COPA DO BRASIL

Filipe Luís e Rafinha colocam longa amizade "à prova" na final

Segundo capítulo da série sobre as referências de Flamengo e São Paulo aborda curiosidade de Filipe Luís e Rafinha. Relação dos laterais dura 20 anos e continuará no pós-carreira

Filipe Luís e Rafinha também são as vozes da experiência de Flamengo e São Paulo -  (crédito: Kleber Salles/CB/DA Press)
Filipe Luís e Rafinha também são as vozes da experiência de Flamengo e São Paulo - (crédito: Kleber Salles/CB/DA Press)
Victor Parrini
postado em 14/09/2023 06:00 / atualizado em 14/09/2023 11:36

Amigos, amigos, título à parte. A adaptação do ditado popular é aplicável a Filipe Luís e Rafinha para a final da Copa do Brasil entre Flamengo e São Paulo, em 17 e 24 de setembro, no Maracanã e no Morumbi. A dupla de laterais se orgulha de uma amizade construída há mais de duas décadas e fortalecida entre 2019 e 2020, no início da recente era vitoriosa rubro-negra.

Filipe Luís e Rafinha estão com 38 anos cada, mas tiveram os destinos cruzados no mundo da bola há 20. Antes de se destacarem no futebol europeu, foram lapidados nos elencos sub-17 e subiram para o sub-20. Na categoria, disputaram a Copa do Mundo na Holanda sob a batuta de Renê Weber. Perderam por 2 x 1 para uma Argentina que comemorava a evolução do fenômeno Lionel Messi.

Os garotos amadureceram e desfilaram pelos tapetes verdes dos principais torneios do planeta bola. Até se encontraram em duelos entre Atlético de Madrid e Bayern de Munique. O último deles em 2016, pela semifinal da Liga dos Campeões. Filipe Luís levou a melhor no duelo, mas ficou com o vice do torneio para o Real Madrid de Cristiano Ronaldo e companhia.

Os resultados jamais abalaram a parceria da dupla. Não à toa, se cansaram de jogar contra e resolveram unir forças e vestir a mesma camisa. Desembarcaram no Ninho do Urubu em 2019 e comprovaram o entrosamento com o bicampeonato do Brasileirão e os canecos da Libertadores, Supercopa do Brasil e Recopa.

Dizem que tudo que é bom dura pouco. Foi assim para Filipe Luís com a saída de Rafinha em 2020 para o Olympiacos, da Grécia. Torcida, companheiros e diretoria, claro, sentiram a baixa do dono da lateral-direita, mas não tanto quanto o dono do setor canhoto. Filipe Luís admitiu ter se chateado com o amigo e revelou ter ficado um mês sem conversar com Rafinha.

"A primeira perda grande que sofri muito foi o Rafinha. Para mim, ele é um cara espetacular. Dez de grupo, mas nós nos conhecemos desde os 18 anos. Foi muito dura a saída do Rafinha. Fiquei mais de um mês sem falar com ele. Bravo mesmo", compartilhou ao portal ge.globo.

Demorou, mas a situação foi resolvida. Prova disso é que estarão juntos quando pendurarem as chuteiras. Filipe Luís será treinador após o fim da carreira dentro das quatro linhas. Já possui a licença B da CBF — para times de base — e busca o diploma A para comandar times profissionais. Enquanto o novo passo não é dado, o lateral-esquerdo faz planos. Entre eles, está contar com Rafinha como braço direito. "Logo, logo vocês vão ver o Filipe Luís de treinador e eu vou estar do lado dele de auxiliar", disse após o sorteio dos mandos de campo da final da Copa do Brasil.

A final também é uma briga de vizinhos. Rafinha vive a rotina em São Paulo, mas tem residência no Rio de Janeiro ao lado Filipe Luís. Mas ele promete dificultar a vida do "parça", afinal o título em jogo é uma espécie de tributo à infância. Filipe Luís é catarinense de Jaraguá do Sul, mas nunca escondeu o amor pelo Flamengo. Rafinha é paranaense de Londrina, mas é são-paulino.

Embora esteja com lesão leve na coxa e deva ser reserva de Ayrton Lucas, Filipe Luís tem a chance de chegar ao 11º título pelo Fla e assumir a terceira posição entre os mais vitoriosos pelo clube. Ficaria atrás de Zico e Júnior (13) e de Gabigol, Everton Ribeiro, Rodrigo Caio, Arrascaeta e Bruno Henrique (12). Rafinha ainda não ergueu taças pelo São Paulo, mas tem a chance de mudar o cenário com o título inédito.

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