Pia Sundhage deixou a Suécia em 2019, mas a essência do trabalho dela segue latente na equipe. A atual dona da prancheta da Seleção Brasileira tem participação direta na campanha semifinalista da nação escandinava na Copa do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia, após a vitória por 2 x 1 sobre o Japão. Hoje, quem assina o trabalho é o técnico Peter Gerhardsson, mas o pontapé inicial para esse projeto com possibilidade de sucesso em 2023 pode ser creditado a ex-atacante.
A professora do Brasil esteve seis anos à frente da seleção sueca feminina. Herdou o boné de Thomas Dennerby e iniciou um trabalho autoral, pautado na renovação. Foi a responsável por lançar algumas das principais jogadoras do país, como a atacante Stina Blackstenius e as zagueiras Magdalena Eriksson e Amanda Ilestedt. A comandante teve bom teste com a campanha semifinalista na Euro-2013 e consolidou o trabalho três anos depois com a medalha de prata nos Jogos Rio-2016.
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A campanha, inclusive, passou por Brasília em dois jogos: o empate sem gols contra a China pela fase de grupos e a classificação sofrida, nos pênaltis, 4 x 3, sobre os Estados Unidos. A jornada até a decisão contra a Alemanha no Maracanã comprovou a aposta nos novos talentos. Receita reutilizada na campanha da Seleção Brasileira na fase de grupos e que pode render frutos no futuro. Afinal, das 23 convocadas por Peter Gerhardsson para esta edição do Mundial, 10 foram vice-campeãs olímpicas com Pia Sundhage no Rio de Janeiro.
Sundhage deixou um legado na seleção sueca. A contraprova está na última campanha do país nos Jogos Tóquio-2020. Já sob a batuta de Peter Gerhardsson, o país disputou a final novamente e caiu apenas para o Canadá, por 3 x 2, nos pênaltis. Das 18 selecionadas para a disputa na Terra do Sol Nascente, oito estavam no Rio cinco anos antes com a ex-atacante.
Em junho do ano passado, Suécia e Pia se reencontraram em amistoso da Seleção Brasileira. A treinadora não poupou elogios às compatriotas e ao trabalho do sucessor. "O que aconteceu depois de 2017, é que o elenco e a equipe de gestão tiveram um desempenho fantástico. Se você olhar para as jogadoras individualmente, Blackstenius não estava tão interessada em dar entrevistas, e hoje é uma estrela. É legal vê-la jogando. Rolfö se machucou um pouco e agora está driblando, está saudável. É impressionante. Está claro que Peter (Gerhardsson) fez um trabalho fantástico e certamente está muito orgulhoso. É uma seleção sueca que tem se saído muito bem", avaliou.
Antes de arrumar as malas para o Brasil, Pia Sundhage também trabalhou com o elenco sub-17. Ajudou na maturação de jovens talentos. A cultura de atenção à base possibilitou que jogadoras como Anna Sandberg, 20 anos, desfilasse em uma Copa do Mundo com pouca idade.
Histórico
A Suécia é um dos poucos países em ação em todas as edições da Copa do Mundo Feminina. E as escandinavas têm excelente retrospecto no torneio. Das nove participações, em cinco disputaram, pelo menos, a semifinal. As exceções são as versões de 1995 e 1999 (quartas de final), 2007 (fase de grupos) e 2015 (oitava de final). Em 2003, alcançaram a final e foram derrotadas pelas alemãs. Na terça-feira (15/8), às 5h, estarão a apenas mais um passo de uma nova decisão. O Mundial mais comentado e assistido da história também é o das surpresas. Afinal, com a queda do Japão, o planeta bola terá um campeão inédito.
Estiveram com Pia na Rio-2016 e estão na Copa 2023
Magdalena Eriksson (zagueira)
Jonna Andersson (zagueira)
Elin Rubensson (meia)
Kosovare Asllani (meia-atacante)
Stina Blackstenius (atacante)
Caroline Seger (meia)
Sofia Jakobsson (atacante)
Olivia Schough (meia)
Linda Sembrant (zagueira)
Suécia no Mundial
2023: semifinal*
2019: terceiro lugar
2015: oitavas de final
2011: terceiro lugar
2007: fase de grupos
2003: final
1999: quartas de final
1995: quartas de final
1991: terceiro lugar
*Campanha em andamento
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