Respeitável público, o espetáculo da final da Copa do Brasil entre Flamengo e São Paulo coloca em cartaz dois “desequilibristas” das quatro linhas. O Maracanã, no domingo (17/9), às 16h, e o Morumbi, na semana seguinte, serão os picadeiros para os shows particulares de Bruno Henrique e Lucas Moura. Em um rubro-negro instável e em um tricolor carente de demais brilhos individuais, eles também são candidatos a tirar coelhos da cartola nas decisões.
Bruno Henrique e Lucas Moura também brigam pelo título simbólico de melhor reforço do segundo semestre do futebol brasileiro nesta temporada. O flamenguista ficou quase um ano fora de ação devido a uma lesão no joelho direito. Passou por cirurgia, retornou e encaixou como uma luva. Movimentação inteligente e eficiente, explosão e conclusões com os pés e a cabeça indicaram ao técnico Jorge Sampaoli e à torcida que o clube poderia voltar a “outro patamar”. O clássico contra o Botafogo mostra isso. O Flamengo ganhou por 2 x 1 com um show de bola do xodó.
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Entretanto, o camisa 27 não joga sozinho. Se as coisas não vão bem no meio de campo e na defesa, é o “ai, Jesus”. Prova disso é a eliminação carioca para o Olimpia, do Paraguai, na Libertadores. No jogo de ida, no Maracanã, foi dele o gol que levou a vantagem para o Defensores del Chaco, em Assunção. No início do duelo decisivo, o BH abriu o placar e ampliou a vantagem da equipe pela vaga às quartas de final contra o Fluminense. Mas faltou combinar com a defesa desajustada e o meio de campo apático na derrota por 3 x 1.
Aos 32 anos, o mineiro de Belo Horizonte faz parte da lista de jogadores mais vitoriosos do Flamengo. Caso fature o título, Bruno Henrique chegará ao 12º troféu pelo time da Gávea, empatado com Everton Ribeiro, Rodrigo Caio, Gabigol, William Arão, Diego Ribas e o goleiro César. Ficaria a uma taça de alcançar o posto de Zico e Júnior. Mas, se existe alguém que pode frear os planos da trupe rubro-negra é Lucas Moura.
O camisa 7 retornou ao São Paulo no início de agosto após 11 anos para um empréstimo até dezembro. Investimento tiro curto, mas que vem dando frutos. Lucas tem três gols em oito jogos. O mais importante deles, na vitória por 2 x 0 sobre o Corinthians, responsável pela manutenção de chance de título. A relevância extrapola o campo dos números. Se Bruno Henrique eleva o patamar do Flamengo, Lucas “europeíza” o São Paulo. O jogador viveu seis temporadas no Paris Saint-Germain antes de obter o selo Premier League de qualidade após sete anos de serviços prestados. Aprendeu a jogar para o time, a abrir espaço, a enxergar o jogo. Chegando na equipe de Dorival Jr. sem maestro, virou arco e flecha.
Aos 31 anos, a cria das categorias de base de Cotia também é símbolo. Afinal, o último título relevante tricolor tinha o camisa 7 em campo. A conquista inédita da Copa Sul-Americana de 2012 faz parte do imaginário dele e da torcida. E a diretoria se apegou a essa memória para trazê-lo e colocá-lo em outra prateleira com a possibilidade de tornar real o primeiro caneco da Copa do Brasil, 23 anos depois da primeira final, contra o Cruzeiro. Feito que nem Rogério Ceni, Belleti, Edmílson, Raí e cia alcançaram.
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