Não foi um dérbi de grandes emoções, tampouco o empate foi bom para Corinthians e Palmeiras na Neo Química Arena, em São Paulo, neste domingo, pela 22ª rodada do Brasileirão. O 0 x 0 deu aos rivais um ponto, mantendo os corintianos próximos da zona de rebaixamento e tirando dos palmeirenses a chance de encurtar a diferença para o líder Botafogo, que perdeu no sábado para o Flamengo.
No momento, dez pontos separam Palmeiras e Botafogo. O líder soma 51 pontos, contra 41 do time alviverde. O Corinthians tem 26 pontos e segue na metade inferior da classificação do Campeonato Brasileiro.
Mas foi um jogo de "milagres". Cássio salvou o Corinthians aos 48 minutos do segundo tempo, com defesa em chute de Breno Lopes após contra-ataque. O atacante estava cara a cara com o goleiro. No primeiro tempo, Weverton já havia impedido gol da mesma forma de Maycon, com defesa tão importante quanto. Os dois goleiros foram os responsáveis pela falta de gols. Para os números do confronto paulista, agora são seis empates. No Paulistão, os rivais também empataram, mas por 2 x 2.
O Palmeiras ficou com a bola a maior parte do tempo nos primeiros 45 minutos. Fez o que quis no meio-campo e na defesa do Corinthians, pela direita, pelo meio e pela esquerda, onde foi parar Artur sem Dudu, machucado. Mas foi dos donos da casa a melhor e mais clara chance de gol, num contra-ataque aos 44 minutos depois de o time de Abel Ferreira martelar o tempo todo. Só não foi gol porque Maycon bateu em cima de Weverton. A jogada foi puxada por Yuri Alberto pela direita com passe para o companheiro de frente. Era só escolher o lado. Maycon chutou nas pernas do goleiro do Palmeiras.
Nem de longe essa jogada explica o que foi o jogo. Com 15 minutos de bola rolando, o Palmeiras tinha 74% de passe de bola. Esse número caiu um pouco, mas sempre esteve do lado do visitante. O ritmo só foi interrompido quando uma pipa ameaçou cair no estádio. Ela tinha o número 51 estampado no papel. A torcida do Corinthians, única em Itaquera, provocou com a data de 1951, que o Palmeiras alega ter conquistado seu Mundial. "Sem Mundial, sem Mundial", cantaram os corintianos.
O Corinthians teve pouco ataque. Yuri Alberto fazia o pivô no meio-campo para a passagem do ponta Wesley, que deu trabalho para Marcos Rocha. Era a melhor jogada do time de Luxemburgo. Rojas tinha de marcar na direita. Estava amarrado. O Palmeiras tinha a bola e o meio de campo, mas era bem marcado quando se aproximava da área rival, sempre com o abafa triplo. Gil teve muito trabalho com Rony. As bolas levantadas na área foram muitas, mas sem perigo. Uma delas, aos 23, em cabeçada de Gómez, assustou.
O Corinthians voltou melhor para o segundo tempo, ao menos com mais vontade de atacar. Com isso também deu mais espaço para o Palmeiras. O jogo já era mais equilibrado, truncado ainda. Não havia erros e a dedicação era dos dois lados. Aos 18, sozinho, Yuri Alberto avançou e esquentou o goleiro do Palmeiras. Weverton fez mais uma boa defesa, trabalhando mais do que seu colega Cássio.
O jogo ficou mais franco, com arremates dos dois lados. Também esfriou um pouco com as trocas dos treinadores. Aos 35, a impressão que o torcedor tinha era que o empate sem gol estava de bom tamanho para os dois lados. O importante era não perder para o maior rival. Mas a verdade é que o ponto isolado que Corinthians e Palmeiras somaram não foi bom para nenhum deles.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 0
Cássio; Bruno Méndez, Gil, Veríssimo e Fábio Santos (Bidu); Maycon, Gabriel Moscardo (Fausto Vera), Giuliano (Ruan) e Rojas (Mosquito); Wesley (Romero) e Yuri Alberto.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
PALMEIRAS 0
Weverton; Marcos Rocha (Breno Lopes), Gómez, Murillo e Piquerez; Zé Rafael, Gabriel Menino (Richard Ríos) e Raphael Veiga; Maike, Rony e Artur.
Técnico: Abel Ferreira.
Cartões amarelos: Zé Rafael, Gustavo Gómez, Lucas Veríssimo.
Cartões vermelhos: Murilo e Maycon.
Árbitro: Anderson Daronco (RS).
Renda: R$ 2.892.111,00.
Público: 44.371 pagantes.
Estádio: Neo Química Arena, em São Paulo (SP)