Espanha e Inglaterra são adversárias na final da Copa do Mundo, no domingo (20/8), às 7h, no Estádio Olímpico de Sydney. Porém, antes de a bola rolar para a nona edição do torneio mais importante do cenário feminino, a dupla e as outra 10 seleções da Europa fizeram uma espécie de "pacto" para quebrar a hegemonia dos Estados Unidos na competição da Fifa.
Das oito Copas disputadas de 1991 a 2019, quatro foram vencidas pela seleção norte-americana, ou seja, metade. Um país detém mais títulos do que um continente. Casa das principais ligas do futebol feminino e, consequentemente, das principais craques do planeta bola, a Europa ostenta "apenas" três canecos: dois com Alemanha e um com a Noruega. Hoje, igualará a quantidade dos EUA em busca de dar origem a uma nova ordem mundial.
E a retomada do topo do mundo está sendo ensaiada desde a fase de grupos. Holanda e Portugal arrancaram pontos preciosos que poderiam ter colocado os Estados Unidos em um caminho teoricamente mais tranquilo na sequência. Nas oitavas de final, Megan Rapinoe, Alex Morgan e companhia deram adeus ao sonho do pentacampeonato com a eliminação dramática, nos pênaltis, por 5 x 4, e a intervenção da tecnologia.
Agora, chegou a vez de Espanha e Inglaterra assumirem o protagonismo e elevarem o nome do continente. A presença na decisão é reflexo dos investimentos dos últimos anos. As espanholas se orgulham de serem as atuais campeões da Liga dos Campeões Feminina, com o Barcelona. As inglesas se vangloriam do troféu da Eurocopa erguido no ano passado.
A dupla está, inclusive, no top 3 das seleções mais valiosas da nona edição da Copa do Mundo. Segundo levantamento da revista Forbes, a Espanha é a segunda com maior valor de mercado: 4,09 milhões de euros (cerca de R$ 22,1 milhões na cotação atual). A Inglaterra vem na sequência, com 3,65 milhões de euros (R$ 19,76 milhões). No ranking das finanças, também estão à frente dos Estados Unidos (4º, com R$ 16,6) e ficam atrás apenas da Alemanha (R$ 23 milhões).
As ações de Espanha e Inglaterra subiram conforme os avanços na Copa e chegaram ao clímax com possibilidade de título. A Fifa reservou U$ 110 milhões em premiação, valor quatro vezes maior que o distribuído há quatro anos, na França. Além da taça, as campeãs embolsarão U$ 4,3 milhões (R$ 21,3 milhões), e as vices U$ 3 milhões (14,9 milhões). De quebra, cada uma das 26 atletas das duas companhias receberão, pelo menos, R$ 2,6 milhões. As vencedoras faturam pouco mais de R$ 3 milhões.
Espanha e Inglaterra também trabalham com a possibilidade de fazer história no contexto geral do esporte mais popular do mundo. Apenas a Alemanha foi campeã pelo menos uma vez do torneio masculino e feminino. As espanholas se espelham em Xavi, Iniesta, David Villa e companhia em 2010, na África do Sul, enquanto as inglesas podem alcançar o feito de Gordon Banks, Bobby Charlton e Bobby Moore em 1966.
Para o técnico espanhol Jorge Vilda a história já foi escrita. "É algo merecido por todo o futebol feminino espanhol. Estou orgulhoso da equipe e muito feliz. Temos uma final pela frente e queremos vencê-la. O que buscamos e o que nos motiva é fazer as pessoas felizes, isso é maravilhoso", disse em entrevista à Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF).
Candidata a erguer o caneco para as inglesas, a zagueira e capitã Millie Bright ressalta o vínculo forte da equipe. "Temos muito amor umas pelas outras e estamos todas no mesmo caminho. Todas temos os mesmos sonhos e ambições, que certamente não vamos parar por aqui. É realmente uma loucura, um sonho que desejamos há tanto tempo ter a oportunidade de estar na final de uma Copa do Mundo", discursou à Federação Inglesa (FA).
Saiba Mais
Ficha técnica
Prováveis escalações
Espanha - Cata Coll; Oihane Hernández, Paredes, Codina e Batlle; Abelleira, Aitana Bonmatí e Jenni Hermoso; Redondo, Esther González e Caldentey (Putellas). Técnico: Jorge Vilda.
Inglaterra - Earps; Jess Carter, Bright e Greenwood; Lucy Bronze, Walsh, Stanway, Lauren James (Toone) e Daly; Hemp e Alessia Russo. Técnica: Sarina Wiegman
Quando: Domingo (20/8), às 7h
Onde: Estádio Olímpico de Sydney (AUS)
Transmissão: Globo, SporTV, CazéTV e Fifa+
Árbitra: Tori Penso (EUA)
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