De um lado, um dos ícones de uma excepcional geração do tênis. Do outro, o líder de uma jovem e promissora legião da modalidade. Hoje, às 10h, Novak Djokovic e Carlos Alcaraz farão um verdadeiro duelo entre duas linhagens douradas na decisão do Torneio de Wimbledon, em Londres. Sete vezes campeão da competição, o sérvio de 36 anos encara o jogo como "mais um dia" na vitoriosa carreira. Atrás do primeiro triunfo na grama inglesa, o espanhol, de 20, define uma conquista como, possivelmente, "o melhor momento da vida."
Com vários recordes no currículo, Djokovic tem em mente concretizar o ambicioso plano de ampliar o nome na história do tênis. Se ganhar, o sérvio iguala o recorde de Roger Federer e conquista o 24º título de Grand Slam, superando Serena Williams e alcançando a marca absoluta de Margaret Court. Promissor, Alcaraz dá os primeiros passos em uma história de grande potencial. Campeão do US Open em 2022, joga a decisão de Wimbledon pela primeira vez. Novak, por exemplo, ganhou a primeira taça em Londres "apenas" aos 24.
Assumindo o risco de parecer "arrogante", o sérvio assumiu o favoritismo. "É um confronto definitivo. Tudo se resume a um jogo. Todos os olhos do mundo estarão voltados para a final. Provavelmente, será o jogo mais visto em nível mundial", afirmou Djokovic. "Acho que é mais especial jogar contra uma lenda do nosso esporte. Se eu vencer, será incrível para mim, não só por ganhar o título de Wimbledon, mas por fazer isso contra Novak", acrescentou Alcaraz.
O retrospecto do confronto em fases menos agudas, porém, indica equilíbrio. Os dois ícones de gerações distintas do tênis mediram força em quadra apenas duas vezes. Cada um venceu uma. Djokovic levou a melhor na semifinal de Roland Garros, em junho, e pavimentou caminho para o título. Alcaraz ganhou na mesma etapa do ATP de Madri, em maio de 2022, e também seguiu firme para colocar o título na galeria de conquistas.
Na grama, estilo de quadra na qual Djokovic tem bem mais intimidade, vão se encontrar pela primeira vez. Em Wimbledon, por exemplo, o sérvio não perde um jogo na quadra central, local da decisão, desde a temporada de 2013. "Não é o momento de ter medo. É preciso dar tudo. Vou lutar e acho que posso vencê-lo aqui", garantiu Alcaraz. "Carlos está em ótima forma, muito motivado, é jovem e tem fome de vitórias", reconheceu Novak, antes de advertir. "Eu também estou com fome. Então, vamos dar um banquete", prometeu.