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Como o Fla frustrou a projeção de ano perfeito do futebol carioca

Rio de Janeiro tinha a chance de faturar a Copa do Brasil com o Flamengo, o Brasileirão com o Botafogo e a Libertadores com o Fluminense. A última vez que algo parecido aconteceu foi em 2005, com Corinthians, São Paulo e Paulista

Tiquinho Soares, Germán Cano e Gabriel Barbosa são as referências de Botafogo, Fluminense e Flamengo -  (crédito: Vitor Silva/Botafogo, Marcelo Gonçalves/Fluminense e Mauro Pimentel/AFP)
Tiquinho Soares, Germán Cano e Gabriel Barbosa são as referências de Botafogo, Fluminense e Flamengo - (crédito: Vitor Silva/Botafogo, Marcelo Gonçalves/Fluminense e Mauro Pimentel/AFP)
postado em 26/09/2023 06:00

Existem torcedores que levam ao pé da letra o discurso de festejar o sofrimento dos rivais das quatro linhas. Botafoguenses, tricolores e vascaínos que o digam, após a conquista inédita do São Paulo na Copa do Brasil, sobre o Flamengo, no domingo. No entanto, uma análise menos clubista e mais bairrista pode ser feita. Com o desfecho da história no Morumbi, o Rio de Janeiro viu escapar a chance de um ano perfeito e diminuir a influência paulista no cenário nacional.

A Cidade Maravilhosa tinha a possibilidade de fechar a temporada com os canecos do Campeonato Brasileiro, da Copa do Brasil e da Libertadores. O Botafogo é líder da elite nacional com sete pontos de vantagem sobre o vice Palmeiras a 14 rodadas do fim. No principal torneio da América do Sul, o Fluminense é semifinalista pela segunda vez e ensaia sucesso contra o Internacional, a partir de amanhã, às 21h30 no Maracanã, para retornar à decisão após 15 anos.

O Flamengo frustrou o absolutismo carioca em 2023. O rubro-negro, inclusive, pode terminar a primeira temporada sem título de 2019 para cá. A turma da Terra da Garoa agradece. Eles são os únicos a dominarem as competições nacionais e continental no mesmo ano. Em 2005, o Corinthians de Carlos Tévez, Nilmar, Róger e companhia faturou o tetracampeonato do Brasileirão, enquanto o São Paulo liderado por Josué, Mineiro, Cicinho e Amoroso e empilhou a Libertadores contra o Athletico-PR e o Mundial de Clubes sobre o Liverpool, de Steven Gerrard. De quebra, o modesto Paulista de Jundiaí desbancou o Fluminense na Copa do Brasil.

O estado de São Paulo quase repetiu o feito em outras quatro oportunidades. Em 1999, o Corinthians comemorou o bicampeonato consecutivo da Série A e o Palmeiras erguei o primeiro dos três troféus da Libertadores. O triplete só não veio, pois alviverde foi eliminado pelo Botafogo na semifinal da Copa do Brasil e perdeu a chance de disputar o título contra o Juventude. Três anos depois, deu Santos no Brasileirão e Timão no mata-mata. A festa paulista seria ainda maior caso o São Caetano não tivesse sido derrotado na final da Libertadores para Olimpia, nos pênaltis, por 4 x 2.

Em 2004, o Peixe voltou a puxar fila no Brasileirão e viu o Santo André surpreender o país com título da Copa do Brasil sobre o Flamengo, no Maracanã. O São Paulo caiu na semi da Libertadores. No máximo, o Rio de Janeiro emplacará dois campeões. Porém, todo cuidado é pouco. Embora seja líder isolado, o Botafogo viu cair para sete pontos a vantagem que era de 12 pontos no início da Era Bruno Lage. Pressionado pelas derrotas para Flamengo, Atlético-MG e Corinthians, o alvinegro tem seis dias para ajustes até o duelo contra o Goiás, às 20h, contra o Goiás.

O Flu está a 10 de distância do rival de General de Severiano. Portanto, joga todas as fichas na Libertadores. Após as classificações convincentes sobre Argentinos Jrs. e Olimpia, se apega ao Dinizismo para pintar entre os dois mais influentes da América do Sul. O treinador inicia a semana com boas notícias. Terá todo o time à disposição para o duelo contra o Internacional. É apenas a terceira vez que isso acontece. Quando teve todos os comandos em condições, superou o Sporting Cristal por 3 x 1 no Peru e goleou o River Plate por 5 x 1 no Maracanã.

Mudanças no Ninho

No Ninho do Urubu, o clima é de fim de feira para alguns. O técnico Jorge Sampaoli não seguiria com a prancheta rubro-negra nem se brindasse a nação com o pentacampeonato da Copa do Brasil. Nos bastidores, ganha força para a demissão antes mesmo do término do Campeonato Brasileiro. Embora não seja o preferido do presidente Rodolfo Landim, Tite, ex-técnico da Seleção Brasileira nas últimas duas Copas do Mundo, é o mais cotado entre os demais dirigentes e conselheiros. Jogadores também podem sair. Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Filipe Luís são ídolos com contrato até o final do ano.

O meia é o atleta mais antigo no clube e busca renovação por, pelo menos, mais uma temporada. BH é o xodó da torcida, mas a extensão do vínculo parece travada. Grêmio e Palmeiras monitoram atentamento a situação. Filipe Luís revelou que só joga profissionalmente no Flamengo. Caso não haja acordo para jogar mais um ano, pendurar as chuteiras.

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