COPA DO MUNDO

Comitiva do Brasil fez networking na Austrália pela Copa Feminina de 2027

Interessado em ser a casa do próximo Mundial, Brasil, liderado pela ministra Ana Moser, atuou fora de campo com agenda de reuniões para atrair a edição de 2027

Danilo Queiroz
postado em 02/08/2023 06:00
Ana Moser e Lula observam a taça da Copa do Mundo de 2023: governo aproveitou edição atual para fortalecer contatos por candidatura em 2027    -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Ana Moser e Lula observam a taça da Copa do Mundo de 2023: governo aproveitou edição atual para fortalecer contatos por candidatura em 2027 - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A partir das 7h, a Seleção Brasileira entra em campo contra a Jamaica para garantir sequência na Copa do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia. Entretanto, desde antes de a bola rolar para a nona edição da competição, uma comitiva do país intensificou os detalhes para garantir o Brasil como sede da 10ª. De um lado, a equipe com presidente e ministra torce para o time tupiniquim colocar a primeira estrela no uniforme. Do outro, articula para viabilizar a campanha do país para receber o torneio, em 2027.

O Brasil anunciou o interesse de entrar no páreo pela próxima Copa do Mundo Feminina em 14 de abril, dias antes de a Fifa dar a largada oficial da corrida para definir a sede. Desde então, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Conmebol e diversos membros do alto escalão governamental endossaram o coro para fazer o projeto dar o resultado esperado. O Mundial da Austrália e da Nova Zelândia, inclusive, serviu como ponto central para o país alavancar de vez a candidatura.

Quando visitou o treino da Seleção Brasileira, em Brasília, um dia antes do último amistoso pré-Copa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou positivamente sobre a nova empreitada brasileira para ter uma competição da Fifa. O petista era o líder do país, em 2007, quando o Brasil foi escolhido para sediar o Mundial masculino de 2014. "Dessa vez, parece que vai ser mais fácil, porque a gente não tem mais que gastar dinheiro pra fazer estádio", pontuou. Depois disso, a equipe de Marta e companhia embarcou para a Austrália.

A ministra Ana Moser viajou logo em seguida. Passou sete dias no país da Oceania com a missão de captar nuances do planejamento de australianos e neozelandeses para receber a Copa do Mundo. No período, se reuniu com autoridades da Fifa, da CBF e da Conmebol. Os encontros mais importantes, porém, foram com membros da Comissão organizadora e confederações das nações sedes da atual edição. Grand Robertson, ministro do Esporte da Nova Zelândia, e Johanna Wood, presidente do futebol do mesmo país, para as conversas sobre o know-how necessário.

Assim como Lula, Ana Moser defende a espécie de "legado antecipado" do Brasil por ter estádios prontos para abrigar a edição de 2027. "Estivemos na Austrália e Nova Zelândia para entender o processo vivido pelos países de preparação para a Copa do Mundo. Questões que estamos visualizando, como investimentos em construção para além do torneio, que fiquem como legado para o esporte feminino", pontuou, em coletiva realizada na semana passada, já de volta a São Paulo. "Eles têm a mesma ideia de enxergar a competição, como nós estamos trabalhando, para o desenvolvimento do futebol feminino como um legado", prosseguiu a ministra.

Apoio regional

Na passagem por um dos países sedes da Copa do Mundo, a delegação brasileira turbinou o apoio continental à candidatura. Presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez fortaleceu a inteção de ver o continente receber o primeiro Mundial feminino, em 2027, e a edição centenária do masculino, em 2030. "Na América do Sul, é parte essencial da nossa cultura. Por isso, queremos a Copa no Brasil. O futebol gera união. Seremos um até 2030 e que possamos, nesse contexto, ser reconhecidos como o lugar onde a Copa do Mundo começou", assegurou. "A conversa com o presidente da Fifa foi protocolar, mas com a Conmebol recebemos o apoio", reforçou Ana Moser.

A concorrência para ser sede da Copa do Mundo de 2027 é forte. Além da candidatura brasileira, estão na disputa a África do Sul e outras duas propostas robustas com mais de um país envolvido: as vizinhas europeias Bélgica, Holanda e Alemanha, além de México e Estados Unidos, também protagonistas do Mundial masculino de 2026, nas Américas do Norte e Central, ao lado do Canadá. Ciente e conhecedor das dificuldades do caminho até ser escolhido pela Fifa, o Brasil entrou em campo cedo e atua em duas frentes. Na primeira, está o interesse de voltar para casa com o caneco da edição de 2023. Na segunda, adquirir mais força para garantir a próxima disputa por aqui.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação