Basquete

Brasil compete, mas perde para a Espanha na Copa do Mundo de Basquete

Com forte sequência no último quarto, seleção espanhola supera o Brasil e avança às oitavas, com a equipe nacional pendente de vitória na quarta-feira (30/8) para ir ao mata-mata

A campeã do mundo consolidou o favoritismo na segunda rodada do Grupo G da Copa do Mundo de Basquete. Nesta segunda-feira (28/8), o Brasil perdeu por 96 x 78 para a Espanha, em Jacarta, na Indonésia, e depende de vitória na rodada final para ir às oitavas de final.

A Seleção terá um confronto direto contra a Costa do Marfim, na quarta-feira (30/8), para avançar. Ambas equipes estão com campanha de uma vitória e uma derrota, após perder para os espanhóis e vencer o Irã: a equipe europeia, classificada, encara a formação asiática, já eliminada do certame.

1º Quarto: Osso duro de roer

A rigidez das marcações foi a tônica do começo da partida. Inicialmente, ambas defesas emplacaram dificuldade para os ataques rodarem a bola, com intensidade na marcação dos chutes e pouco espaço para a infiltração, mais como uma tentativa de amedrontar as ofensivas do lado oposto. O time brasileiro cometeu duas faltas em arremessos para bolas triplas.

Em seguida, o maior uso da rotação de ambos lados deixou a partida mais fluida. Tem destaque o pivô Bruno Caboclo, que conseguiu fazer frente aos irmãos Hernangómez – Juan e Willy – dos dois lados da quadra, auxiliando a manter a partida parelha, com a equipe verde-amarela vencendo o primeiro quarto por 22 x 21.

2º Quarto: Desafio parcialmente bem-sucedido

Um jogo mais trocado na pontuação teve Alberto Díaz como protagonista desde o perímetro, anotando seis pontos em pouco menos de dois minutos. Os erros na saída de bola brasileira – com dois turnovers cometidos por Marcelinho Huertas – motivaram um pedido de tempo precoce pelo técnico Gustavinho De Conti, com seis unidades atrás no marcador. O armador se redimiu na primeira posse ofensiva a seguir.

Entretanto, o tempo foi ainda melhor aproveitado pelo treinador italiano Sergio Scariolo. A Espanha rodou os atletas em quadra, cansando os titulares brasileiros, apressou a transição de contra-ataque, viu uma defesa mais estática e um ataque falho na bola tripla: A diferença de seis passou para 12 unidades no meio do período, motivando um novo timeout.

A dura competitividade de duelar frente ao ataque campeão do mundo e europeu perduraria por toda a partida, mas foi correspondida dentro de uma margem possível de manter-se dentro do jogo. Com paciência, a equipe nacional reduziu a oito a distância, indicando a capacidade de atuar de frente a frente com um dos melhores times do mundo.

3º Quarto: Paciência e trabalho

De volta do intervalo mais atento na marcação, o Brasil ainda sofria nas ações de ataque, forçando boas jogadas gradativamente, mas mexendo pouco no placar. A sorte estava na falta de pontaria espanhola no começo do segundo tempo e o azar estava no sofrimento ao entrar no forte garrafão rival, além de manter baixa a diferença na bola de três. A pressão sobre a arbitragem era outro fator, apesar do duelo estar devidamente gerido.

Desde o banco, Gustavinho buscou mudar o cenário com a variação desde os suplentes na reta final. Ao mesmo tempo em que conseguiu uma enterrada com Georginho de Paula, teve um passe falho na sequência dado por Lucas Dias (era o terceiro durante o jogo) resultando em bola tripla. Apesar dos pesares, a Seleção foi melhor durante a terceira parte do confronto, sobretudo pelo ajuste defensivo, vencendo a parcial por 19 x 14, com direito a bola tripla de Léo Meindl no estouro do relógio, encostando em cinco pontos.

4º Quarto: Um jogo à parte

Energia e velocidade marcaram a pronta volta espanhola para a parte final do jogo, com uma defesa implacável e com o pivô Garuba Asman fazendo quatro pontos no primeiro minuto, relembrando a dureza do complicado compromisso. Além disso, o jogo faltoso de ambos lados, somado à gerência de faltas, era conveniente ao time europeu. Estas foram as questões observadas por Gustavo De Conti no tempo técnico pedido a mais de sete minutos do fim.

Entretanto, a variedade e o bom aproveitamento espanhol deu à equipe de Scariolo o melhor momento no jogo, com a construção de um placar mais elástico, menos condizente com a realidade da partida, mais próximos de um nível de campeão mundial, como a Espanha é. De toda forma, todos os pontos servem de lição para o terceiro jogo da fase grupal, contra a Costa do Marfim.

*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima