Saltos ornamentais

Competidores fazem treino de luxo de high diving na Ponte JK

Atletas saltam de grandes alturas e usam o cartão-postal de Brasília para aperfeiçoar movimentos rumo ao 1° Pan-Americano Júnior da modalidade

A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Miguel Cardoso, 16 anos -  (crédito: Valter Ramos)
A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Miguel Cardoso, 16 anos - (crédito: Valter Ramos)
Júlia Eleutério
postado em 20/08/2023 06:00

Ao passarem pela Ponte Juscelino Kubitschek, neste sábado (19/8), motoristas e pedestres notaram uma movimentação diferente. O ponto turístico da capital tornou-se o local de treinamento para os atletas do high diving (salto de grandes alturas), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Ao todo, são quatro jovens, com idades entre 16 e 19 anos, que vão para o campeonato no Peru, em agosto. Entre eles, dois brasilienses estreiam no esporte nessa competição.

Saltando de uma altura de 15 metros, Lucca Silveira, 19, Miguel Cardoso, 16, e Rafael Borges, 18, praticaram repetidas vezes os saltos no Lago Paranoá. Nascido e criado na Vila Telebrasília, Rafael tem bom prognóstico para a disputa. “Quero principalmente dar o meu melhor e, se for o suficiente, louvado seja Deus”, comentou o atleta. Ele contou que o desejo de praticar o esporte começou ao ver um cartaz na escola sobre saltos ornamentais. “Falei com a minha mãe e ela me levou. Estou lá até hoje. Salto em altura, estou há um ano”, disse.

Rafael começou aos nove anos nos saltos ornamentais. Aplaudido por quem acompanhava os pulos na Ponte JK, o rapaz parecia não se intimidar com a altura de 15 metros. “Com certeza, dá medo, não vou mentir, mas acho que sou muito seguro no que eu faço. Se estou pulando daqui, é porque tenho segurança”, destacou o jovem.

Assim como ele, Miguel também é de Brasília. Morador da Asa Norte, revela que vem treinando bastante. “Se Deus quiser, a gente vai alcançar o pódio”, aposta. Miguel conta que saltar da Ponte JK é uma “adrenalina muito alta”, diz. “Dá muito medo, mas tem que ir assim mesmo”, confidencia o saltador, que começou nos esporte aos oitos anos, após o irmão mais velho apresentá-lo à modalidade.

De Goiânia, Lucca também esteve na Ponte JK para praticar. “Estou com as expectativas positivas e estou treinando bem para isso”, garantiu. “Estou com saltos fortes, então espero trazer alguma coisa pra gente”, enfatizou. Lucca faz saltos ornamentais desde 2017 e iniciou no high diving em janeiro deste ano. “Sempre gostei de fazer mortal quando criança. Descobri que tinham saltos ornamentais em Goiânia, fui  experimentar, e estou lá até hoje”, recordou.

A primeira edição do Pan-Americano Júnior de High Diving tem início em 27 de agosto, em Lima, no Peru. O Brasil embarca para o desafio com os jovens Lucca, Miguel, Rafael e Gabriel Per-digão, que é morador do Rio de Janeiro e vai se encontrar com a delegação posteriormente.

Chance de medalha

 

A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Lucca Silveira, 19 anos
A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Lucca Silveira, 19 anos (foto: Valter Ramos)

Treinador dos jovens no Saltos Brasil, Gabriel Serra explica que eles são da modalidade saltos ornamentais e iniciaram recentemente no high diving. “É o primeiro evento internacional, ainda mais júnior, que vamos participar. É um período de experiência, ir lá e entender como funciona a competição, mas tem muitas chances de medalha”, comentou o técnico.

Serra ressaltou ainda que, como é um esporte muito novo, muitos países não têm uma estrutura ou o espaço que tem em Brasília, como é o caso da Ponte JK. “É um privilégio que poucos países e cidades vão ter. Então, quanto mais os órgãos públicos entenderem que é seguro, que é feita uma preparação, que é tudo bem organizado, é fundamental para a gente repetir os treinamentos”, avaliou.

Para não correr riscos, a Marinha do Brasil, o Corpo de Bombeiros (CBDF) e a Polícia Militar deram suporte à atividade. Em conversa com a Administração Regional do Plano Piloto, a Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais (CBSO), que rege a modalidade, obteve o aval para utilizar o cartão-postal de Brasília uma vez por mês, até o fim deste ano.

Serra completa que a principal diferença entre os dois esportes é que o salto ornamental cai de cabeça e o high diving cai em pé. “Muda um pouco a percepção do salto. Além disso, mudam as alturas, que, no high diving são a partir de 15 metros, e os saltos ornamentais vão até 10 metros.”

Copa do Mundo na capital

A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Rafael Borges, 18 anos
A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Rafael Borges, 18 anos (foto: Valter Ramos)

Presidente dos Saltos Brasil, Ricardo Moreira contou que há a intenção de trazer uma etapa da Copa do Mundo da modalidade para a capital federal, no ano que vem. “A gente já conversou com a Secretaria de Esportes, que está dando todo apoio para a gente, assim como o governo do DF e o Ministério do Esporte”, antecipou. Neste ano, ocorreu o primeiro Campeonato Brasileiro da modalidade, em Pinheiros (SP).

Moreira observou que é um esporte que atrai muita atenção do público pela ousadia e coragem dos atletas. Para o Peru, vão quatro atletas, no entanto, a expectativa é que na próxima competição, o grupo também tenha mulheres. O juvenil salta de 10 a 15 metros, enquanto a modalidade adulta salta de 20 metros, o
feminino, e 27 metros, o masculino. “Estou buscando incentivar a modalidade no Brasil e espero que seja um novo esporte olímpico”, comentou o presidente.

  • A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Miguel Cardoso, 16 anos
    A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Miguel Cardoso, 16 anos Foto: Valter Ramos
  • Lucca Silveira veio de Goiânia para a capital
    Lucca Silveira veio de Goiânia para a capital Foto: Valter Ramos
  • A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Rafael Borges, 18 anos
    A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Rafael Borges, 18 anos Foto: Valter Ramos
  • Miguel Cardoso mora na Asa Norte: confiança
    Miguel Cardoso mora na Asa Norte: confiança Foto: Fotos: Valter Ramos/Divulgação
  • A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Lucca Silveira, 19 anos
    A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Lucca Silveira, 19 anos Foto: Valter Ramos
  • A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Miguel Cardoso, 16 anos
    A Ponte JK tornou-se o local de treinamento para os atletas do High Diving (salto de grandes alturas, em português), que representarão o Brasil no primeiro Pan-Americano Júnior da modalidade. Na foto: Miguel Cardoso, 16 anos Foto: Valter Ramos
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores.