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Pietra Simões vai representar o Brasil no Mundial Escolar de Atletismo

Atleta brasiliense disputará na modalidade de 100 metros com barreiras e possivelmente integrará a equipe brasileira do revezamento 4x100m. Evento começa no sábado (19/7), no Rio de Janeiro

 Pietra Simões, revelação do DF no Brasileiro Escolar de Atletismo. -  (crédito: Wagner Carmo/CBAt)
Pietra Simões, revelação do DF no Brasileiro Escolar de Atletismo. - (crédito: Wagner Carmo/CBAt)
Paulo Martins*
postado em 17/08/2023 16:58 / atualizado em 17/08/2023 18:57

Pietra Campbell Simões vai representar o Brasil no Campeonato Mundial Escolar de Atletismo, o Gymnasiade 2023, entre 19 a 27 de agosto, no Rio de Janeiro. A convocação da atleta do Colégio Católica de Brasília, campeã dos 100 metros com barreira no Campeonato Brasileiro Escolar de Atletismo 2023, foi confirmada oficialmente pela Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE).

A viagem para o Rio de Janeiro está marcada para esta sexta-feira (18/8), em um misto de emoções para a candanga. “Estou ansiosa. Vai ser uma ótima experiência e vou aproveitar essa oportunidade para tentar melhorar minha marca pessoal nos 100m com barreiras, que atualmente é de 13.66s. Esse é meu principal objetivo”, conta a vencedora de três medalhas no Campeonato Brasileiro de Atletismo Sub-18.

A competição do último fim de semana, em Aracaju, teve a jovem nascida na capital federal como vice-campeã nos 100 metros com barreiras, vice nos 400 metros com barreiras e terceira no revezamento 4x400 misto. No Mundial, Pietra atuará nos 100 metros com barreiras e pode integrar a equipe brasileira no revezamento 4x100m. A seleção nacional voltou a chamar uma da suas revelações nesta quinta-feira (17/8) para a disputa do Ibero-Americano Sub-18, em setembro, a ser realizado em Lima, no Peru.

Lá, a atleta tem grandes expectativas de atingir as metas estabelecidas por ela e pelo treinador, o professor do Mestrado em Educação Física da Universidade Católica de Brasília (UCB), Herbert Gustavo Simões, que é pai da esportista. “Meus pais também foram atletas, então sempre dão dicas e treinamentos que funcionaram para eles. Recebo um tratamento individualizado, além das observações aos detalhes do dia a dia, como horário de dormir e cuidar da alimentação”, relata.

Medalhista de ouro no revezamento da Gymnasiade 2022, na França, a brasiliense já sente os ares de voltar a competir no certame. "Estou animada porque o ano passado foi bem legal, é uma vivência totalmente diferente, em uma organização diferente. Com certeza vai ser uma experiência como nenhuma outra. Estou feliz pelas convocações, desempenhamos bem na seletiva, deu certo. Agora vem o mais importante, na competição, onde pretendo colher os frutos de tudo isso, já estamos colhendo o passado, mas pretendo seguir cultivando", espera.

"Eu tenho como maior objetivo a entrega na pista e a mira no meu recorde pessoal. Se eu fizer isso, vai ser o indício de um trabalho certo e também de ter representado bem o Brasil se eu conseguir baixar o meu tempo. O resto é consequência, de pegar algo, mas vai ser difícil, é um mundial. Vou me sentir realizada se eu conseguir isso. Acho que vou estar satisfeita com isso", mira a atleta. Pietra é um reforço recente do Praia Clube, integrando a equipe mineira no esporte.

A fase e o crescimento fazem parte do ritmo de evolução da esportista, com expectativa a um futuro ainda maior. "Estou feliz com tudo que está acontecendo, em uma sequência muito boa. Sou grata a quem está nessa comigo, o Colégio Católica, CECAF (Centro de Capacitação Física do Corpo de Bombeiros), onde treino, ao Praia Clube, por disponibilizar essa nova porta ao investir e fazer esse trabalho. Me sinto um pouco pioneira, o Praia é o novo nome no atletismo e eu estou feliz de ser parte disso. Estou otimista com o futuro", expressa.

Olhar do pai e do professsor

O treinador pessoal, Herbert Simões, observa a nova fase da cria, apesar de não abrir mão da moradia na capital federal. "Está recebendo um salário pelo clube, disputou o Troféu Brasil Adulto, foi nona, onde a barreira é mais alta e ela era a mais jovem na etapa. Ela não vai para Uberlândia, vai continuar morando aqui, treinando comigo, eu fui contratado como um dos treinadores. Eles vão fornecer materiais que eu solicitei, pagam as despesas de viagem, hospedagem e alimentação", explica.

"Está sendo uma boa oportunidade de reconhecimento, já que quando ela completou 17 anos, a bolsa-atleta dela foi cortada aqui no Distrito Federal. Era um auxílio escolar e eu achei estranho porque ela está em idade escolar, está representando o Brasil em um Mundial Escolar, foi campeã brasileira e bem no ano em que ela ainda está cursando, isso foi cortado. Pelo menos essa contratação é uma valorização que permite dar continuidade ao trabalho dela", declara. A jovem se encontra no 3º ano do Ensino Médio, prestes a concluir o segundo grau escolar.

Para o Mundial Escolar, o parâmetro dos países próximos dá uma alta expectativa a toda a família, apesar da competitividade da competição. "Essa prova é muito concorrida. Não sei se todas as nações estarão, mas a gente espera chegar à final. Porque ela é a terceira do ranking dos países ibero-americanos. Cada país só pode inscrever duas atletas para cada prova, então ainda que tenham algumas americanas à frente dela, serão poucas por prova. Cuba e Jamaica tem boas concorrentes, também", analisa.

O calendário apertado é um outro fator na vida do técnico e da atleta, com a variedade nos caráteres dos torneios aprimorando a performance direta da joia de Brasília. "Daqui a duas semanas ela vai disputar os Jogos da Juventude, uma competição nacional, organizada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), em Ribeirão Preto. É como se fosse uma Olimpíada, em todas as modalidades. O atletismo será disputado nos dias 2, 3 e 4 de setembro e ela vai representar a delegação do DF", diz o genitor.

*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima

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