A Seleção Brasileira feminina ainda colhe os cacos após a eliminação precoce na fase de grupos da Copa do Mundo. Após o resultado vexatório – a primeira vez desde 1995 que o Brasil cai no mundial antes do mata-mata –, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, anunciou, na manhã desta quarta-feira (2/8), a pretensão de aumentar o investimento dedicado a modalidade.
“Já antecipo que este resultado em nada irá mudar o propósito da CBF, na minha gestão, de continuar investindo de forma consistente no futebol feminino como um todo. Pelo contrário, vamos intensificar este investimento. Vamos implementar também, ainda esse ano, durante as férias escolares, o Campeonato Brasileiro Sub-15/17, envolvendo todas as regiões do país. Competição essa que, em um curto prazo, revelará quase 1.500 novas jogadoras”, disse o presidente da CBF em comunicado no site da entidade.
Apesar da Confederação ter receitas totais acima de R$ 1 bilhão em 2022, o investimento na seleção feminina e na de base teve uma queda de 40% em relação a 2021 – número parcialmente justificado pela menor quantidade de competições disputadas. Ainda assim, em 2023, a previsão era de um orçamento recorde para a modalidade. Antes do mundial, a técnica Pia Sundhage lamentou publicamente a falta de trabalhos constantes em equipes nacionais femininas de sub-15 e sub-16.
Sobre a sueca, Ednaldo não deu pistas a respeito da continuidade do trabalho no cargo de treinadora da equipe principal, apenas citou “calma” para refletir sobre o desempenho. "Acompanhei de perto o comprometimento, foco e empenho das jogadoras e comissão técnica nessa Copa do Mundo Feminina. Infelizmente, a eliminação do Brasil foi precoce e o resultado da Seleção ficou aquém do esperado. Agora, é absorver o resultado e analisar com calma tudo o que aconteceu neste ciclo”, comunicou na nota.
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O presidente da CBF também afirmou fazer os “investimentos necessários” para o Brasil competir no nível mais alto nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e agradeceu o apoio da torcida e patrocinadores ao longo da Copa.
Confira o comunicado na íntegra:
Acompanhei de perto o comprometimento, foco e empenho das jogadoras e comissão técnica nessa Copa do Mundo Feminina. Infelizmente, a eliminação do Brasil foi precoce e o resultado da Seleção ficou aquém do esperado. Agora, é absorver o resultado e analisar com calma tudo o que aconteceu neste ciclo.
Já antecipo que este resultado em nada irá mudar o propósito da CBF, na minha gestão, de continuar investindo de forma consistente no futebol feminino como um todo. Pelo contrário, vamos intensificar este investimento. A técnica Simone Jatobá está neste momento na Granja Comary com a Seleção Sub-17 e, em dezembro, ela convoca pela segunda vez na história a Seleção Sub-15. Vamos implementar também, ainda esse ano, durante as férias escolares, o Campeonato Brasileiro Sub-15/17, envolvendo todas as regiões do país. Competição essa que, em um curto prazo, revelará quase 1.500 novas jogadoras.
É com seriedade, trabalho e comprometimento que crescemos. Essa Copa do Mundo despertou o Brasil para o futebol feminino e, junto com o torcedor, vieram novos patrocinadores.
Tivemos a maior cobertura jornalística da história da Seleção Brasileira Feminina, não só no Brasil, como também na Austrália. O esforço das empresas de comunicação e a dedicação dos profissionais de imprensa, que dedicaram um espaço relevante em seus veículos para a preparação da Seleção, levaram para o Brasil e para o mundo imagens e momentos emocionantes. Um universo que antes existia apenas no futebol masculino.
Teremos agora um ciclo olímpico pela frente e seguiremos dedicados a avançar. Faremos os investimentos necessários para que o Brasil venha nos Jogos Olímpicos, assim como nas próximas competições, com ainda mais apoio em busca dos melhores resultados.
Levo comigo e agradeço todo o carinho e apoio da torcida com a Seleção Brasileira Feminina. Essa foi certamente a maior de todas as conquistas
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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