Fernando Diniz terá menos de um mês para avaliar como convocará e, sobretudo, como desenhará a Seleção Brasileira para os próximos dois desafios pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Entusiasta do jogo ofensivo, o técnico compartilhado com o Fluminense deixou claro a preferência pelo quarteto ofensivo composto por Neymar, Raphinha, Rodrygo e Richarlison. No entanto, os possíveis retornos prometem aumentar a concorrência por titularidade e a "dor de cabeça" do dono da prancheta.
A delegação canarinho se reunirá para o confronto diante da Venezuela e o clássico contra o Uruguai, em 12 e 17 de outubro, na Arena Pantanal, em Cuiabá (MT), e Montevidéu. Até lá, Fernando Diniz dividirá a rotina das Laranjeiras com os campos das possibilidades da Seleção Brasileira. Motivo: Vinicius Junior e Lucas Paquetá podem pintar na próxima convocação. Titulares com Tite na última Copa do Mundo, as crias do Flamengo têm, teoricamente, cadeira cativa na equipe.
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O galático ficou de fora devido a uma lesão muscular na coxa direita, enquanto o jogador do West Ham foi preservado por Fernando Diniz para esclarecer suposto envolvimento com apostas esportivas na partida contra o Aston Villa, em 12 de março. Diniz pode ganhar dois reforços de peso, mas terá de abrir mão de, pelo menos, uma peça no time titular.
É pouco provável que, caso convocada, a dupla inicie o novo ciclo com a Seleção Brasileira no banco de reservas. O esquema 4-3-3 ensaiado por Fernando Diniz nos primeiros trabalhos deve passar por upgrades. O desenho tático pode ser o mesmo. As peças, talvez não. Válvula de escape pela esquerda, Vini Jr. tende a assumir a função de Rodrygo. O raio assimilou bem a filosofia do novo treinador e poderia cair tranquilamente pela direita. Mas é aí que mora outro problema. Raphinha brilhou no setor oposto e promete vender caro a titularidade.
Liberdade para o craque
Quando estiver convicto das distribuições pelas pontas, Diniz busca resolver a situação pelo meio. Intocável, Neymar pode manter a função de articulador ou atuar como falso nove devido à escassez do centroavante Richarlison. Contudo, não é costume do treinador jogar sem um homem de referência. Matheus Cunha ou Gabriel Jesus também podem jogar entre os zagueiros. Portanto, o camisa 10 deve seguir abastecendo o ataque.
A mudança pode surgir caso Paquetá entre. O meia pode forçar saída de Bruno Guimarães, xodó lançado por Diniz no Audax em 2016. Nesse cenário, a cria do Ninho atuaria à frente de Casemiro e liberaria Neymar para "flutuar" pelo ataque em uma espécie de 4-2-3-1. "Acho que jogadores com qualidade acima da média, quanto mais pegarem na bola, melhor. Tem jogos que se apresentam com característica distintas. Mas ele (Neymar) vai ter essa liberdade. Se não pegar lá na frente, vai ter que pegar a bola em algum lugar", avaliou Diniz sobre o posicionamento do único fora de série da Seleção.
"Entregar bola de qualidade para ele, já no terço final para decidir o jogo, também é uma das regras. Mas ele vai ter essa possibilidade de flutuação, como teve na Bolívia. O que você viu no treino, no jogo aconteceu. Pelo menos duas construções começaram com ele jogando mais ou menos na posição do Casemiro no início da jogada", ressaltou na coletiva antes da partida diante do Peru.
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