O Nordeste está bem representado na Copa do Mundo. Na busca pelo título mundial, a Seleção Brasileira conta com oito jogadoras nascidas na região, entre elas Marta e Ary Borges, principal nome da estreia na competição, com três gols. Mas o destaque não para nas duas. Entre as onze titulares na vitória por 4 x 0 contra o Panamá, quatro são nordestinas.
Da zaga ao ataque: Antônia, nascida em Riacho de Santana, no Rio Grande do Norte; Rafaelle, de Cipó, na Bahia; Adriana, de União, no Piauí; e Ary, maranhense de São Luiz. Todas entraram em campo. No segundo tempo do confronto, Marta, alagoana de Dois Riachos, e Geyse, também alagoana, mas de Maragogi, entraram. As únicas a não disputar ao menos um minuto foram as goleiras reservas Bárbara (Recife-PE) e Camila (São Luís-MA).
O número de representantes só é inferior ao Sudeste, região de 11 das 23 atletas. Completam o grupo duas do Sul (Bruninha, do Paraná, e Mônica Hickman, do Rio Grande do Sul), uma do Centro-Oeste (Ana Vitória, do Mato Grosso) e uma nascida no exterior (Angelina, nos Estados Unidos). Por outro lado, não há nenhuma nascida no Norte.
A importância das nordestinas passa por todas as posições. No gol, Bárbara é jogadora de confiança da técnica Pia Sundhage. Apesar de não ter feito parte do ciclo para a Copa, a sueca bancou a convocação da arqueira do Flamengo. Para ser reserva de Lelê, a escolhida foi Camila. Mesmo sem ter entrado em campo pela Seleção, a jovem de 22 anos foi convocada pela primeira vez em abril deste ano e é tida como uma das promessas da meta.
Na lateral, Antônia Silva é a dona da posição e foi titular no título da Copa América. Após a conquista, a atleta foi recebida com festa na cidade de Riacho de Santana. A potiguar é apenas a segunda jogadora do estado a disputar uma Copa, igualando o feito de Suzana, em 1999. Durante a Era Pia, a defensora do Levante, da Espanha, foi convocada em 25 ocasiões.
No miolo da zaga, Rafaelle é a xerife e capitã. A defensora de 32 anos já vestiu a amarelinha na Copa de 2015, nas Olimpíadas do Rio e de Tóquio e na Copa América, quando levantou a taça para o Brasil. Na ausência de Marta, a jogadora do Orlando Pride é a escolhida de Pia para vestir a braçadeira.
No meio, está Adriana Silva. Maior venda da história do futebol brasileiro, também fez história por ser a primeira piauiense a disputar um mundial. Na 20ª convocação para defender o Brasil, a jogadora está na equipe desde 2017.
Campeã da Champions League com o Barcelona e uma das artilheiras do torneio, Geyse é aposta de Pia para incendiar o jogo. Na segunda Copa da carreira, é um dos principais nomes da renovação da equipe verde-amarela.
No ataque, a melhor em campo na estreia contra o Panamá, Ary Borges caiu nas graças da torcida. A artilheira do mundial, com três gols, atua pela Seleção desde as categorias de base e foi chamada para o grupo principal pela primeira vez em 2020, no início do novo ciclo. Titular e decisiva, a maranhense desponta como um dos maiores destaques.
Para fechar o grupo de nordestinas, a maior de todas: Marta. A Rainha dispensa apresentações. 119 gols pela seleção, seis Bolas de Ouro, inúmeras conquistas. No último mundial da carreira, a camisa 10 não apenas é a primeira opção de capitã e grande nome de confiança de Pia, mas também é um motivador extra. Entre as próprias atletas é quase um consenso: ganhar a Copa pela Marta.
Juntas, o grupo de nordestinas soma 103 convocações e mais de 40 gols. Com o cuscuz típico da região na mala — a Seleção levou mais de 20kg do alimento para a Copa —, as oito mulheres seguem em busca de dar o primeiro título mundial para o Brasil.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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