Enviado Especial a Belém — Fernando Diniz queria muito contar com Lucas Paquetá. O técnico considera o estilo do jogador do West Ham fundamental para a aplicação dos conceitos dele na Seleção Brasileira. Impedido de convocá-lo depois das suspeitas de participação do meia em um suposto esquema de manipulação de resultados, o treinador recorreu a Raphael Veiga, um velho conhecido dele dos tempos de Audax e Athletico-PR. Em uma adaptação ao que faz no Fluminense, podemos dizer que o maestro do Palmeiras virou o candidato a "Paulo Henrique Ganso" do Brasil. Ausente em Belém, o paraense é quem dá ritmo à máquina tricolor de Diniz.
Convocado por Ramon Menezes nos amistosos contra Marrocos, Guiné e Senegal, Veiga é um dos quatro convocados em atividade no futebol brasileiro. Está claramente em desvantagem em relação aos "europeus", mas o brilho nos olhos dele é perceptível no cara a cada da entrevista coletiva. Veiga tem paciência de Jó para driblar os concorrentes e mostrar capacidade na hora certa.
"Meu pensamento é fazer da melhor maneira possível o que me pedirem, independentemente de onde eu entrar, quando entrar, com quem eu jogar. Meu compromisso é comigo mesmo de dar o meu melhor", disse na entrevista coletiva desta quarta-feira na sala de conferências do Mangueirão, em Belém, depois do último treino antes da estreia do Brasil nas Eliminatória contra a Bolívia nesta sexta-feira, às 21h45, na capital paraense.
Há uma incógnita na escalação: Neymar será meia como na Copa ou atuará aberto na esquerda por causa da ausência de Vinicius Junior. A montagem do quebra-cabeça pode influenciar diretamente na escalação ou não de Raphael Veiga.
Preterido na Era Tite, Raphael Veiga inicia o ciclo para 2026 fortalecido. Esteve nas listas contra Marrocos, Guiné e Senegal. Certo ou por linhas tortas, começa a Era Fernando Diniz no grupo. "A expectativa é muito boa para, a cada convocação, conquistar meu espaço cada vez mais para voltar mais vezes", planeja um dos porta-vozes do estilo de jogo do treinador.
Como mostrou matéria publicada no Correio Braziliense, Veiga é um dos sete jogadores de linha que trabalharam com Diniz em clubes. "O pessoal que trabalhou com ele estava conversando e brincando o que já passamos com ele, situações até engraçadas. Eu, Bruno, André, Nino... Eu trabalhei com ele quando tinha 16 ou 17 anos no Audax, depois tive oportunidade de trabalhar com ele no Athletico. Nesse tempo, ele mudou bastante, eu mudei bastante. A diferença é que antes eu tomava muita bronca, agora tomo menos (risos)", brincou.