INDONÉSIA

Mundial de Basquete: Brasil vence o Canadá na estreia da 2ª fase

A inteligência no trabalho de bola brasileiro foi páreo para barrar a fluidez do ataque canadense, para vencer na estreia do Grupo L. Seleção precisa vencer a Letônia para seguir na competição

A inteligência no trabalho de bola brasileiro foi páreo para barrar a fluidez do ataque canadense e vencer na estreia do Grupo L. Seleção precisa vencer a Letônia para seguir na competição -  (crédito:  AFP)
A inteligência no trabalho de bola brasileiro foi páreo para barrar a fluidez do ataque canadense e vencer na estreia do Grupo L. Seleção precisa vencer a Letônia para seguir na competição - (crédito: AFP)
Paulo Martins*
postado em 01/09/2023 12:23 / atualizado em 01/09/2023 12:29

O Brasil venceu na estreia da segunda fase da Copa do Mundo de Basquete, nesta sexta-feira (1º/9). Em Jacarta, na Indonésia, a Seleção superou por 69 x 65 o Canadá e agora precisa de uma vitória no confronto restante, dependendo apenas de si mesmo, para seguir às quartas de final da competição.

A inesperada vitória da Letônia sobre a Espanha, horas antes, embaralhou o grupo prévio à rodada final, lembrando que a classificação conta a soma das duas etapas de grupo para definir as equipes que avançam. A situação condiciona o time verde-amarelo a precisar de uma vitória diante dos letões, no domingo (3/9), às 6h45, podendo ainda pegar a primeira vaga do Grupo L na instância final do mata-mata.

1º Quarto: Postura é tudo

O placar esteve teimoso por quase dois minutos, devido à boa postura defensiva de lado a lado. Apesar disso, o Brasil começou com uma boa inteligência no trabalho de bola, com a primeira cesta sendo um belo triplo de Bruno Caboclo. Chamou a atenção a energia e a inteligência dos jogadores nacionais no posicionamento dinâmico e assertivo dos dois lados da quadra, competindo e levando a melhor nos rebotes de ataque.

Mesmo com pouco espaço para entrar, a paciência dos brasileiros foi importante para pontuar, também, dentro do garrafão. Além disso, os canadenses estavam falhos na bola de três e em meia-distância, aspecto que preocupou o time rival no princípio do confronto. Na reta final, o ajuste defensivo de ambos lados recondicionou os adversários no jogo, com mais liberdade no perímetro e mantendo o time verde-amarelo pressionado contra a linha divisória na maior parte do tempo de posse. A vantagem que esteve em sete pontos, fechou em três: 16 x 13.

2º Quarto: Não era um adversário qualquer...

Com liberdade para a bola tripla e em velocidade, apesar da reposta brasileira na inteligência de circular a bola para pontuar de dois em dois, o Canadá não tardou em passar à frente, sendo liderado por Luguentz Dort e Kelly Olynyk, dois dos nomes desta equipe que atuam na National Basketball Association (NBA), por Oklahoma City Thunder e Houston Rockets, respectivamente.

O diferencial brasileiro seguia na inteligência do trabalho. Na metade do quarto, Vitor Benite foi um nome interessante na armação, saindo do banco de reservas. Porém, a calibragem na mão do estrelado time canadense, contribuindo para um jogo mais fluido, onde a defesa não era tão eficaz como em outrora. As faltas cometidas nos instantes corretos do primeiro período não seguiram para a metade final do primeiro tempo, que foi finalizado com desvantagem da Seleção por 37 x 27.

3º Quarto: Brasileiro não desiste nunca

Em um cenário parecido ao começo do jogo, os canadenses não estavam precisos nos chutes, enquanto a equipe nacional preferiu por outro meio para se impor em quadra. Desde a força nas infiltrações e na intensa briga pelos rebotes, liderados por Caboclo, o time conseguiu forçar faltas precoces e encurtar a distância no placar, ainda que contasse com uma relativa vista grossa da arbitragem. Nos primeiros seis minutos, a parcial foi de 9 x 5.

A constância na imposição de um ritmo e da dureza ao rival da equipe da América do Norte dava a paciência necessária para manter o Brasil no jogo. Isto apesar da imensa dificuldade imposta pelos rivais no trabalho ofensivo, forçando à conclusão no momento final das posses de bola — ou seja, nos últimos cinco segundos — na maioria das vezes. A distância no placar para o último período era de sete pontos, graças a uma bola tripla no estouro do relógio, de autoria de um até então não tão confiante Lucas Dias. Com isso, vitória brasileira na parcial, por 18 x 15.

4º Quarto: Ritmo elétrico para a virada

Um começo enérgico — forçando um turnover por estouro do relógio de posse e brigando forte no garrafão — foi o cenário ideal para brigar no jogo, reduzindo a uma unidade de diferença no marcador, já nos dois primeiros minutos, impulsionado por Lucas Dias, Yago na armação e Gui Santos trepidando na zona intermediária. A ultrapassagem no placar se deu no terceiro minuto de período, mas foi curta devido à ação de um constante Shai Gilgeous-Alexander, ala-armador do Oklahoma City Thunder, um dos nomes do jogo, presente em infiltrações e bolas triplas.

A partir de então, o jogo ficou dois minutos com o placar parado até a volta de Bruno Caboclo à quadra, com dois pontos para o empate em 55, trunfo do técnico Gustavinho de Conti para a reta final do duelo. A partida esteve mais travada e brigada do que nunca restando três minutos no cronômetro: apesar disso, uma bola dupla de Shai, para uma curta vantagem, motivou um timeout prematuro da equipe brasileira.

A garra e da competitividade brasileiras superou os canadenses, sem o mais inspirado dos dias, nos detalhes básicos, sobretudo na ordem mental dos atletas, no clímax do jogo, para levar a vitória. Teve peso uma polêmica marcação da arbitragem, a um minuto e meio do fim, quando Dort subiu para uma bandeja, mas parou legalmente em Lucas Dias, ejetado apesar de dar um toco visto como falta. Apesar disso, a pontaria canadense, hoje ineficaz, deixou os rivais na mão e deu o terceiro e mais importante triunfo brasileiro da campanha. 

*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima

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