Futebol

Justiça mantêm decisão e Vasco seguirá longe da própria torcida

Por dois votos a um, São Januário aumentará sequência de 69 dias fechado para a torcida: "Nós vamos continuar lutando", diz diretora jurídica da equipe

O Vasco continuará impedido de levar torcedores à própria casa, o estádio São Januário, na Zona Norte carioca. Em julgamento realizado nesta quarta-feira (30/8), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decretou a manutenção da proibição de público no estádio.

A decisão foi tomada após votação, terminada com dois votos a um a favor da continuidade pelo fechamento dos portões. Apesar disso, o Cruz-Maltino ainda poderá receber jogos sem torcedores. Após a decisão, o Vasco, segundo o advogado do clube no caso, Marcelo de Andrade Figueira, vai recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

"Tivemos um voto favorável, mas infelizmente não foi suficiente. O Vasco agora vai levar o caso a Brasília para que seja analisado pelos ministros do STJ", disse ele, ao ge.globo.

O Vasco, além disso, possui conversas em andamento com o MP do Rio por um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que, caso aprovado, resultará na extinção do processo.

"Nós vamos continuar lutando. O Vasco, a torcida do Vasco e a Barreira do Vasco não podem mais ser prejudicados. Vamos adotar todas medidas possíveis para que o Vasco tenha seus direitos. Não só em relação ao Maracanã, mas como na liberação completa de São Januário", disse a diretora jurídica da equipe, Gisele Cabrera.

Os responsáveis por votar contra a liberação foram a relatora desembargadora Renata Cotta e o desembargador Carlos Santos de Oliveira. De acordo com eles, a decisão deve se manter "enquanto não houver comprovação de segurança" no local, e que a liberação não poderá chegar sem uma perícia.

O voto a favor, porém, veio da desembargadora Andréa Pacha. Ela defendeu a liberação da torcida pois entende que o clube não possui poder de polícia, e tomou todas as medidas possíveis cabíveis à ele. Além disso, citou o apedrejamento de ônibus do Botafogo como exemplo da violência vivida nos contextos relacionados ao futebol, tanto dentro quanto fora de campo.

"Torcida organizada não tem nada a ver com a segurança do estádio. Lugar de criminoso é na cadeira", afirmou ela, no voto.

A perícia designada, porém, pediu um total de 90 dias para concluir o trabalho requisitado pelos desembargadores que votaram à desfavor da liberação da torcida vascaína. A Justiça havia determinado anteriormente, contudo, a conclusão do serviço dentro de um mês.

Fechado a um total de 69 dias, São Januário não abre as portas para os apoiadores cruz-maltinos desde a derrota para o Goiás, no dia 22 de junho, pela 11ª rodada do Brasileirão.

*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima