Se dinheiro comprasse sucesso, o Paris Saint Germain já teria conquistado a tão sonhada Liga dos Campeões. Apesar da fórmula inicial ter dado certo para o Manchester City na temporada anterior, a situação na capital francesa parece ir de mal a pior. Há dois anos, em 10 de agosto de 2021, o clube anunciava Lionel Messi com altas expectativas para a formação de um trio de ataque letal com Neymar e Kyllian Mbappé. A fase atual, porém, não é nada boa na Cidade Luz. O craque argentino partiu para jogar na Major League Soccer (MLS), a estrela francesa está afastada por não querer renovar o contrato e o brasileiro pediu para ser vendido.
Entre os três camisas 10 de seleções, Neymar foi a maior contratação do projeto parisiense para conquistar a Europa. Em 2017, o PSG desembolsou um valor recorde de 222 milhões de euros para tirar o jogador do Barcelona e transformá-lo na cara da equipe rumo à conquista inédita da Orelhuda, como é carinhosamente chamada a taça da Liga dos Campeões. Em 2020 bateu na trave, com o vice para o Bayern de Munique. Mas as outras edições formam uma coleção de fiascos e eliminações precoces.
Antes um dos jogadores mais cobiçados do futebol mundial, hoje, Neymar parece uma bomba relógio para o próximo clube interessado em contar com os serviços do craque. Nos seis anos em Paris, o brasileiro acumulou polêmicas e lesões que o tiraram de jogos decisivos, como contra Real Madrid, Manchester United e Bayern em edições distintas do principal torneio interclubes do mundo.
Vai ter leilão?
Segundo o jornal francês L’Équipe, Neymar teria pedido para deixar o PSG. A publicação sustenta que o desejo está atrelado ao sonho de atuar novamente pelo Barcelona. O camisa 10 estaria disposto a reduzir o salário e ser emprestado ao clube catalão. No entanto, o ex-companheiro e agora técnico do Barça, Xavi Hernández, não demonstra entusiasmo com a possibilidade.
Existe o receio quanto aos problemas físicos e pela possibilidade da chegada do brasileiro afetar negativamente o vestiário culé. Ainda assim, o desejo em contar com a estrela divide a diretoria do clube, por isso até o momento a aquisição não está descartada. O principal entrave pode ser os recorrentes problemas físicos do brasileiro. A postura de Neymar dentro e fora também não é vista como saudável, sobretudo com a possibilidade de afetar os mais jovens, como Pedri e Gavi.
Chefão do PSG, o magnata catari Nasser Al-Khelaifi não teria problema em negociar Neymar, contanto que consiga recuperar parte do investimento milionário feito em 2017. Realidade distante, pois o camisa 10 tem valor de mercado avaliado em 60 milhões de euros (cerca de R$ 323 milhões na cotação atual). Mesmo com a queda no preço pelo craque, poucos clubes têm a bala na agulha para contratar o brasileiro.
O Chelsea seria um dos poucos ricaços a fazer o PIX pela cria do Santos. O clube, recém-adquirido pelo bilionário Todd Boehly, vive dias menos turbulentos e tem Neymar como um antigo desejo de consumo. A eventual mudança daria ao astro a chance de se provar na Premier League, considerado por muitos o melhor campeonato do mundo. O alto salário seria um empecilho, mas não dos mais difíceis de ser contornado.
Outros mercados surgem como alternativas improváveis de destino para o atleta, como o emergente futebol saudita. Com o auxílio do governo, algumas equipes locais demonstraram o interesse no jogador e podem oferecer vencimentos altíssimos. Pesa contra o lado árabe a qualidade do esporte no país, ainda abaixo do europeu. Casa de Messi, a MLS também monitora a situação de Neymar.
A opção menos viável seria o retorno ao Brasil. O camisa 10 da Seleção expressou o desejo de um dia voltar ao futebol nacional, mas, no momento, é possibilidade remota. Neymar ainda almeja disputar outra Copa do Mundo e estar na Europa é uma parte importante para chegar no mundial em alto nível.
França, Espanha, Inglaterra, Arábia Saudita ou Brasil. Fato é que o país que receber Neymar terá um dos maiores talentos do mundo da bola. Resta saber se dessa vez o final será mais feliz projeto de expansão do Paris Saint-Germain para a Europa.
*Estagiário sob a supervisão de Victor Parrini
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