira excelente. Eles se manifestam mais uma vez aqui em Manila", analisou o treinador sérvio.

As seleções medem forças no domingo e, independente do resultado, já é certo que farão história. Se der Sérvia, se isolam como a maior campeã mundial, com seis canecos. Caso a Alemanha triunfe, o seleto grupo de vencedores vai aumentar para sete. Aconteça o que acontecer, Svetislav Pesic pode ter motivos para sorrir.

*Estagiário sob a supervisão de Danilo Queiroz