Sebastian Avellino Vargas, o preparador físico do Universitario, do Peru, seguirá preso em São Paulo após acusação de racismo na derrota por 1 x 0 para o Corinthians, na última terça-feira (11/7), na Neo Química Arena. O profissional passou por uma audiência de custódia nesta quarta, no Fórum Criminal da Barra Funda, e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.
A defesa do preparador físico pode recorrer na decisão para que ele responda em liberdade. Após a prisão em flagrante na Neo Química Arena, Sebastian Avellino Vargas prestou depoimento com o acompanhamento de dois membros do consulado peruano em São Paulo. Um deles atuava como tradutor. Ele foi indiciado por racismo, com pena de um a três anos.
Três corintianos também foram ouvidos, mas em condição de testemunhas. Todos relataram a mesma situação, na qual o preparador físico recolhia os materiais esportivos do time visitante e rebatia as provocações dos paulistas. O profissional peruano alegou que os torcedores locais cuspiram nele.
O Universitario repudiou as decisões da Justiça. "Nas últimas horas, a honra de um profissional do nosso clube foi manchada. Sebastián Avellino foi tratado como criminoso no Brasil, passando a noite em uma prisão, o que consideramos um ato inadmissível, humilhante e ultrajante", diz trecho do comunicado.
"Repudiamos esse tipo de humilhação por parte das autoridades brasileiras que pretendem, sem nenhuma prova, realizar prisões arbitrárias", conclui a nota oficial do clube peruano.
Na entrevista coletiva pós-jogo, o treinador do Universitario, Jorge Fossati, defendeu o companheiro. "Eu não vi. O conheço e trabalha comigo há 13 anos, desde 2010, é um cara muito respeitoso. Segundo ele me falou, foi mal interpretado seus gestos. Estavam cuspindo e xingando ele, coisas de futebol, infelizmente. Parece que o torcedor pode fazer o que quiser. Se a gente reage, está errado. É assim. Mas também está errado o torcedor do Corinthians e do Universitario se não tiver comportamento adequado para estar no jogo", amenizou.