COPA DO BRASIL

Copa do Brasil: qual goleiro é o mais confiável nos pênaltis?

Decisões em série na marca da cal na etapa anterior abrem discussão para mais de 11 metros sobre o potencial dos donos das traves. Levantamento do Correio mostra em qual deles você pode apostar as fichas no instante de alta tensão

Quando o assunto é mata-mata os enredos das partidas costumam ganhar contornos dramáticos, mas com final feliz para uns e decepção para outros. Um dos ingredientes para esse caldeirão de emoções é a disputa por pênaltis. A Copa do Brasil sabe bem como é isso. Das últimas oito finais, três foram decididas na marca da cal. E a 35ª edição do segundo torneio mais importante do calendário nacional segue a tendência. Cinco dos oito sobreviventes percorreram o caminho mais perigoso até as quartas e, se ainda sonham com a classificação à semi, é porque depositam fé em amuletos baixo das traves.

Hoje, amanhã e sábado, o torneio promete dar o que falar com os jogos de volta do round entre os oito melhores. Assim como na fase anterior, o alerta de definições na marca da cal está mais que ligado. Afinal, nenhum dos quatro jogos terminaram com diferença superior a um gol no primeiro capítulo das disputas e não existe mais o saldo qualificado para a bola na rede para o time visitante. Isso significa que um golzinho pode mudar completamente o desenho das semifinais marcadas para 9 e 16 de agosto.

Mas decidir a sequência no torneio, talvez, não seja tão terrível para América-MG, Athletico-PR, Bahia, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Palmeiras e São Paulo. Eles levam a sério a máxima de que um grande time começa por um bom goleiro. Todos os arqueiros dos postulantes ao título da competição mais rentável do país pegaram pelo menos um pênalti na carreira. Estamos falando de figurões, como a dupla de Seleção Brasileira Cássio e Weverton, além de expoentes da nova geração, a exemplo de Bento Matheus Cunha e Gabriel Grando.

O primeiro semifinalista da versão de 2023 da Copa do Brasil sairá de Porto Alegre. Às 19h, Grêmio e Bahia protagonizam o segundo ato do confronto na Arena. Apenas um tricolor sairá aliviado da disputa. O empate por 1 x 1 deixa tudo em aberto e com a possibilidade de penalidades. É aí que entram o defensor gaúcho Gabriel Grando e o baiano Marcos Felipe. Aos 23 anos, Grando coleciona uma interceptação em cima da linha, contra o Fortaleza, pelo Brasileirão de 2021. Parece pouco, mas para o jovem que acumula rodagem sob a batuta de Renato Gaúcho, é uma marca que eleva a moral. Marcos Felipe tem quatro anos a mais e duas defesas de vantagem para o adversário gremista. Ele foi o protagonista da classificação sobre o Santos nas oitavas de final ao buscar as cobranças de Camacho e Bruno Mezenga.

Reedição da decisão de 2013, Athletico-PR x Flamengo reforça a preferência por profissionais capazes de fazer o "trabalho sujo" nos momentos de apuros. Aos 24 anos, Bento evidencia a linha de produção de excelentes goleiros do Furacão. Ele é o sucessor dos campeões olímpicos com a Seleção Brasileira, Santos e Weverton. O santo paranaense catou sete bolas adversárias arrematadas da marca da cal. Três delas foram em decisões nesta edição da Copa do Brasil: uma na terceira fase contra o CRB e duas diante do Botafogo em pleno Nilton Santos. Escolhido pelo técnico Sampaoli pelas qualidades com os pés, Matheus Cunha ensaia se agigantar nos pênaltis. Ele tem apenas um defendido até o momento, mas o saldo é positivo na primeira experiência como titular do time mais popular do Brasil.

O Choque-Rei de amanhã, às 20h, no Allianz Parque, é um reencontro entre dois nomes experientes. A vantagem no quesito, porém, pesa para o lado alviverde da força. Weverton é o terceiro goleiro da Seleção Brasileira e considerado o principal nome da posição no país. Aos 35 anos, ostenta 18 penais defendidos. Oito deles em mata-mata ou finais, como aquele nas Olimpíadas Rio-2016, contra a Alemanha, ou os dois na Supercopa do Brasil contra o Flamengo, no Mané Garrincha, há dois anos. Ainda em Brasília, resolveu tirar onda de atacante ao isolar a bola na Recopa contra o Defensa y Justicia. O paraense de Rio Branco, inclusive, fechou a porta para uma batida do Tricolor nas oitavas do ano passado, no chute de Luciano.

O Palmeiras ficou pelo caminho mesmo assim, mas busca desfecho diferente. Para isso, precisará superar os 10 na linha e Rafael no gol. O boleiro de 34 anos tomou conta da posição carente desde a aposentadoria de Rogério Ceni em 2015. Em 37 jogos pela equipe do Morumbi, defendeu seis pênaltis: cinco no tempo normal e um no mata-mata contra o Sport nas oitavas de final dramática em junho. Foi uma classificação perigosa. O São Paulo podia perder por até um gol de diferença em casa, mas sofreu o 3 x 1 e quase deu adeus ao torneio.

"Não precisava desse susto, não gostaríamos de ter decidido nos pênaltis, gostaríamos de ter ganhado. O mais importante é o que passamos, mas feliz por ter ajudado mais uma vez. Tínhamos algumas estratégias. Temos de agradecer aos treinadores de goleiros que nos ajudam muito", disse Rafael após a intervenção precisa.

O embate entre Corinthians e América-MG, no sábado, às 16h30, em Itaquera, opõe o líder e o terceiro colocado do ranking de milagreiros debaixo das traves. Cássio não é apenas o recordista de títulos pelo Alvinegro do Parque São Jorge. Ele também é o maior pegador de pênalti da história do clube. Em 11 anos de serviços prestados, se orgulha de ter no currículo 29 defesas. E existe um equilíbrio: 14 com o cronômetro ativo e 15 em mata-matas. Nesta edição, impediu o gol de Leonan, do Remo, na terceira fase, e o de Hulk, do Atlético-MG, nas oitavas.

"Hoje, o pênalti não se refere só a ir lá e bater. Tem todo um estudo. Agradeço ao CiFut do Corinthians, ao Marcelo e ao Luís, preparadores de goleiro que me ajudaram muito nesse sentido ali", disse Cássio após mais um ato heroico contra o Galo.

De Cássio para Cavichiolli. O arqueiro do Coelho fecha o pódio com 13 pênaltis defendidos na carreira. Três deles em partidas eliminatórias, todas pela Copa do Brasil. Aos 36 anos, é um dos homens de confiança do técnico Vagner Mancini. Os 45 jogos do comandante à frente do Corinthians pode ser um trunfo para a orientação na eventual disputa por pênaltis.

Editoria de arte/CB - Ranking dos pegadores de pênaltis

Agenda

Quarta-feira (12/7)

19h Grêmio x Bahia

21h30 Athletico-PR x Flamengo

Quinta-feira (13/7)

20h Palmeiras x São Paulo

Sábado

16h30 Corinthians x América-MG

 

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