A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) considera a anulação do gol marcado pelo Vasco contra o Palmeiras, no duelo válido pela 21ª rodada do Brasileirão, no último domingo (27/8), como justa e correta. O lance impugnado pelo árbitro Wilton Pereira Sampaio causou bastante discussão e protesto por parte dos vascaínos. Na visão do clube carioca, o chute desferido por Paulinho estava em uma jogada diferente a de impedimento marcada pelo juiz.
Durante o programa semanal realizado pela entidade, o "Papo de Arbitragem", apresentado pelo presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme, o diretor, acompanhado por Péricles Bassols, gerente técnico do VAR, e Giulliano Bozzano, gerente técnico de arbitragem, concluíram o acerto do VAR pela decisão de anular o tento marcado por Paulinho.
Segundo o presidente, posteriormente complementado pelos convidados, a anulação do gol foi fundamentada por dois pontos importantes. O primeiro deles diz respeito à posição do atacante Vegetti, do Vasco. Após receber cruzamento de Piton, o atacante argentino cabeceou por cima de Weverton, mas teve a tentativa afastada por Richard Ríos, antes de protagonizar uma segunda tentativa, mas novamente afastada pela defesa palmeirense.
A posição de Vegetti, porém, segundo a interpretação dos profissionais da CBF, é de adiantamento em relação ao penúltimo defensor adversário. Na visão da entidade, a situação inviabilizaria a sequência do lance, quando Paulinho acertou o chute. "O primeiro (aspecto) é a situação de linha de impedimento, na qual o jogador tem uma parte do pé a frente do penúltimo defensor. Apesar de ser uma jogada fina, caracteriza o impedimento", disse Seneme.
O outro argumento diz respeito justamente ao momento antecedente à segunda tentativa de Vegetti. Assim como explica Péricles, a ação vascaína na área adversária, por se encaixar na regra de Attacking Possession Phase (APP, fase de posicionamento ofensivo, em inglês), ou seja, por ter sido uma ação ofensiva na qual não houve mudança na posse da bola, configura um impedimento.
O entendimento é que, em decorrência dos toques na bola do Palmeiras terem sido apenas "salvadas", segundo descrevem os especialistas, o momento não apresentou uma mudança no time dono da posse da bola e, portanto, não houve início de um novo lance de ataque do Vasco.
"A gente tem a salvada do jogador, que não caracteriza a posse da bola da defesa. E aí a bola volta para o jogador que cabeceou (Vegetti), o que configura a continuidade da fase de ataque (do Vasco). Ele (Vegetti), então, vai tentar cruzar e a bola vai para um defensor, que quer afastar a bola, que está sob pressão", explica Seneme.
"(O ataque) ainda está sob interferência da ação inicial, porque esses jogadores (do Palmeiras) estão querendo se posicionar ainda para se defender do que seria uma sequência da jogada (de ataque do Vasco). A posse da bola foi mantida em fase de ataque, o que não configura uma nova origem", complementa o Presidente.
*Estagiário sob a supervisão de Danilo Queiroz
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