O duelo brasileiro de hoje, no Maracanã, entre Fluminense e Internacional para enfrentar Palmeiras ou Boca Juniors na final da Libertadores, passa por uma rivalidade sul-americana nos ataques. Da Argentina, Germán Cano é o homem gol de Fernando Diniz no Tricolor. Empilha gols pelo Brasil há quatro anos e é o artilheiro isolado do torneio continental com nove — dois a mais que o eliminado Paulinho do Atlético-MG. Do Equador, Enner Valencia virou o protagonista do time colorado de Eduardo Coudet. O responsável por quatro das seis bolas na rede no mata-mata em menos de três meses no Beira-Rio.
Se hoje eles dividem o palco na semifinal do principal campeonato da América do Sul, a carreira dos trintões teve trilhos distintos. Aos 35 anos, Cano se encontrou no futebol verde-amarelo após anos pulando de país em país. A vida cigana começou no Lanús, passou por Chacarita Jrs. e Colón, ainda na Argentina; foi para os colombianos Deportivo Pereira e Independiente Medellín; o paraguaio Nacional; e depois os mexicanos Pachuca e Leon, antes de parar no Vasco. Trocou São Januário pelas Laranjeiras e caminha para se tornar ídolo do Fluminense.
Aos 33, Valencia voltou à América do Sul pela primeira vez desde quando surgiu no Emelec, em 2010. Também desfilou nos gramados do México por Pachuca e Tigres, e se aventurou na Europa. Jogou a Premier League nas cores de West Ham e Everton, mas teve desempenho apagado e foi brilhar, de fato, quando desembarcou na Turquia para atuar pelo Fenerbahçe. Deixou o gigante de Istambul após 116 jogos, 59 gols e 17 assistências para fazer história com a camisa do Internacional.
As trajetórias diferentes encontram semelhança quando o assunto é bola na rede. A dupla ostenta 14 prêmios de artilharia. Cano leva ampla vantagem com 10 no total. Ele foi o principal goleador em seis edições do Campeonato Colombiano, uma vez da Copa da Colômbia, Carioca, Copa do Brasil e outra do Brasileirão, quando fez o “L” 26 vezes em 38 jogos, um recorde. Valencia atingiu o feito nos campeonatos mexicano e turco, Copa Sul-Americana e Concacaf Champions League, em uma ocasião cada. Ainda assim, ele é o detentor da marca de mais gols na história da seleção do Equador, com 38.
Inclusive, eles voltam a divergir no quesito representar o país. Enquanto o argentino jamais foi convocado para a seleção, o equatoriano tem duas Copas do Mundo e quatro edições da Copa América no currículo. No mundial, deixou o dele seis vezes em seis jogos, média de um por partida.
Mas a hora é de deixar o passado de lado. Agora, a Copa que importa é a Libertadores. Com os números 14 e 13 nas costas, Cano e Valencia não escondem o estilo clássico de um bom camisa 9. Matadores, colecionaram artilharias ao longo da carreira e agora disputam quem sairá por cima. A partida de ida entre Fluminense e Internacional, hoje, às 21h30, no Maracanã, vai ser o primeiro tira-teima entre a dupla. Depois de mais 90 minutos no Beira-Rio na semana que vem, apenas um deles terá a chance de conquistar a glória eterna. Que vença o melhor.
FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE
Fábio; Samuel Xavier, Nino, Felipe Melo e Marcelo; André, Alexsander e Paulo Henrique Ganso; Arias, Germán Cano e Keno.
Técnico: Fernando Diniz
INTERNACIONAL
Sergio Rochet; Hugo Mallo, Vitão, Gabriel Mercado e Renê; Johnny, Charles Aránguiz, Mauricio e Wanderson; Alan Patrick e Enner Valencia.
Técnico: Eduardo Coudet
Árbitro: Dario Herrera (ARG)
Horário: 21h30.
Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Onde assistir: Globo e Paramount
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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