A decisão dos próximos dois domingos entre Flamengo e São Paulo é por um dos mais importantes títulos do calendário nacional. No entanto, a concretização do objetivo de título dos clubes carioca e paulista na Copa do Brasil passa, e muito, pela ginga gringa de dois craques importantes. De um lado, estará o uruguaio rubro-negro Giorgian de Arrascaeta. Do outro, o colombiano tricolor James Rodríguez. Os craques têm histórias de carreira distintas, mas com um lugar em comum como palco de grandes momentos: o Rio de Janeiro.
Desde cedo, os dois meio-campistas chamaram a atenção de times estrangeiros. Porém, o plano de desenvolvimento causou escolhas distintas em cada um. Arrascaeta optou por sair do Defensor Sporting, do Uruguai, para vestir a camisa do Cruzeiro e desbravar o futebol brasileiro. James jogou pouco no país de origem. Logo deixou a Colômbia, foi jogar na Argentina e, depois, realizou o sonho de atuar no futebol europeu, onde passou, com oscilação de desempenho, por clubes como Porto, Mônaco, Real Madrid e Bayern de Munique.
Arrascaeta fez do Brasil a Europa pessoal. Quando foi para o Flamengo, virou símbolo de uma geração de conquistas iniciada em 2019. No Rio de Janeiro, desfilou o melhor futebol da carreira, ganhou o direito de representar o Uruguai na última Copa do Mundo e fez do Maracanã o palco ideal para apresentações de gala vestindo rubro-negro. Dos 60 gols marcados pelo time carioca, 29 foram em apresentações no maior palco do Rio de Janeiro. Em meio às lembranças, o uruguaio se esforça para se recuperar de lesão para jogar no local contra o São Paulo, no domingo.
James Rodríguez veio ao futebol brasileiro somente quando as opções na Europa ficaram escassas. Porém, o Maracanã tem espaço no coração do atleta como palco de duas apresentações muito especiais na carreira. A primeira remonta de 2014. Na Copa do Mundo, o jogador marcou duas vezes na vitória da Colômbia sobre o Uruguai — um deles valeu até um Prêmio Puskás de gol mais bonito do ano — e se apresentou ao planeta bola. A volta ocorreu nove anos depois, em agosto deste ano, quando estreou pelo São Paulo no mesmo local e diante, justamente, do Flamengo.
Aquela ocasião, inclusive, foi a única na qual Arrascaeta e James Rodríguez estiveram juntos em um mesmo estádio. Os dois não chegaram a se enfrentar no gramado. Quando o colombiano entrou, o uruguaio havia sido substituído. Expoentes das seleções natais em determinados momentos das carreiras, os astros gringos também não tiveram um enfrentamento provocado por convocações para jogos das Eliminatórias ou da Copa América. Nos últimos anos, quando um foi chamado para defender o país natal, o outro ficou fora.
Na final da Copa do Brasil, o enfrentamento será inevitável. Seja no Maracanã, no domingo, seja no Morumbi, em 24 de setembro. Será a oportunidade de Arrascaeta e James Rodríguez proporcionarem aos torcedores de Flamengo e São Paulo o deleite do enfrentamento da ginga gringa. O uruguaio joga para ampliar a extensa lista de conquistas em território brasileiro. Somente do mata-mata nacional seria a quarta. O colombiano vislumbra a primeira. Ao fim dos 180 minutos da decisão do torneio nacional, porém, somente um deles poderá adicionar mais um glória ligada ao país no currículo profissional.
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