Os caminhos até o título da Copa do Brasil são conhecidamente traiçoeiros. Porém, existem especialistas em percorrer tal jornada e a etapa de quartas de final, marcada para começar nesta terça-feira (4/7), está repleta deles. Entre os oito treinadores envolvidos nas quatro partidas, cinco foram campeões do mata-mata nacional em algum momento da carreira. Juntos, Dorival Júnior, Vanderlei Luxemburgo, Abel Ferreira, Vagner Mancini e Renato Gaúcho somam sete conquistas da competição. O número de finais é ainda maior: ao todo, chegaram em 12.
O quinteto tem peito dourado no torneio, mas Renato é quem carrega o maior estilo copeiro entre todos eles. O profissional, inclusive, nunca escondeu o gosto pessoal por disputar competições eliminatórias. A preferência é justificada por ele ser o único da lista de 2023 a ter medalhas como treinador e como jogador. Nos gramados, foi campeão no Flamengo, em 1990. Na área técnica, guiou o Fluminense ao título de 2007 e o Grêmio ao topo do pódio de 2016. No Vasco, foi vice em 2006. No tricolor gaúcho, ainda bateu na trave em 2020, quando perdeu o título para Abel Ferreira, do Palmeiras. O português carimbou o título logo na primeira decisão.
Atual campeão com o Flamengo, Dorival Júnior é outro com larga experiência na Copa do Brasil. Ao todo, chegou em três finalíssimas do principal mata-mata do calendário nacional. Em 2010, ganhou o torneio eliminatório com o Santos. A lembrança ruim é de 2016, quando ficou em segundo lugar, também pelo Peixe, com derrota para o Palmeiras. Neste ano, o técnico tem um desafio e tanto: ser o primeiro treinador a ter dois títulos consecutivos e, ainda, dar ao São Paulo a primeira conquista.
Os demais membros das quartas de final deste ano têm uma conquista no currículo, mas também acumulam algumas decepções na competição. Hoje no América-MG, Vagner Mancini protagonizou uma das maiores zebras da Copa do Brasil ao ser campeão com o Paulista de Jundiaí, em 2005, contra o Fluminense. Dar o primeiro título ao Coelho seria outra grande façanha, mas ele falhou na mesma tentativa com o Athletico-PR, em 2013, diante do Flamengo.
Vanderlei Luxemburgo ganhou a Copa do Brasil em 2003 com o super time do Cruzeiro. Naquele mesmo ano, o treinador também foi campeão da Série A do Campeonato Brasileiro com a Raposa na primeira edição de pontos corridos. Os vice-campeonatos, porém, são maioria. O experiente técnico caiu nas decisões de 1996, quando dirigia o Palmeiras, e de 2001, quando liderava o Corinthians, o mesmo time da atual disputa.
Caça ao topo
Cinco treinadores da atual edição ganharam o título da Copa do Brasil em algum momento. Porém, nenhum deles pode alcançar o topo da lista de treinadores campeões neste ano. Outro medalhão histórico do mata-mata nacional, mas fora da disputa por mais uma taça em 2023, Luiz Felipe Scolari tem quatro conquistas: ele chegou ao topo por Criciúma (1991), Grêmio (1994) e Palmeiras (1998 e 2012).
Os bicampeões Dorival Júnior e Renato Gaúcho aparecem mais perto do atual treinador do Atlético-MG no ranking. Porém, em caso de um tri pessoal nas finais previstas para 17 e 24 de setembro, eles apenas se igualariam com outro técnico no segundo lugar. Hoje no Internacional, time eliminado precocemente no torneio, Mano Menezes foi campeão por Corinthians (2009) e Cruzeiro (2017 e 2018).
Atrás da primeira
Flamengo, Bahia e Athletico-PR são os únicos sem técnicos com antecedentes de conquistas na Copa do Brasil no banco de reservas. Atual campeão, o rubro-negro tenta manter o status com Jorge Sampaoli. O argentino jogou a competição apenas uma vez na carreira e caiu nas oitavas de final com o Santos. Os outros dois são estreantes no mata-mata nacional: o português Renato Paiva, do tricolor, e o interino Wesley Carvalho, do Furacão, jogam pela primeira vez.
O desejo do trio certamente é a acumular a bagagem do quinteto. Em América-MG x Corinthians e São Paulo x Palmeiras, dois campeões serão eliminados. Em Flamengo x Athletico-PR, um técnico sem taça irá adiante. Bahia x Grêmio será o duelo de opostos no quesito. Mas não importa o status e a história construída. Todos querem terminar no mesmo lugar: no topo.