A quinta final com partida única da Libertadores da América está a pouco mais de dois meses de distância. Entretanto, a Conmebol revive um velho drama enfrentado desde a implementação do modelo de sede fixa, em 2019: as dores de cabeça envolvendo o local escolhido para abrigar o jogo do título. Desta vez, o problema se concentra no gramado do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Na contagem regressiva para a decisão continental, em 4 de novembro, o palco carioca vai fechar temporariamente as portas para aplicar uma correção emergencial do piso. O último jogo antes do intensivão de recuperação será Fluminense e Olimpia, na quinta-feira (24/8), justamente pelo torneio sul-americano.
Embora a administração do estádio não tenha estabelecido um prazo de reabertura, a manutenção no gramado deve durar até a final da Copa do Brasil. O Maracanã vai receber um dos jogos da partida entre Flamengo e São Paulo em 17 ou 24 de setembro, a depender da ordem de mando de campo entre os times. Sempre atenta aos problemas recentes do estádio do Rio de Janeiro, a Conmebol acompanha a situação com o alerta ligado pelas experiências recentes. Praticamente todas as finais únicas da Libertadores exigiram atenção emergencial da entidade para deixar o palco apto a receber o principal jogo da temporada continental.
Em 2019, a Conmebol trocou a sede 18 dias da decisão entre Flamengo x River Plate. Enfrentando distúrbios sociais, Santiago, no Chile, foi substituída a toque de caixa por Lima, no Peru. Na edição de 2020, definida no início do ano seguinte devido à pandemia de covid-19, o Maracanã enfrentou o mesmo problema atual. Na ocasião, a entidade assumiu o estádio 20 dias antes de Palmeiras x Santos e precisou contratar uma engenheira agrônoma para transformar o gramado em um tapete. As decisões únicas em Montevidéu (2021) e Guayaquil (2022) exigiram um investimento de US$ 11 milhões nas mais variadas reformas. Foram US$ 5 milhões aplicados no Uruguai e US$ 6 milhões no Equador.
Operação 2023
Neste ano, o Maracanã também deve receber intervenção. Se repetir o cronograma de 2020, a Conmebol assumiria as rédeas do estádio em 16 de outubro, 20 dias antes da final. Nas edições de 2019 e 2021 da Copa América, a entidade também gastou no estádio do Rio de Janeiro. Na última delas, houve a troca de 60% do gramado. Para o jogo de 4 de novembro, a intervenção não será tão grande. Entretanto, será necessário cuidado para o piso ter condições de receber a decisão e proporcionar um jogo de alto nível. Ontem, por exemplo, o Flamengo foi advertido por jogar a Libertadores no local com o gramado em condições ruins.
A última grande intervenção no gramado do Maracanã ocorreu em março de 2022. Administradores do estádio, Flamengo e Fluminense implementaram um modelo híbrido, com promessa de suportar até 70 jogos por temporada. No ritmo atual, o número vai ser facilmente rompido. Com a nova pausa, dois jogos vão sair do local para outras praças esportivas. O tricolor vai enfrentar o Fortaleza, em 3 de setembro, em Volta Redonda. O rubro-negro ainda define o palco do confronto contra o Athletico-PR, 10 dias depois. Mesmo assim, se cumprido o restante do calendário com compromissos da Libertadores (dois), Série A do Campeonato Brasileiro (16) e Copa do Brasil (um), a arena do Rio de Janeiro atingirá a marca de 74 partidas somente em 2023.
Estádio de primeira grandeza da história do futebol brasileiro, com direito a duas finais de Copa do Mundo e se encaminhando para a terceira decisão de Libertadores, o Maracanã sofre para encontrar um caminho rentável para a demanda de jogos não causar impactos tão negativos no gramado. Até o momento, ninguém conseguiu resolver o recorrente problema de desgaste. Com isso, as pausas técnicas vão se acumulando na tentativa de minimizar os prejuízos.
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