Quem observa o ambiente animado da Seleção Brasileira na caça ao título inédito na Copa do Mundo talvez não imagine que existe uma questão muito mal resolvida prestes a se reapresentar. Adversárias de Marta, Tamires e companhia, no sábado (29/7), às 7h, em Brisbane, as francesas se tornaram verdadeiras pedras nos sapatos, ou melhor, nas chuteiras verde-amarelas. Invictas contra o Brasil, as europeias jogam sob o rótulo de favoritas à liderança do Grupo F e contam com outros trunfos para reverter o "prejuízo" do empate com a Jamaica, na estreia.
Anfitriã da edição anterior da Copa do Mundo Feminina, a França ensaia uma campanha para além das quartas de final, como foi em 2019. Para tirar o objetivo do papel, promoveu uma mudança drástica no comando da equipe. A plaquinha levantou na Federação Francesa de Futebol (FFF) com a saída da treinadora Corinne Diacre, em março, após seis anos no cargo. A ex-dona da prancheta tinha problemas de relacionamentos com algumas jogadoras. Três delas, inclusive, comunicaram que, caso não houvesse mudança, não disputaram o Mundial devido às condições de trabalho e ambiente.
Antes da virada do mês, a FFF repatriou Hervé Renard, bicampeão da Copa Africana de Nações com Zâmbia (2012) e Costa do Marfim (2015). O treinador de 54 anos estava à frente da seleção masculina da Arábia Saudita, quando recebeu o convite para comandar o time feminino do país-natal até os Jogos Paris-2024. Renard entrou em evidência após orquestrar os árabes na vitória sobre a Argentina de Lionel Messi, por 2 x 1. Hoje, conseguiu restabelecer o bom ambiente entre as francesas. Em três jogos, tem uma vitória, uma derrota e um empate. Contra o Brasil, ele planeja embalar a equipe.
"Não devemos tirar lições precipitadamente. Algumas equipes começam a competição com força e nem sempre chegam ao final. Outras começam um pouco mais devagar e avançam. Vamos ter que ser sólidos, como fomos no segundo tempo (contra a Jamaica) e vamos obter o que viemos procurando", disse Renard na coletiva após a estreia.
O treinador, claro, confia no elenco, mas tem um trunfo que atende por Wendie Renard. A zagueira de 33 anos é a capitã do time e a jogadora de linha de maior estatura entre as 736 convocadas pelas 32 seleções da nona edição do Mundial. Estamos falando de 1,87m. A gigante da defesa das Bleus fica atrás apenas de Kaiya Jota, goleira de Filipinas. Renard é pilar e dúvida para a partida contra o Brasil. Ela corre para vencer as dores na panturrilha, mas ontem participou de treino coletivo e pode pintar, pelo menos, no banco de reservas.
A França quer força máxima por dois motivos. Primeiro, para conquistar a primeira vitória na Copa do Mundo e alcançar a liderança para chegar à última rodada da fase de grupos, dependendo apenas de si para se classificar ao mata-mata. As francesas também jogarão pelo manutenção do bom retrospecto contra o Brasil. Elas jamais perderam para Marta e companhia. São 11 jogos, com seis vitórias e cinco empates. As duas seleções estiveram frente a frente em duas partidas de Mundiais. A última delas, nas oitavas da edição de 2019, quando as anfitriãs levaram a melhor com a vitória por 2 x 1 na prorrogação.
Retrospecto
2022: França 2 x 1 Brasil (amistoso)
2020: França 1 x 0 Brasil (amistoso)
2019: França 2 x 1 Brasil (Copa do Mundo - Oitavas)
2018: França 3 x 1 Brasil (amistoso)
2016: França 1 x 1 Brasil (amistoso)
2015: França 2 x 1 Brasil (amistoso)
2014: Brasil 0 x 2 França (amistoso)
2014: França 0 x 0 Brasil (amistoso)
2013: França 1 x 1 Brasil (amistoso)
2013: França 2 x 2 Brasil (amistoso)
2003: França 1 x 1 Brasil (Copa do Mundo - Fase de grupos)
Saiba Mais
- Esportes O que o futebol feminino pode ensinar ao masculino
- Esportes Eliminatórias: Mané Garrincha vai receber vistoria da CBF em agosto
- Esportes GP da Bélgica fecha "1º turno" da temporada 2023 da Fórmula 1
- Esportes Torcedores do Gama são presos por agredirem rival do Brasiliense
- Esportes A esgrimista ucraniana desclassificada por se recusar a apertar mão de rival russa
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores.