Libertadores

Rivais das antigas, Diniz e Arce se reencontram como treinadores

"Freguês" de Arce nos tempos de jogador, Fernando Diniz revê o paraguaio à beira do campo em encontro inédito entre os dois como treinadores. Confiando no retrospecto, técnico do Olimpia elogia o comandante do Fluminense

No ambiente de grande competitividade do futebol, os enfrentamentos frequentes entre personagens de longa data costumam deixar marcas na história. Com Fernando Diniz e Francisco Arce não é diferente. Rivais em diversas ocasiões nos tempos de jogadores profissionais, a dupla terá, nesta quinta-feira (24/8), o primeiro duelo à beira do gramado. Às 21h30, quando Fluminense e Olimpia entrarem no Maracanã, os treinadores vão escrever um novo capítulo no retrospecto iniciado nos anos 1990 e com ampla vantagem a favor do paraguaio.

Contemporâneos, os agora treinadores escreveram histórias distintas calçando chuteiras nos gramados do país. Hoje com 49 anos, Diniz foi uma espécie de andarilho da bola. Na carreira, vestiu as camisas de 13 clubes diferentes. "Importado" do Paraguai, Arce, apelidado de Chiqui quando atleta, construiu idolatria no Brasil nas passagens por Grêmio e Palmeiras. Disputando os torneios de elite, os dois tiveram encontros praticamente anuais entre as temporadas de 1995 e 2002. Nelas, o estrangeiro construiu uma espécie de freguesia do rival.

De acordo com levantamento do Correio, a dupla se enfrentou cinco vezes enquanto jogadores. Nos encontros, o paraguaio levou a melhor quatro vezes, contra uma do brasileiro. Curiosamente, dois desses duelos foram justamente em uma fase de quartas de final. No Grêmio, Chiqui eliminou o Palmeiras de Diniz nesta etapa do Campeonato Brasileiro de 1996. Na Copa dos Campeões de 2002, Arce passou a vestir a camisa alviverde e ainda marcou o gol da vitória contra o Fluminense de Fernando.

Na entrevista coletiva pré-jogo, o ex-lateral-direito paraguaio lembrou com carinho do rival e fez elogios a Diniz. "Ele era bem atrevido, do mesmo jeito que hoje é como treinador. Vejo que ele é bastante aceito, ou até querido, por seus jogadores, e isso fala bem do caráter, do tipo de trabalho no dia a dia. Às vezes, pede algumas coisas meio extravagantes (risos). Não é tão pragmático. Eu o considero um capitão. Joguei contra em várias oportunidades. A equipe dele tem muita paciência, muita ordem, um padrão definido", destacou Arce.

No Maracanã, o Fluminense tem a obrigação de construir um bom resultado para definir a classificação, na próxima semana, no Paraguai. E Diniz alertou para os perigos do Olimpia. "Estamos falando de um time tricampeão da Libertadores e não pode ser tratado como zebra jamais. Eles têm todo nosso respeito. Esperamos um adversário muito bem treinado, aguerrido e tradicional nessa competição", advertiu.

Ao realizarem o tradicional cumprimento de técnicos quando se encontrarem no Maracanã, Diniz e Arce, na verdade, vão estar reiniciando um enfrentamento pessoal repleto de episódios marcantes para os dois lados. Seja no viés negativo, ou no positivo.