Tarja das olimpiadas
Paris-2024

Petição pede exclusão do Irã de Paris-2024 por descriminação

O e-mail enviado ao COI no final de julho solicita a exclusão do Irã por não respeitar a Carta Olímpica, que afirma que "a prática do esporte é um direito humano"

O grupo de atletas quer pelo menos a proibição de iranianos em modalidades proibidas para mulheres: luta livre, boxe, natação, vôlei, ginástica -  (crédito: mostafa meraji/Unsplash)
O grupo de atletas quer pelo menos a proibição de iranianos em modalidades proibidas para mulheres: luta livre, boxe, natação, vôlei, ginástica - (crédito: mostafa meraji/Unsplash)

Um grupo composto, entre outros, pelo ex-campeão mundial de boxe Mahyar Monshipour e pela iraniana vencedora do Prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi escreveu ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para solicitar a exclusão do Irã dos Jogos de Paris por violação do princípio da não discriminação no esporte. 

O e-mail enviado ao COI no final de julho solicita a exclusão do Irã por não respeitar a Carta Olímpica, que afirma que "a prática do esporte é um direito humano" e que não deve haver "qualquer tipo de discriminação devido a raça, cor, sexo, orientação sexual, língua, religião, opiniões políticas ou outras, origem nacional ou social, fortuna, nascimento ou qualquer outra situação", explicou em comunicado o advogado Frédéric Thiriez, que formulou o pedido no a um ano da realização dos Jogos Olímpicos de Paris.

O advogado acrescentou que está "trabalhando para recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS)". 

O e-mail ao COI, do qual a AFP tem cópia, destaca um paralelo com a exclusão da África do Sul em 1970. Thiriez disse que o COI respondeu "fiquem seguros de que estamos acompanhando com atenção a situação no Irã".

O grupo quer pelo menos a proibição de atletas iranianos nos próximos Jogos em modalidades proibidas para mulheres: luta livre, boxe, natação, vôlei, ginástica. 

Ex-lutadora e membro da federação deste esporte, Shirin Shirzad, refugiada na Holanda, disse em videoconferência: "sonhamos em praticar nosso esporte normalmente", explicou. 

No Irã, as mulheres treinam "em apartamentos ou porões", disse o ex-boxeador francês de origem iraniana Mahyar Monshipour, ao lado da ex-secretária de Estado francês no governo de François Fillon, a jurista Jeannette Bougrab.

No final de agosto, duas associações apresentaram uma denúncia em Paris contra Ghafoor Kargari, presidente iraniano do Comitê Paralímpico Nacional para 2024, então em visita à França, acusando-o de tortura e de suspeitas de crimes contra a humanidade. 

Há apenas um ano, a morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini, após sua detenção pela polícia por não respeitar o rígido código islâmico de vestimenta para mulheres, resultou em meses de manifestações, que foram fortemente reprimidas.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 14/09/2023 13:11
x