FUTEBOL

Alemanha, Brasil e Itália passam por ajustes no novo ciclo

Rudi Voller assumiu o comando da seleção alemã interinamente após a saída de Hansi Flick, enquanto Luciano Spalletti herdou a prancheta após a demissão Roberto Mancini na azzurra. CBF aguarda por Ancelotti em meio ao novo ciclo com Diniz

Rudi Voller, Luciano Spalletti e Fernando Diniz carregam as pranchetas mais "pesadas" do futebol mundial -  (crédito: Franck FIFE/AFP, Divulgação/Azzurri e Vitor Silva/CBF)
Rudi Voller, Luciano Spalletti e Fernando Diniz carregam as pranchetas mais "pesadas" do futebol mundial - (crédito: Franck FIFE/AFP, Divulgação/Azzurri e Vitor Silva/CBF)
Victor Parrini
postado em 12/09/2023 06:00

Talvez ninguém imaginaria que o planeta bola daria tantas voltas a ponto de colocar as três principais potências do futebol em uma espécie de turbulência com comissões técnicas. Donas de 13 canecos da Copa do Mundo, Alemanha, Brasil e Itália passaram de cases de sucesso a exemplos não tão bem sucedidos recentemente.

Eliminada na fase de grupos das duas últimas Copas do Mundo, a Alemanha parece trocar os pés pelas mãos. A alegria do tetracampeonato no Mundial disputado no Brasil contrasta com os resultados ruins e a incerteza sobre o futuro. Sede da próxima edição da Eurocopa, em 2024, a mannschaft não vence há cinco jogos. O último tropeço foi no domingo, com a goleada por 4 x 1 pelo Japão.

O resultado escancarou a crise de identidade na Alemanha. Arrancado do Bayern de Munique em maio de 2021, Hansi Flick não deu continuidade ao projeto de manutenção do prestígio. Pelo contrário, as “ações” alemãs estão em baixa no mercado das grandes seleções. Nem mesmo peças como Kimmich, Kai Havertz, Thomas, Gnabry e companhia conseguiram reerguer a equipe sob a batuta do ex prodígio de Joachim Löw de 2007 a 2014.

Como a matemática no futebol, às vezes, é simples, Flick foi demitido. O vínculo até o próximo ano não impediu a Federação Alemã de Futebol (DFB) de corrigir até a estreia na Euro em 14 de junho. A cúpula da seleção tetracampeã optou por um remédio caseiro para tratar a instabilidade. Técnico do time entre 2000 e 2004 e vice da Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul, Rudi Völler deixou a cadeira de diretor esportivo da DFB para assumir o boné provisoriamente. O desafio dele é o amistoso contra a França, de Kylian Mbappé, nesta terça-feira (12/9), às 16h, no Signal Iduna Park, em Dortmund.

O jogo contra os atuais vice-campeões mundiais pode ser o único de Völler. Durante a apresentação, na segunda-feira (11/9), o ex-atacante descartou seguir à frente da seleção. “Será um caso único. É uma obrigação e, na situação atual, espero ajudar. É importante encontrarmos um treinador que se comprometa com o trabalho. Meu objetivo será sempre, seja quem for, ajudar da mesma forma que fiz com Hansi Flick, mas com resultados melhores”, destacou.

O clima também parece pesado na Itália. A azzurra é a atual campeã da Euro, mas foi ausência nas versões russa e catari da Copa do Mundo. O título continental em 2021 poderia ter elevado o patamar da equipe, mas inconstância freou as expectativas. E as coisas podem piorar. Se as Eliminatórias para o torneio europeu terminassem hoje, os italianos estariam de fora com a terceira colocação e os quatro pontos somados.

A crise poderia ser menor a Federação Italiana não tivesse de trocar o pneu com o carro andando. Saiu Roberto Mancini e assumiu Luciano Spalletti. Em meio aos receios, há uma dose de otimismo, pois Spalletti foi o responsável por encerrar o jejum de títulos de 33 anos da Napoli na Série A. A primeira impressão, porém, não agradou. Carrasco da azzurra na repescagem para a Copa do Catar, a Macedônia do Norte arrancou o empate na rodada anterior das Eliminatórias da Euro-2024 e transformou o duelo desta terça, às 15h45, contra a vice-líder Ucrânia — dois pontos separam as duas seleções.

“Temos de vencer e produzir um bom futebol. Nenhum de nós está contente com aquele jogo (contra a Macedônia do Norte). Temos que nos classificar. A pressão que teremos de carregar nos ombros será maior. Devemos fazer jus à nossa história”, discursou Spalletti na coletiva pré-jogo.

Embora tenha estreado nas Eliminatórias da Copa de 2026 com a goleada por 5 x 1 sobre a Bolívia, a Seleção Brasileira carrega o peso de não ter um treinador para chamar de seu. Hoje, divide Fernando Diniz com o Fluminense. Parece um cenário, mas até as seleções de menor expressão no cenário contam com trabalhos exclusivos. A justificativa da CBF é o acerto com o italiano Carlo Ancelotti para início dos trabalhos no segundo semestre do próximo ano.

E se Ancelotti não vier? O dono da prancheta do Real Madrid vetou o assunto Seleção Brasileira em entrevistas na Espanha. Por outro lado, Diniz já descartou trocar definitivamente as Laranjeiras pela Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. “Para falar a verdade, neste momento, jamais sairia do Fluminense para ser só da CBF. Embora fosse um sonho, seria uma coisa que teria que adiar. Da maneira que ficou, me sinto muito à vontade para desempenhar o meu trabalho. Acredito que foi um grande acerto”, avaliou em julho.

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