Copa do Mundo

Pai de jogadora da Seleção vendeu carro para acompanhar filha na Copa

Em terras australianas, Elymar Costa também se hospeda em albergues e em casas de desconhecidos para conseguir acompanhar Lauren em campo

Para vivenciar um momento histórico ao lado da filha, o socorrista Elymar Costa, 45 anos, decidiu vender o único carro que tinha para acompanhar Lauren, a zagueira da Seleção Brasileira, na Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia.

Em entrevista ao portal Gaucha ZH, Lekão, como é conhecido na cidade natal de Votorantim (SP), relatou que vem se hospedando em albergues ou em casas de desconhecidos para conseguir acompanhar a filha na Copa.

"Eu tinha falado antes que venderia o que fosse necessário para ir à Austrália. Então, com muita dor no coração, coloquei à venda o meu carro do coração, que era um Fiat 147. Um amigo se sensibilizou e comprou o carro para me ajudar a ir para a Austrália. No dia da venda, fiz, chorando, um vídeo com o meu carrinho indo embora. Mas eu falei que um dia eu compraria outro. Afinal, a oportunidade de ver a minha filha em uma Copa do Mundo era única", afirmou ele.

Infelizmente a venda do carro também não foi suficiente para bancar a estadia completa dele durante a competição e mesmo com a ajuda de Lauren, ele precisou pensar com criatividade.

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"Comprei a passagem 15 minutos depois da convocação e paguei um preço absurdo. Mas eu acabo ficando em albergues, e divido quartos coletivos com turistas estrangeiros. Quando o pessoal do albergue aqui de Brisbane descobriu que eu tinha vindo acompanhar a minha filha na Copa do Mundo, eles me cederam um quarto individual sem nenhum custo extra. Mas eu não ligo para isso", contou.

Ele revelou ainda que várias pessoas descobriram que ele estava acompanhando a filha e o convidaram para ficar na casa deles.

E o esforço valeu a pena para ver a filha em campo durante a partida entre Brasil e Panamá em que Lauren começou o jogo entre as titulares. "Foi uma emoção muito grande. Ela me contou já na véspera. Se ela não tivesse contado, eu até teria dormido tranquilo. Mas não dormi. Na hora, vendo ela perfilada para a execução do hino, me emocionei. Lembrei de tudo que fizemos para que esse sonho fosse possível", reconheceu.

Lekão provavelmente se referia aos momentos em que ajudou a filha a conquistar o sonho de ser jogadora de futebol. Quando Lauren tinha ainda 11 anos, Lekão a levava de moto de Votorantim até a capital paulista para que ela pudesse treinar, em um trajeto diário de 200 km, contando a ida e a volta.

"Levávamos 2h para ir e mais 2h para voltar. Era um perigo? Sim. Era uma loucura? Sim. Mas, no momento, era o que eu podia fazer pelo sonho dela. Fiz o que o meu coração dizia que eu deveria fazer", contou também.

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