Enviado especial a Belém — Há um pacto de silêncio sobre a possível oficialização (ou não) de Carlo Ancelotti como técnico da Seleção Brasileira a partir do meio do ano que vem. As principais lideranças deixaram isso claro nas primeira entrevistas coletivas da Era Fernando Diniz no Pará. O mineiro de Patos de Minas assumiu o cargo interinamente e estreia nesta sexta-feira contra a Bolívia, às 21h45, no Mangueirão, pela primeira rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, no Canadá, Estados Unidos e México.
O lateral-direito Danilo se recusa a tratar Diniz como tampão. Embora tenha trabalhado com o italiano, Casemiro sequer tolera falar sobre a possível saída do técnico brasileiro compartilhado com o Fluminense em 2024. "A gente sabia que o Ramon Menezes era interino, mas sempre o tratei como se fosse o treinador da Copa do Mundo. O meu pensamento com o Diniz é o mesmo, é quem está à frente hoje", afirmou.
Casemiro era uma dos intocáveis do histórico meio de campo preferido de Carlo Ancelotti no Real Madrid formado por ele, Modric e Kroos. Mesmo assim, ele preferiu falar do início do trabalho de Fernando Diniz. "É uma falta de respeito falar do Ancelotti aqui dentro. Temos um grande treinador, o Fernando Diniz, e o respeitamos como se fosse o treinador na Copa do Mundo", reforçou o volante.
O esforço para blindar Diniz é proporcional ao interesse por aprender os conceitos do treinador. A expressão "forma diferente" se repetiu nas entrevistas de Danilo, Lucas Perri, Casemiro e Raphael Veiga no início do novo ciclo. É adaptação. Ele tem uma forma diferente de jogar, porém a base e o conceito de futebol é a alegria. Alegria que temos em campo, o prazer de desfrutar, e isso é uma das coisas mais legais que ele tem passado para nós", comenteou Casemiro.
O dinizismo é ensinado dentro das quatro linhas, mas também com auxílio tecnológico. Diniz está nos mostrando vídeo, conversando para passar o jeito que gosta de jogar. Temos uma base com jogadores que jogaram Copa do Mundo e estavam com o professor Tite", afirmou.
Casemiro está pronto a se doar para cumprir os mandamentos do novo método de trabalho. "É uma das características do Diniz essa movimentação, ele deixou claro, e a grande virtude dos grandes jogadores é a adaptação ao treinador, ao time, e se for para fazer isso em campo estou disponível", prometeu.
O volante foi capitão da Seleção nos três amistosos realiados depois da Copa contra Marrocos, Guiné e Senegal. A expectativa é de que seja, também, contra a Bolívia, mas ele prefere se referir ao grupo. "É um treinador novo. Fiz esse papel com o Ramon, algumas vezes com o Tite fui capitão, mas existem vários capitães no elenco. Só muda a braçadeira. Há muitos líderes no elenco: , reforçou.
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