O checklist da ginástica rítmica do Brasil no ciclo até as Olimpíadas de Paris-2024 está quase completo. A jornada até aqui tem medalhas, pódios e recordes. O último item da lista, porém, é o mais importante: a vaga para os Jogos. E a oportunidade mais preciosa para carimbar o passaporte para a jornada na Cidade Luz é o Mundial em Valência, na Espanha. De 23 a 27 de agosto, a competição distribuirá 14 vagas individuais e cinco para conjuntos.
A delegação brasileira na Espanha será representada por Bárbara Domingos e Geovanna Santos para as disputas individuais. As provas por conjunto contará com Bárbara Galvão, Deborah Medrado, Giovanna Oliveira, Maria Eduarda Arakaki, Nicole Pírcio, Sofia Madeira e Victória Borges.
O Brasil passou de mero figurante para candidato a pódios nas principais disputas da modalidade nesta temporada. Na etapa de Sofia, na Bulgária, pela Copa do Mundo, Bárbara Domingos foi bronze na disputa da fita e brindou o país com a primeira medalha individual. Em Portimão, Portugal, a paranaense superou mais um recorde e ganhou o ouro na prova de cinco aros.
A atuação do conjunto não deixa a desejar. Em Cluj-Napoca, na Romênia, as meninas do Brasil fizeram bonito e colecionaram vitórias. O hino nacional tocou alto da etapa com o ouro no misto de três fitas e duas bolas. E não parou por aí: também teve prata nos cinco aros e bronze no conjunto geral, além do terceiro lugar individual de Babi Domingos na fita.
O desempenho brasileiro elevou o patamar da Seleção. Para a técnica Camila Ferezin, o desempenho na Copa do Mundo não pode distrair a equipe na busca pelo maior objetivo desde o princípio: ir bem no Mundial para conquistar a vaga nos Jogos de Paris-2024.
"Todas as equipes estão muito próximas e não podemos vacilar. A gente tem que manter o foco, porque a ginástica se define na hora, é o momento. O trabalho que estamos desempenhando comprova que temos chances, sim, de sonhar com uma medalha e vamos fazer o máximo para chegar ao topo. Nosso estilo de fazer ginástica rítmica é o de apresentar um espetáculo para o público e árbitros. Estamos provando para o mundo que vale a pena ver e vibrar com nosso jeito", ressaltou a treinadora.
No ano passado, o Brasil conquistou a maior classificação do país em um Mundial, com o quinto lugar. O melhor desempenho anterior foi a sétima posição, em 1975. Para a competição em Valência, as expectativas são ainda melhores.
“Construímos, ao longo dos últimos anos, resultados inéditos, com muito trabalho duro, dedicação, suor, lágrimas, erros e acertos! Sempre trabalhamos para chegar entre os melhores. Hoje, diante dos últimos resultados, uma medalha pode ser realidade, porque tudo é possível nestes dois minutos e meio dentro da quadra. Basta acertarmos nossas séries que estaremos na briga por medalha”, acrescentou Ferezin.
Olho nelas
Apesar das expectativas para a campanha brasileira, vale ficar de olho em Sofia Raffaeli. A italiana dominou o principal torneio da ginástica rítmica no ano passado ao faturar cinco das seis medalhas que disputou. A búlgara Boryana Kaleyn, ouro nos Jogos Europeus, e a israelense Daria Atamanov, campeã europeia no ano passado, também pedem passagem.
Bulgária e Israel são, inclusive, os favoritos para a disputa de conjuntos. As europeias levaram o ouro nos Jogos de Tóquio-2020, além do título Mundial no ano passado e Europeu, em maio. As israelenses foram prata na prova por equipes.
Programação
23 de agosto
4h30 às 14h30 Classificatório individual, arco e bola
16h às 17h20 – Final individual, arco e bola
24 de agosto
4h30 às 14h40 Classificatório individual, maças e fita
16h às 17h20 Final individual, maças e fita
25 de agosto
11h às 14h30 – Competição de conjuntos, 5 arcos e 3 fitas + 2 bolas
26 de agosto
10h às 15h – Final individual geral
27 de agosto
10h às 11h40 – Final por aparelhos
do conjunto, 5 arcos e 3 fitas + 2 bolas
Transmissão: SporTV, CazéTV e Canal Olímpico do Brasil
*Estagiário sob a supervisão de Victor Parrini