A vida a dois pode ser um desafio para algumas pessoas e uma jornada de repleta de alegrias para outras. Campeãs olímpicas e mundiais nas categorias de base do vôlei de praia, Duda e Ana Patrícia parecem ter sido feitas uma para a outra. O sucesso nos primeiros saques na areia está sendo repetido na categoria adulta. Brasília tem a oportunidade de testemunhar o talento delas em quadra.
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Líderes do ranking da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) elas encerraram, no ano passado, o jejum de sete anos do Brasil sem título no Campeonato Mundial. Agora, falta apenas um item a ser riscado na lista delas para reprisar o sucesso do início dos saltos sobre a areia: a medalha olímpica. Mas, enquanto Paris-2024 não chega, elas exaltam a parceira ao Correio.
"Eu me sinto grata por ter essa oportunidade de estar com a Duda de novo. Tudo aconteceu da forma que deveria ser. O instante que nossos caminhos tomaram um rumo diferente foi superimportante para esse nosso momento individual, para que a gente chegasse nessa nova etapa de dupla mais maduras", ressalta Ana Patrícia.
"A gente convive muito e compartilha a vida juntas. O fato da gente se gostar muito, a confiança que temos uma na outra têm contribuído nessa sinergia e cumplicidade. Acredito que é perceptível para quem acompanha", complementa a dona da camisa 1.
Para Duda, o segredo para seguir em alto nível e entrosada com o par é extrair o melhor da rotina. "Vamos aproveitando cada momento e oportunidade que o vôlei nos dá para jogar. É muito legal nossa companhia, é muito leve e acaba tirando essa pressão", compartilha.
A pressão, inclusive, é um dos fatores que mais demandam atenção da dupla. Elas entendem também ser preciso se desvencilhar de expectativas exageradas para seguir perseguindo grandes objetivos, como Olimpíadas. "É inevitável não pensar, mas precisamos viver cada torneio, cada ponto. Isso é importante para não criar uma ansiedade, que é normal", explica Duda.
Ana Patrícia endossa o discurso da companheira e enxerga o tempo como aliado para a missão mais nobre do ciclo, daqui a 377 dias. "Leva um tempo até construir a finezzi do negócio. Sofremos muito no início até reencontrarmos isso. Vínhamos de parcerias com características diferentes. Tínhamos de encontrar o nosso jogo", avalia.
"Tem muita coisa para acontecer nesse próximo ano de corrida olímpica. Pensamos ponto a ponto e campeonato a campeonato porque é isso que tem que ser. Não tem como estar lá sem fazer o agora", discursa a mineira.
Competir em Brasília
A capital é figurinha carimbada no álbum de sedes do Circuito Brasileiro. Ontem, Duda e Ana Patrícia venceram as partidas e o clima seco. "Que bom que teve esse frio à noite. É bem seco e a gente sofre muito. Viemos de Uberlândia e é parecido. Gosto de estar em Brasília. Fico feliz de estar aqui. É difícil ter tempo para turistar, mas, às vezes, a gente consegue andar pela cidade", diz Duda.
Ana Patrícia também não esconde a alegria em competir no quadradinho. "A gente se diverte muito. Cada vez mais as pessoas estão acompanhado. Ver o pessoal torcer e vibrar. É para isso que trabalhamos", destaca.