Futebol

Gama bate o Capital e é campeão do Candangão Sub-20

Com gramado avariado no Mané Garrincha, Periquito vence o Coruja com estratégia de solidez defensiva e conquista título pela 12ª vez

Paulo Martins*
postado em 12/08/2023 12:30
Gama e Capital pela final do Candangão Sub-20, neste sábado (12/8), no Estádio Nacional Mané Garrincha -  (crédito: Luís Moreira/Gama)
Gama e Capital pela final do Candangão Sub-20, neste sábado (12/8), no Estádio Nacional Mané Garrincha - (crédito: Luís Moreira/Gama)

O Gama é o dono da base forte do Distrito Federal. Na manhã deste sábado (12/8), no Estádio Nacional Mané Garrincha, o Periquito venceu o Capital pela vantagem mínima, 1 x 0, e conquistou a taça do Candangão Sub-20 pela 12ª vez na história.

Em confronto brigado durante os 90 minutos, a disciplina nas marcações e nas disputas de bola foram um destaque da final, com a lealdade facilitando a mediação do confronto. Ambas equipes serão representantes da capital federal na edição 2024 da Copa São Paulo de Futebol Júnior.

O jogo

O confronto começou com o tricolor propondo o jogo no lado do campo mais prejudicado, no gol defendido pelo alviverde, virado para o Autódromo Nelson Piquet. Com o lado de campo melhor para atuar, o Periquito investiu nos contra-ataques, perdendo o primeiro gol aos oito minutos, com Diego Xavier finalizando cruzado, na área, de perna esquerda, rente à trave.

Com paciência, o Coruja incomodava mais pelo lado esquerdo do ataque, com as subidas duplas nas costas do lateral-direito Dudu. Deste setor, perto da área, surgiu uma polêmica aos 14, quando Henrique bateu falta fechada e o goleiro Wallace não tocou a bola, que balançou a rede, mas o tento foi anulado por impedimento de Wilhan, interferente na jogada.

Com as propostas claras de ambas partes, entre o domínio de um lado e o contragolpe do outro, o duelo contou com um aspecto extra de muita briga no meio de campo, mediado com um critério permissivo a contatos médios, sem aplicar cartões inicialmente, como decidiu o árbitro Rodrigo Raposo. O primeiro amarelo da partida foi na comemoração do gol de abertura do placar, com o autor do tento tirando a camisa.

Foi aos 32 minutos, quando em jogada de velocidade, iniciada com Diego Xavier, que encontrou Walmir José em boa posição na meia lua, invadindo a área e tocando na saída de Alecx para fazer vibrar o lado verde do estádio. Por sinal, ambas torcidas, setorizadas atrás de cada lateral do campo, estiveram em número tímido na partida, em público bem menor (pouco mais de 500 pessoas) em relação à decisão de 2022, quando o Ceilândia superou o Gama por 1 x 0.

Sofrendo com a dura marcação alviverde, o clube do Paranoá insistia pela bola aérea por não conseguir propor o jogo pelo chão. Claramente, aguardava o segundo tempo para ter um terreno próprio onde atacar, com o sol do fim da manhã atrapalhando o goleiro defensor da meta próxima ao Eixo Monumental.

Contra prognósticos, o Gama não aplicou uma retranca na volta do intervalo, tendo iniciativa na parte inicial do segundo tempo. Em jogo com menos oportunidades nesta instância, o cenário estava à feição desejada pelos gamenses: uma partida arrastada, sem chances claras e com o relógio correndo.

Entretanto, a partir dos 15 minutos, a primeira marcação do Capital se organizou para recuperar a posse de bola e incomodar mais rapidamente. O artilheiro do campeonato, Rian Pablo, apareceu com perigo pela primeira vez apenas aos 19, em batida cruzada próxima ao arco defendido por Wallace, contando com desvio na defesa.

Com isso, o Coruja voltava a cercar para encontrar espaços raros na defensiva do Periquito, sem sucesso pelo menos até a parada técnica, aos 25. Com ambas defesas compactas e os ataques cada vez mais isolados, as tentativas desde o banco de reservas eram pautados em tentar uma surpresa: assim agiu João Vitor aos 31, em cruzamento fechado que quase enganou o goleiro alviverde.

A insistência física com todas as mudanças feitas nos dois lados antes dos 35 minutos, além do sol e do calor cada vez mais forte ao chegar a tarde mostrava a garra de ambos lados, em partida que seguia de contato, mas sob o controle da arbitragem: nem o alviverde conseguia concretizar um contra-ataque fatal nem o tricolor lograva levar maior perigo.

A única oportunidade do centroavante gamense Luiz Felipe pegou o pé da trave direita do goleiro Alecx, aos 40. Em seguida, foi a vez de João Vitor, válvula de escape pelo lado esquerdo, chutar nas redes, mas pelo lado de fora. Com erros de passe sobretudo pelo nervosismo, a equipe do Paranoá teve menos a bola do que precisava, dando segundos preciosos para a conquista rival.

Aos 46, Mendes ainda recebeu excelente passe de Matheus Souza, mas finalizou rente ao poste e não matou o duelo. O placar foi a revanche na medida certa em relação ao confronto da segunda rodada do Grupo B, mas desta vez com festa e vibração do lado verde.

Ficha técnica:

CANDANGÃO SUB-20
Final - jogo único
Capital 0 x 1 Gama
Estádio Mané Garrincha

Capital

Alecx; Paulo, Junior, Arlyson e Michael; Wilhan, Samuel (João Vitor), Robert (Quinalha) e Henrique (Hiago); Gean (Diego Folha) e Rian Pablo. Técnico: Aurélio Ferreira

Gama

Wallace; Dudu (Thiago Mazega), Xandy, Luan Felipe e Jonathan; Gabriel Planta (Matheus Souza), Toró e Diego Xavier (Pablinho); Schimaltz (Mendes), Walmir José (Rafael Lourenço) e Luiz Felipe. Técnico: Jonathan Chulapa

Gols: Walmir José, aos 32 minutos do 1º tempo (Gama)

Cartões amarelos: Walmir José, Schimaltz, Rafael Lourenço e Mendes (Gama); Junior (Capital)

Arbitragem: Rodrigo Raposo

*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima

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