Copa do Brasil: cinco motivos para o Flamengo acreditar na virada

Retorno do maestro Arrascaeta, apego emocional ao Morumbi e retrospecto dos visitantes no torneio animam os rubro-negros

Em baixa no Fla, Gabigol se apega ao poder de decisão para dar novo título ao clube - (crédito: Estadão Conteúdo)

Victor Parrini +

postado em 24/09/2023 03:55 / atualizado em 24/09/2023 12:20

Enquanto o São Paulo busca o título inédito da Copa do Brasil, o Flamengo chega com um sentimento estranho para o duelo decisivo. Com exceção da final do Campeonato Carioca deste ano, o rubro-negro se acostumou a disputar troféus de Libertadores, Copa do Brasil e Supercopa com clima favorável. Hoje, porém, a história é diferente.

A instabilidade diante dos resultados ruins, a pressão sobre o técnico Jorge Sampaoli e os escândalos fora das quatro linhas, como os episódios de agressão do ex-preparador físico Pablo Fernández contra o atacante Pedro, do volante Gerson no lateral-direito Varela e do vice-presidente de futebol, Marcos Braz, em um torcedor, dão dimensão do tamanho do desafio.

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Outra curiosidade sobre o momento diferente do Flamengo diz respeito ao embarque da delegação para São Paulo. Ontem, no Aeroporto Internacional do Galeão, não houve o tradicional Aero Fla, a corrente de apoio antes das decisões. Pelo contrário. Não teve presença humana para incentivar ou sequer para protestar.

Estar a 90 minutos do título é uma espécie de purgatório para o grupo. Caso seja campeão, será um feito de ressurgimento em meio aos caos. Se deixar o quinto troféu do torneio escapar, afundará o clube em crise e exigirá avaliações e correção de rota imediata para a próxima temporada.

Dono do elenco mais valioso da América do Sul, o Flamengo decepcionou em todas as decisões de 2023. Caiu na semifinal do Mundial de clubes da Fifa para o Al-Hilal. Perdeu o Cariocão para o Fluminense. Amargou o vice na Supercopa do Brasil para o Palmeiras em um Mané Garrincha lotado. No segundo semestre, viu ruir o sonho do tetra da Libertadores com o fiasco frente ao Olimpia, nas oitavas da Libertadores. Quando o assunto é Brasileirão, o rubro-negro não sabe há 100 rodadas o que é liderar.

Com grandes investimentos vêm grandes responsabilidades. A Copa do Brasil é a última chance para amenizar a sensação de fracasso na temporada. Independentemente do resultado no Morumbi, uma coisa é dada com certa no Flamengo: a demissão do técnico Jorge Sampaoli. Sem clima algum no Ninho do Urubu, hoje pode fazer a despedida. O único defensor do trabalho do argentino no Rio de Janeiro é o presidente Rodolfo Landim. Os demais dirigentes e conselheiros querem a cabeça do dono da prancheta para hoje mesmo. 

Cinco motivos para o Flamengo acreditar na virada

Apego ao histórico

Das 34 finais de Copa do Brasil, 18 foram conquistadas por visitantes. Dois dos quatro títulos rubro-negros vieram nessas condições: sobre Vasco (2006) e Goiás (1990).

Retorno do maestro

A derrota no Maracanã estava condicionada a incapacidade de dominar o meio de campo e criar. Hoje, o Fla terá a volta do uruguaio Arrascaeta, responsável por 12 passes para gols em 2023.

Morumbi: o palco perfeito

Em 2021, o rubro-negro conquistou o octa brasileiro justamente no Morumbi, contra o São Paulo. O time tem a chance de seguir como único campeão nacional no terceiro maior estádio do país desde 2007.

Para não dar sorte ao azar

Sétimo colocado do Brasileirão, o Fla estaria de fora da Libertadores 2024 se a disputa terminasse hoje. Vencer a Copa do Brasil encurtaria o caminho para voltar ao torneio continental.

Quarteto e mudança

Arrascaeta, Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabriel voltarão a jogar juntos. No gol, o pegador de pênaltis Rossi deve assumir a titularidade e ser trunfo em eventual decisão na marca da cal.

Ficha técnica

São Paulo x Flamengo
Final da Copa do Brasil (volta)

Onde: Morumbi, São Paulo (SP)
Quando: Domingo (24/9), às 16h
Transmissão: Globo, SporTV e Prime Video
Árbitro: Bráulio da Silva Machado (SC)

Prováveis escalações

São Paulo - Rafael; Rafinha, Arboleda, Beraldo e Caio Paulista; Pablo Maia e Alisson; Wellington Rato, Lucas Moura e Rodrigo Nestor; Calleri. Técnico: Dorival Júnior

Flamengo - Rossi; Wesley, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Pulgar, Gerson e Arrascaeta; Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa. Técnico: Jorge Sampaoli