Um sonhado retorno no São Paulo se tornou realidade nesta sexta-feira (4/8). O atacante Lucas Moura foi apresentado pelo Tricolor e falou em entrevista no Centro de Treinamentos da Barra Funda, na capital paulista. A nova passagem será curta até 31 de dezembro, com a mesma camisa 7 que o consagrou como ídolo do clube com o título inédito da Copa Sul-Americana de 2012.
Foram dez anos e oito meses desde a ida para a Europa, depois de 94 jogos, com 24 gols e 21 assistências com a camisa são-paulina. O atleta pode ser utilizado na 18ª rodada do Campeonato Brasileiro, neste domingo (6/8), às 16h, no Morumbi, contra o Atlético-MG.
“Ainda não tive essa conversa com a comissão técnica. Meu objetivo é estar preparado o mais rápido possível. Me sinto bem fisicamente, o que me falta é ritmo de jogo. Foi muito bom participar do treino ontem e hoje, conhecer os novos companheiros. Em relação ao domingo, depende da comissão e vamos tomar a decisão mais adequada”, fala o ponta, regularizado no Boletim Informativo Diário (BID), da CBF.
O jogador acredita em uma volta madura ao clube e fala da mobilização para o retorno. “Quando eu saí, eu tinha o pensamento de ficar, deixei isso muito claro. Nesse tempo todo, amadureci, casei, tive dois filhos e fiquei livre (no mercado) pela primeira vez. Não é uma decisão fácil. Decidi ouvir todas as propostas e analisei com a minha família. O que fez diferença foi o movimento que a torcida fez, invadindo as minhas redes sociais, a da minha esposa, isso mexeu comigo. Óbvio, o carinho e o amor que tenho pelo clube fez que eu tomasse o caminho de voltar para casa”, relembra.
Mesmo com o contrato até dezembro de 2023, a possibilidade é que o atleta aumenta a possibilidade de títulos para o clube. “Quero viver esses meses da melhor maneira possível. Parece que a ficha ainda não caiu, quero desfrutar desse momento e lá na frente vamos tomar a melhor decisão. Estou aqui e quero conquistar títulos. A decisão de voltar ao Brasil não é simples. Não posso voltar pensando em coisas ruins. Quero acreditar em coisas boas, mas estamos sujeitos a coisas ruins. Farei de tudo para serem momentos bons. Acho que o mais importante é o que a gente faz para conseguir os resultados: entrega e empenho garantem um resultado legal e da minha parte isso não vai faltar”, esclarece.
Tido como cereja do bolo de contratações do Soberano, junto do colombiano James Rodríguez, Lucas fala da vontade pelas copas. “ Me sinto feliz pela chegada do James, que vai agregar ao futebol brasileiro, não só ao São Paulo. Temos dois desafios pela frente, mas são resultados reversíveis, ainda que seja uma pena que eu não jogue a volta da Sul-Americana (contra o San Lorenzo). É completamente possível. Chego para ajudar, para tentar colocar em prática tudo aquilo que aprendi. Chego para dar o sangue pelo clube”, discursa.
A principal pretensão do time do Morumbi é voltar à decisão da Copa do Brasil depois de 23 anos. “O São Paulo chega com muita propriedade na semifinal. Não podemos falar em favoritismo. A vantagem é do Corinthians. É uma equipe perigosa, um clássico, mata-mata. Perdem um grande reforço, era o melhor jogador deles da temporada. Diante do nosso torcedor, com a possibilidade de jogar uma final, com certeza o time fica mais forte. Ainda está em aberto, mas o favorito é o Corinthians”, diz o reforço, jogando a pressão para o lado alvinegro do Majestoso.
O retorno com a camisa 7 teve o "aval" do meio-campista Alisson, ex-dono do número que consagrou Lucas Moura nos tempos de revelação no futebol brasileiro. “Gostaria de agradecer a ele. Isso é uma mostra do que ele é. É um número que eu gosto muito dentro e fora do futebol, marcou bastante minha primeira passagem, por isso resolvi aceitar esse gesto”, relata.
Com um técnico da Seleção Brasileira, Fernando Diniz, atuando no país, o ponta conta com a expectativa, ainda que remota, de vestir a camisa verde-amarela, acreditando na importância do São Paulo dentro do cenário atual. “Sempre esteve na minha cabeça voltar ao radar. Enquanto eu estiver em clube evidente e de alto nível, existe essa possibilidade. Penso no passo a passo, em estrear e depois penso nisso. Gosto de cumprir os contratos que eu assino e sinto muito orgulho de ter jogado em três clubes”, revela o ex-PSG e Tottenham.
“O Brasil forma grandes treinadores, mas tem que ser um país aberto para jogadores e técnicos estrangeiros. Não tem como negar que a Europa domina o futebol pela estrutura e competitividade. Vejo com bons olhos esses treinadores estrangeiros ajudarem com experiência e conhecimento. Acho que só tende a melhorar o futebol brasileiro, que sempre foi um celeiro de craques. O futebol brasileiro pode evoluir muito”, acredita.
Lucas também comentou as revelações constantes de jogadores Made in Cotia. “Fico feliz em ver a garotada participando do profissional. Passa um filme na cabeça, passei quatro anos em Cotia e volto em uma situação diferente. Fico muito feliz. O São Paulo tem uma mina de ouro e a base pode ajudar muito o elenco profissional na gestão e na parte financeira”, diz o jogador.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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