Belém — Motivado pela quebra do recorde de Pelé na artilharia da Seleção Brasileira e pelo afago da torcida no Pará, Neymar desembarcou no Peru para a segunda rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. O país sul-americano é a segunda maior vítima dos 79 gols do camisa 10 em exibições pela amarelinha e foi palco de uma conquista dele nas divisões de base. Em 2011, a geração dele, Danilo e Casemiro levou o país ao título continental sub-20. Neymar protagonizou artilharia isolada com nove gols.
Neymar tem seis gols em exibições contra o Peru. Somente o Japão foi mais vazado pelo craque. Os samurais sofreram nove gols desde a estreia do atacante na Seleção principal em 2010. Lá se vão 13 anos. Neymar fez três ou mais gols em uma partida pelo Brasil quatro vezes. As vítimas foram a China (2012), a África do Sul (2014), o Japão (2014) e o Peru (2020) na última visita a Lima. Sob o comando de Tite, o time canarinho venceu por 4 x 2 e Neymar marcou três vezes.
O primeiro gol de Neymar contra o Peru foi na Copa América de 2015, em Temuco, no Chile. Em 2020, protagonizou hat-trick no Estádio Nacional de Lima, palco do duelo desta terça-feira pela segunda rodada das Eliminatórias. Em 2021, deixou o dele na vitória pela Copa América disputada no Brasil em uma goleada por 4 x 0. O último dos seis gols saiu na Arena Pernambuco, no Recife, em 2021, na vitória por 2 x 0 pelas Eliminatórias.
Antes do embarque para Lima, Neymar viveu romance de uma semana com a torcida paraense. Teve o nome gritado na porta do hotel, nos embarques e desembarques no ônibus para ida e volta aos treinos, foi ovacionado no estádio, respeitado até mesmo quando errou uma cobrança de pênalti, exaltado nos lances dos dois gols na goleada por 5 x 1 contra a Bolívia e lamentado quando o goleiro Viscarra evitou um dos gols mais bonitos da carreira do jogador de 31 anos.
Antes de deixar Belém, o craque quebrou o protocolo de segurança da CBF. Caminhou até os torcedores e agradeceu pessoalmente pelo apoio. Tocou as mãos de alguns fãs e entrou no ônibus rumo ao aeroporto para a viagem em voo fretado até o Peru. Homenageado pelo presidente Ednaldo Rodrigues com uma placa depois superar Pelé em número de gols e celebrado pelos companheiros na sala de conferência, ele chega ao duelo com o Peru com a autoestima nas alturas depois de pensar em deixar a Seleção após a decepção na Copa do Catar.
O jogador com passagem por Santos, Barcelona, Paris Saint-Germain e agora Al-Hilal arrastou multidões em Belém e na recepção em Lima. Sem novidade para Fernando Diniz. O técnico interino da Seleção parece cada vez mais hipnotizado pelo astro. “Ele é um ídolo muito gigante. As pessoas têm que reconhecer e aceitar. Ele não faz nada para ter essa adoração do público, é natural pelo talento. Pela simpatia e empatia que ele desperta nos torcedores. Foi um começo de um futuro brilhante que ele vai ter aqui na Seleção e onde ele estiver”, afirmou na entrevista coletiva depois da estreia contra a Bolívia na sala de conferências do Mangueirão, em Belém.
Blindagem
Formado em psicologia, Fernando Diniz jamais havia trabalhado com Neymar, mas aparenta ter identificado características da personalidade do jogador no pouco tempo de convívio. “Vocês não conhecem o Neymar na intimidade. Não sou o primeiro a falar isso. Investiguem como ele é na intimidade. Se ele é egoísta, ou não, bondoso. E passem isso para o grande público. Isso vai ajudar as crianças que gostam dele, a sociedade, e vai ser muito legal que a verdade apareça”.
Diniz exalta Neymar nas entrevistas, mas o discurso interno pelo futebol coletivo, sem depender totalmente do xodó. A nova geração tem muitos jogadores diferenciados. De qualidades raras no futebol mundial. Com técnica, velocidade, drible, agilidade. Acho que a estrutura tática que temos que promover é que não exista dependência de um jogador, porque determinado jogador pode não estar num dia bom. O Neymar sempre vai ter esse brilho, mas quanto mais gente brilhar junto, melhor”, adverte o comandante verde-amarelo.
Ranking
As 5 maiores vítimas dos 79 gols de Neymar
1. Japão (9)
2. Peru (6)
3. Bolívia e Estados Unidos (5)
4. Colômbia, Croácia, Equador e Coreia do Sul (4)
5. Argentina, China, África do Sul e Uruguai (3)
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