COPA DO MUNDO

Atuações: como se saíram as jogadoras do Brasil contra a Jamaica

Seleção Brasileira não correspondeu às expectativas e teve a pior atuação com o empate sem gols. Essa é a terceira eliminação verde-amarela na fase de grupos, repetindo 1991 e 1995

Victor Parrini
postado em 02/08/2023 09:09 / atualizado em 02/08/2023 09:22
Seleção Brasileira volta para casa com uma vitória, uma derrota e um empate -  (crédito: William West/AFP)
Seleção Brasileira volta para casa com uma vitória, uma derrota e um empate - (crédito: William West/AFP)

Chegou ao fim o projeto Copa do mundo para Seleção Brasileira. Ao empatar sem gols com a Jamaica, nesta quarta-feira (2/8), a equipe comandada por Pia Sundhage não rompeu a barreira da fase de grupos pela terceira vez em nove edições — 1991, 1995 e 2023 — e, de quebra, viu Marta se despedir do maior palco do planeta bola com a ausência entre as 16 melhores seleções.

O primeiro tempo deixou comprovou o exagero da Seleção no jogo pelos lados, sobretudo pelo esquerdo. O setor ofensivo canhoto, apoiado pela lateral Tamires, foi o principal caminho canarinho para a meta jamaicana. A falta de capricho na finalização, porém, impediu a largada em vantagem na etapa inicial. Na volta dos vestiários, Pia optou pela entrada de Bia Zaneratto e confiou na mística de Marta. A treinadora, no entanto, demonstrou pragmatismo comprovado pela pior atuação no Mundial e pela eliminação.

Veja as notas para as atuações das jogadoras:

Letícia — Nota: 6,0
Goleira da Seleção foi quem menos trabalhou na “decisão”. A vantagem gritante do Brasil na posse de bola manteve a bola longe da área e impediu os sustos do ataque comandado por Khadija Shaw.

Antônia — Nota: 4,0
Não comprometeu, mas demonstrou fragilidade em lances isolados no lado direito da defesa. A falta de confiança também impactou na transição ofensiva, com 22 bolas perdidas.

Kathellen — Nota: 6,0
Retomou a titularidade no jogo mais importante da fase de grupos e deu conta do recado. Jogou mais fora que dentro da área defensiva. Foi segura quando requisitada e acertou 56 dos 65 passes, com 86% de precisão.

Rafaelle — Nota: 6,0
O papel da camisa 4 como zagueira esteve praticamente apenas do papel. O controle do Brasil no jogo possibilitou o avanço da defensora para o meio de campo. A precisão de 87% nos passes e os quatro lançamentos bem-sucedidos foram uma das principais armas da equipe.

Tamires — Nota: 6,5
Foi a principal alternativa ofensiva da Seleção Brasileira no primeiro tempo. A falta de alternativa de jogo pelo meio obrigou a lateral atuar como ponta-esquerda. Ela deu dois passes importantes e chutou duas vezes em direção ao gol. Na segunda etapa, também se lançou ao ataque, mas com menos brilho.

Luana — Nota: 3,8
A atuação abaixo da volante “travou” o meio de campo. Os 14 passes errados da camisa 5 escancaram o nervosismo e forçaram o jogo pelas pontas.

Kerolin — Nota: 5,3
Era das responsáveis da Seleção Brasileira pela criação das jogadas pelo meio. Porém, as duas linhas de quatro da Jamaica forçaram a adaptação da meia para o lado. Ela foi bem, acertou três de quatro dribles, abriu espaço, mas não encontrou o gol.

Ary Borges — Nota: 4,0
Jogou apenas os primeiros 45 minutos de jogo. Errou muitos passes, voltou a prender demais a bola e pouco contribuiu para engrenagem brasileira contra as jamaicanas.

Adriana — Nota: 4,8
Era para ser uma das principais jogadoras do ataque brasileiro, mas teve atuação apagada. Fez o básico, com bom índice de passos certos e marcação no campo de defesa, mas não cumpriu o papel de orquestrar o país à vitória.

Marta — Nota: 6,2
Atuou os 90 minutos mais acréscimos na primeira partida como titular. Ao lado de Debinha, funcionou como referência no 4-4-2 de Pia Sundhage. A falta de repertório, porém, obrigou a camisa 10 sair da área e tentar fazer o jogo girar. Acertou um lançamento, deu um drible e finalizou duas vezes.

Debinha — Nota: 5,5
Passou longe das atuações que a consolidaram como terceira maior artilheira da Seleção Brasileira. A noite “inofensiva” para a defesa jamaicana passou pela falta de abastecimento à referência ao lado de Marta. A camisa 9 finalizou apenas uma vez em direção ao gol.

Pia Sundhage (técnica) — Nota:
Acertou ao trocar Ary Borges por Bia Zaneratto ainda no primeiro tempo, mas demorou para promover mais substituições no começo do jogo. A “teimosia” diante da adversidade indica uma espécie de satisfação com a atuação. Quando mexeu, foi previsível ao trocar atacante por atacante, volante por volante.

Reservas

Bia Zaneratto — Nota: 3,8
Jogou os 45 minutos finais com a responsabilidade de oxigenar o ataque. Movimentou-se bem, mas não promoveu grandes mudanças na estrutura de jogo em comparação ao primeiro tempo.

Geyse — Nota: 3,0
Entrou a 10 minutos do final. No primeiro toque na bola, recebeu boa bola na grande área, mas finalizou muito mal e desperdiçou chance preciosa.

Duda Sampaio — Nota: 3,2
Assumiu a função da contestada Luana. Como Brasil jogou a reta final na base do abafa, não foi exigida defensivamente e pouco contribuiu no ataque.

Andressa Alves — Nota: 3,2
Entrou no lugar de Marta no momento de maior apuro da Seleção Brasileira. A experiência, porém, não fez diferença alguma diante da retranca jamaicana.

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