Existe uma dupla das águas do Distrito Federal que não se intimida com grandes alturas. Rafael Borges, 18 anos, e Miguel Cardoso, 16, fazem parte do quarteto brasileiro que participará da primeira edição do Pan-Americano Júnior de High Diving, no domingo (27/8), em Lima, no Peru.
Os dois atletas competirão ao lado de Lucca Silveira e Gabriel Perdigão na competição com saltos de plataformas de 15m. Em entrevista ao Correio antes do desafio na capital peruana, compartilharam sobre a trajetória e os planos para a sequência da carreira.
Rafael é cria da Vila Telebrasília e tem quase 10 anos de vivência nos saltos ornamentais. "Comecei em 2014. Fui selecionado no Mackenzie e passei para a segunda fase antes de me chamarem para treinar na UnB. Sempre soube muito o que fazia. Desde o início, não estava ali para brincadeira e, sim, para treinar e conquistar objetivos. Tenho colhido frutos que plantei lá trás", compartilha.
Embora acumule bastante rodagem nos saltos ornamentais, Rafael conheceu o High Diving em 2023. "O High Dive é uma nova modalidade dos saltos ornamentais. Tive o primeiro contato nos Estados Unidos, onde pulei de 20m. Antes, eu só saltava de 10m. Como é um esporte novo, surgiram várias oportunidades. Competi, ganhei o Campeonato Brasileiro no início do ano e me classifiquei para o Pan-Americano", detalha.
Miguel Cardoso está com 16 anos e se orgulha de ter dedicado metade da vida aos saltos. “Conheci o esporte por meio do meu irmão, e acabei me apaixonando. Está aí uma coisa que eu não posso reclamar, minha família e amigos sempre fizeram de tudo para me apoiar e me incentivar. Me identifiquei muito com a modalidade, principalmente pela adrenalina e pela emoção”, ressalta.
O atleta da Asa Norte avalia que as piscinas da capital federal tem participação direta na evolução do Brasil nas modalidades. “Enxergo a gente como o futuro do Brasil, não só os que vão para essa competição, mas, sim, todos os de Brasília e dos demais estados”, analisa o jovem.
Em preparação para o Pan-Americano Júnior de High Diving, Miguel e Rafael saltaram da Ponte JK. Motivo: as plataformas da cidade não ultrapassam 10m e não oferecem condições de preparação para os desafios em Lima. A modalidade é relativamente nova e eles apostam nisso para ganhar apoio.
“É um sentimento diferente e de muita adrenalina por ser algo novo e emocionante. Acho que pode ser um evento que chame muita atenção da população do DF, mas tenho esperança que um dia teremos uma piscina para o High Diving no Brasil”, comenta Miguel.
Rafael não esconde a alegria por participar do torneio e fala sobre um sonho para a carreira. “Estou muito animado mesmo. Vai ser a primeira edição dessa competição do Pan e espero conseguir dar o meu melhor e voltar com uma medalha. Todo atleta sonha em estar uma Olimpíada futuramente. Comigo não é diferente. Talvez não dê nessa para Paris por não ter High Diving, mas muito provavelmente na próxima terá”, torce.
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