Não é de hoje que a escola espanhola de tênis se orgulha de ter alguns dos melhores. Carlos Alcaraz segue como o número 1 do mundo no ranking da ATP (Associação de Tênis Profissional), apesar da derrota para Djokovic na final dos Masters 1000 de Cincinnati. Além do atual campeão de Wimbledon, outros seis representam o país entre os 100 melhores do masculino. No feminino, Paula Badosa é a 46ª, seguida por três conterrâneas.
Antes desta geração, a Espanha contava com nomes como Rafael Nadal, Àlex Corretja, Arantxa Sánchez-Vicario e David Ferrer. Outro atleta merece um lugar especial no time: Carlos Moyá. Primeiro do país a ocupar o topo da classificação da ATP, em 1999, ele foi campeão do Open da França um ano antes e soma três títulos em Master Series no currículo: Monte Carlo (1998), Cincinnati (2002) e Roma (2004).
Ao Correio, Moyá rasgou elogios ao xará Carlos Alcaraz e analisou o impacto da própria carreira no cenário da Espanha. "Acho que não fui eu quem abri esse caminho para os outros. Quando surgi, já havia uma geração muito grande de jogadores, e os atuais conquistaram pelos próprios méritos. O Alcaraz é um grandíssimo jogador. É um jovem que tem tudo para ganhar todos os Grand Slams. Será um espetáculo para o público", compartilhou.
Moyá é um dos precursores dessa escola vitoriosa e figura importante na carreira de Rafael Nadal. Afinal, ele treina o ex-número 1 do mundo desde 2016. Lá se vão sete anos de parceria. Em junho, a Federação Espanhola de Tênis (RFET) compartilhou dados sobre a estrutura da modalidade na Espanha. Em 2023, são 150 jogadores ranqueados, 220 competições internacionais, 15 mil pistas, 85 mil tenistas licenciados e 3 milhões de praticantes.
Quanto ao Brasil, Carlos acredita não ter muito a aprender com a Espanha, pois são nações diferentes em muitos quesitos, mas crê no desenvolvimento técnico dos brasileiros nos próximos anos. O mentor de Nadal revela, ainda, estar de olho em Beatriz Haddad Maia, principal representante verde-amarela em Grand Slams. "Ela é uma figura muito importante para o tênis brasileiro e tomara que possa incentivar as crianças a se inspirarem nela", comenta.
No DF, Moyá deixou a aposentadoria momentaneamente para disputar a segunda edição do Brasília Champions, realizada no final de julho. Vencedor das três partidas que disputou no torneio amistoso na capital federal, ele relembrou outras aventuras pelo país e até de confrontos emblemáticos com Gustavo Kuerten.
"Gosto muito de jogar, e me sinto bem aqui. Estava ansioso para poder participar, é sempre bom jogar esse tipo de partida. Lembro das disputas com Guga no passado. O Brasil sempre me tratou muito bem, com muito carinho e respeito. Espero poder retribuir um pouco disso", discursa Moyá.
Apesar de ser a primeira vez na capital, Moyá lembra bem de outras passagens em solo brasileiro, especialmente a Copa Davis de 1998, em Porto Alegre. Derrotado por Guga no primeiro dia, venceu Fernando Meligeni na sequência e participou do título da Espanha, aos 21 anos. O tenista classifica a torcida brasileira naquele final de semana como uma das mais difíceis que enfrentou.
Sobre Guga, o espanhol reforçou que gostaria de ter visto o antigo adversário no torneio em Brasília. "É um dos maiores esportistas da história deste país, uma pessoa muito querida. Faz falta aqui, tomara que possa participar desse tipo de evento. Acredito que tenha sido o melhor brasileiro que vi jogar", acrescentou.
Mesmo longe do Velho Continente, Moyá agradeceu a festa da torcida e torce para ter deixado um impacto. "Que o torneio cative as pessoas sobre o tênis, principalmente as crianças", encerrou.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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