A pouco mais de um ano dos Jogos de Paris-2024, as Seleções Brasileiras de Vôlei, masculina e feminina, estão fora da disputa de medalhas na Liga das Nações. O time de Renan Dal Zotto de vôlei brasileiro foi superado pela Polônia por três 3 sets a 0 (parciais 26/24, 25/21 e 25/20) pelas quartas de final da competição, nesta quinta-feira (20/7), e seguiu o mesmo enredo das comandadas de Zé Roberto Guimarães.
Diante dos anfitriões, o time verde-amarelo não foi páreo para o primor do entrosamento adversário. Embora não tenham se aproveitado tão bem da parte ofensiva, os poloneses abusaram das recepções e dos saques para concretizar uma vitória segura.
Enquanto o Brasil volta para a casa, a Polônia direciona as atenções para a semifinal contra o Japão, às no domingo (22/7), às 12h (de Brasília). Em caso de nova vitória, decidirá o título contra Estados Unidos ou Itália, adversários na outra chave, no mesmo dia, às 15h.
A eliminação marcou a segunda ausência do time masculino e feminino do pódio da Liga das Nações, desde a criação em 2018. Com os próximos Jogos Olímpicos batendo à porta, o vôlei brasileiro vive o princípio de uma crise de identidade. Longe do auge no esporte, os esquadrões masculino e feminino do voleibol nacional não terão medalhas em uma competição, no mesmo momento, pela terceira vez nos últimos vinte anos.
Cartão de visitas
Concentrado como não se mostrou em algumas oportunidades na competição, o Brasil começou a partida disposto a tentar a confiança polonesa diante de um ginásio lotado. Alinhada, a Seleção buscava o máximo de oportunismo que podia nas chances de explorar o alto e sólido bloqueio adversário.
Através do ponteiro passador Sliwka, canhoto, porém, o time branco e vermelho variava as investidas no ataque para promover ameaças constantes ao Brasil. Com a dupla composta pelo atleta e pelo ponteiro Leon, a equipe da casa não permitia uma vantagem da Seleção no placar.
Apesar disso, o visitante, mesmo parando em algumas oportunidades até mesmo em bloqueios simples do adversário, o Brasil era capaz de tocar em todas as bolas na defesa, mesmo com espirros de bola nas investidas europeias. A tendência, portanto, era de que o ataque mandante cansasse com o passar do tempo.
Mesmo com sorte em alguns momentos, a Polônia também se complicou para lidar com os serviços sul-americanos. Somente no primeiro set, foram três. O Brasil, além de se aproveitar dos erros dos poloneses, principalmente em bloqueios mal-sucedidos do adversário, mantinha a confiança no alto.
Esse fator, porém, não foi o suficiente para um desfecho de set positivo. Após um rally de 30 segundos, as equipes entraram em discordância sobre o último toque na bola, antes de ela cair na quadra brasileira. Após fortes reclamações brasileiras, o árbitro assinalou o ponto para os visitantes, mas voltou para dar o set aos mandantes: 26 a 24.
Reação mal sucedida
A volta ao jogo para a segunda parcial já não foi tão positiva quanto na primeira. A Polônia, confiante, se aproveitava de León na posição de sacador. Ele fez estragos à recepção brasileira. Com o 7 x 2 no placar para a equipe da casa, Renan Dal Zotto pediu tempo para instruir os jogadores e deixar a paralela aberta para Kurek.
No entanto, a Polônia, na parte inicial do set, dava indícios de que não desaceleraria. Com o 8 x 4 em bloqueios para a seleção europeia, o Brasil pecava no aproveitamento ofensivo. Com 14 acertos ofensivos, os tupiniquins mostravam dificuldade para não depender de saques e bloqueios. De qualquer maneira, o time verde e amarelo, com vontade, esboçava recuperação. Antes do placar estabelecida em 12 x 7, os comandados de Renan Dal Zotto diminuíram a vantagem polonesa e conseguiram empatar a partida por 15 x 15.
Com um pouco mais de altura nos levantamentos para o oposto Alan, autor de 11 pontos, o Brasil se mostrava, de pouco em pouco, sólido como no início da partida. Com isso, pela primeira vez na segunda parcial, virou o placar para 18 x 17, e passava a depender da coragem para voltar ao confronto, principalmente por meio de golpes altos no ataque e de saques forçados.
A Polônia ainda levava a melhor. Com Leon atento nas recepções, o bloqueio polonês seguiu confiante nas defesas até mesmo para abrir durante as ofensivas brasileiras. Os europeus superaram as fortes tentativas ofensivas do Brasil pelo centro da quadra para fechar mais um set: 25 a 21.
Fim do recital
Para não permitir uma vitória maiúscula da anfitriã, o Brasil se mantinha insistente para dar conta do entrosamento polonês, que fazia um terceiro set positivo com recepções seguras, bloqueios bem feitos de todos os tipos e ainda a sorte com os “saques no varal”.
Com a entrada de Leal no jogo, para somar os primeiros minutos em toda a competição, o Brasil propôs jogo para o seguro adversário. Porém, com os destaques Alan e Lucarelli, muito bem marcados, dependia do “feijão com arroz”.
Taticamente, a Polônia se mantinha impecável. Além de bem alinhada, limitava as opções verde-amarelas e se aproveitava dos pontos fortes de maneiras muito mais sólida em relação ao Brasil. Os saques de León, por exemplo, se mantinham indigeríveis, e ajudavam a manter a vantagem europeia em 19 x 16.
Nada indicava o fim do recital polonês em Gdansk. Eficiente e alinhado durante todo o jogo, o time vermelho e branco fez uso das principais qualidades dos melhores jogadores à disposição e, mesmo sem se aproveitar da melhor forma, mantiveram as recepções, os bloqueios e os serviços como ponte chave para fechar por 25 x 20.
Saiba Mais
*Estagiário sob a supervisão de Victor Parrini