Quem disse que moda e futebol não caminham juntos? As nove edições da Copa do Mundo Feminina, de 1991 a 2023, comprovam a existência de tendências entre as seleções que desfilam pelos tapetes verdes do torneio, sobretudo entre as campeãs. O título inédito da Espanha sobre a Inglaterra alegrou, além de um povo, a marca de um país rival. A campanha vitoriosa da La Roja na edição na Austrália e na Nova Zelândia ampliou a hegemonia da Adidas como grife de luxo do principal torneio delas.
Diferentemente da Copa do Mundo masculina, a versão das mulheres teve fornecedoras de materiais esportivas cravadas nos mantos sagrados desde o início das disputas. A Adidas sempre se destacou. Levantamento do Correio, Dos nove torneios organizados pela Fifa em 32 anos, seis foram "vencidos" por equipes com a etiqueta da empresa fundada na pequena Herzogenaurach, de 22 mil habitantes, no interior da Alemanha.
Pouco mais de 83% das conquistas da marca foram consecutivas, com Estados Unidos (1991), Noruega (1995), Alemanha (2003 e 2007) e Japão (2011). O único símbolo a tentar fazer frente à Adidas foi a Nike. A companhia norte-americana tem metade das conquistas da concorrente europeia. Coincidência ou não, em colaboração com a equipe nacional. Em 1999, a US Soccer virou a casaca e foi pé-quente com o bicampeonato contra a China. Repetiu a dose em 2015 e 2019 e impôs jejum à Família Adidas.
Missão nada impossível para a Espanha em uma decisão de tributo ao melhor do futebol feminino na "guerra das marcas". Afinal, a Inglaterra vestia Nike e era a única esperança de dar sequência ao legado norte-americano. Sem dar sorte ao azar, a seleção ibérica resgatou ou fortaleceu o prestígio da Adidas.
Entre os homens, a Adidas também é líder. Das 11 Copas jogadas na era moderna, seis tiveram êxito da marca: Argentina (1978 e 2022), Alemanha (1990 e 2014), França (1998) e Espanha (2010). A Nike venceu com o Brasil em 2002 e com os franceses em 2018. Puma, Umbro e Le Coq Sportif faturaram uma cada, com Itália (2006), Brasil (1994) e Argentina (1986).
Outra jogada
A Nike segue atrás em títulos para a Adidas, mas pode comemorar uma conquista na Copa do Mundo Feminina de 2023. A grife dos Estados Unidos desenvolveu uma chuteira especialmente voltada para as jogadoras, baseada nas necessidades delas em campo. A iniciativa é fruto do protesto do principal nome da história do futebol feminino do Brasil e do mundo. Há quatro anos, no Mundial da França, Marta aproveitou a visibilidade do torneio para utilizar um calçado totalmente preto e sem patrocínios, como gesto em prol da igualdade no tratamento entre homens e mulheres no esporte mais popular do planeta.
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