FUTEBOL

Copa do Mundo: pontapé inicial será dado na madrugada desta quinta

Programe o despertador, separe o pijamão e prepare-se para tomar litros de café: a versão feminina da principal competição da Fifa larga nesta quinta-feira (19/7), às 4h, com exibições de música pop, rap e três banquetes de futebol

Victor Parrini
Sofia Cunha
postado em 19/07/2023 03:55
Bola oficial da Copa do Mundo se chama Oceaunz, uma referência ao continente e as siglas dos dois países anfitriões -  (crédito: Christof Stache/AFP)
Bola oficial da Copa do Mundo se chama Oceaunz, uma referência ao continente e as siglas dos dois países anfitriões - (crédito: Christof Stache/AFP)

Tic-tac, o tempo de espera para ver as maiores estrelas do planeta bola desfilando pelos tapetes verdes da nona edição da Copa do Mundo Feminina de futebol está chegando ao fim. O pontapé inicial será dado na madrugada de quarta (19/7) para quinta-feira (20/7), às 4h (de Brasília) desta quinta-feira, com o duelo entre Nova Zelândia e Noruega, no Estádio Eden Park, em Auckland (NZL), pelo Grupo A. Antes do apito inicial da árbitra Yoshimi Yamashita, a Fifa promoverá um espetáculo de abertura com diferentes atrações.

A exibição musical fica por conta da cantora neozelandesa pop Benee e da rapper australiana Mallrat. A dupla compôs o hit oficial da Copa do Mundo, Do it Again (Faça Isso Novamente, em português). Na canção, as artistas transmitem mensagem de persistência dos sonhos. O evento também trará mais das culturas dos dois países, com o Haka, uma dança maori de boas-vindas, tradicionalmente protagonizada pelos All Blacks, a seleção neozelandesa de rúgbi.

Pela primeira vez, o Mundial será disputado por 32 seleções, divididas em oito grupos. Depois de três jogos, as duas primeiras colocadas avançarão às oitavas de final.

Também é novidade dois países como sedes simultâneas do torneio. Austrália e Nova Zelândia, na Oceania, receberão as 64 partidas.

Segundo a Fifa, todas as 736 jogadoras receberão, no mínimo, US$ 30 mil (aproximadamente R$ 144 mil na cotação atual), valor destinado à participação na primeira etapa. As campeãs ganharão US$ 270 mil (R$ 1,3 milhão).

Os valores destinados diretamente às jogadoras — outra novidade na competição — e às federações fazem parte do montante de US$ 110 milhões (R$ 529 milhões) separados pela Fifa como premiação total da Copa.

O orçamento é 300% maior em relação à premiação da Copa do Mundo Feminina de 2019, na França. Mas representa apenas 25% do total distribuído na Copa do Mundo Masculina de 2022, no Catar — US$ 440 milhões (R$ 2,1 bilhões). Além dos US$ 110 milhões mencionados anteriormente, a Fifa destinará US$ 11,3 milhões (R$ 54,3 milhões) ao Programa de Benefícios para Clubes da Copa do Mundo e US$ 30,7 milhões (R$ 147,6 milhões) à preparação das equipes.

Quem leva?

Os Estados Unidos entram como favoritos em qualquer torneio. A seleção da capitã Megan Rapinoe é tetracampeã do mundo e quatro vezes campeã olímpica. Além disso, os EUA se mantêm no topo do ranking mundial da Fifa de forma ininterrupta há nove anos.

A Copa de 2019 foi um marco para a Inglaterra. Desde o último Mundial, a Seleção Inglesa cresceu no cenário do futebol feminino. É a atual campeã da Eurocopa e da Finalíssima contra o Brasil. Portanto, chega de olho no primeiro lugar.

A Alemanha é vice-campeã da Eurocopa (perdeu para a Inglaterra por 2 x 1) e a segunda colocada no ranking da Fifa. Venceu as Copas de 2003 e 2007 e pode fazer boa campanha na edição atual. Porém, foi pega de surpresa duas vezes neste ano: amargou revés para a estreante Zâmbia, por 3 x 2, e para o Brasil, por 2 x 1, ambos em amistosos.

Quem chega com a intenção de surpreender é a Espanha de Alexia Putellas, a melhor do mundo pela Fifa em 2021 e 2022. Por outro lado, a Seleção Espanhola tem desfalques importantes por causa de protestos das jogadoras contra a federação e o trabalho do técnico José Vilda. A base da convocação é o Barcelona, atual campeão da Liga dos Campeões Feminina ao derrotar o Wolfsburg na última decisão.

Estrelas

Não faltarão craques em campo na Copa do Mundo. Ao mesmo tempo, o Mundial será marcado por despedidas de jogadoras importantes. A atacante Megan Rapinoe parte para a quarta e última Copa. No currículo, a estrela e capitã dos EUA tem dois Mundiais (2015 e 2019) e uma Olimpíada (2012). Além das conquistas por clubes e pela seleção, a jogadora eleita melhor do mundo em 2019 é conhecida pelo engajamento em causas políticas e sociais.

Alex Morgan integra o plantel de craques dos EUA e disputará a quarta Copa do Mundo na carreira. A atacante dona da camisa 13 também se sagrou campeã olímpica em 2012 e do mundo em 2015 e 2019. Vencedora, Morgan é uma das líderes dos EUA rumo ao quinto título.

A recordista de prêmios de melhor do mundo Marta (seis estatuetas) também deve se despedir do torneio — o sexto na carreira, desde 2003, quando tinha 17 anos. Ela também esteve em cinco edições de Olimpíadas. Apesar de não ter conquistado os dois campeonatos, a atacante é sinônimo de representatividade para a nova geração e de lutas pela igualdade de gênero no esporte.

Alexia Putellas é a atual melhor do mundo pela segunda vez consecutiva. A jogadora do Barcelona pretende surpreender e liderar a Espanha rumo ao primeiro título em Copa, apesar dos problemas internos na seleção.

Jennifer Hermoso também é peça-chave. Aos 33 anos, ela é a maior artilheira da Espanha com 48 gols. A melhor jogadora da Liga dos Campeões em 2023, Aitana Bonmati, chega ao Mundial para reforçar a equipe.

A vitoriosa Lucy Bronze chefia a zaga da Inglaterra pela lateral direita. Foi eleita a melhor do mundo em 2020. Olho também na goleira Mary Earps, a melhor do planeta, e na meia Keira Walsh. Vale ficar de olho também Ada Hegerberg (Noruega), Wendie Renard (França) e Christine Sinclair (Canadá).

Guia do dia 1

Nova Zelândia x Noruega

Anfitriãs versus campeãs mundiais. Esse é o enredo do duelo inaugural. Nova Zelândia e Noruega buscarão alcançar a melhor versão protagonizada na história do torneio. As neozelandesas jamais passaram da primeira fase e se apegam à comoção do país. Em 2019, elas terminaram zeradas na lanterna do Grupo E. As norueguesas se orgulham do título do segundo Mundial, em 1995. A missão é ir além das quartas, estágio no qual caiu há quatro anos, na França.

Quando: Quinta-feira (20/7), às 4h

Onde: Eden Park, Auckland (NZL)

Transmissão: SporTV, CazéTV e Fifa

Austrália x Irlanda

A segunda dose de futebol na abertura do Mundial envolve, além de Austrália e Irlanda, o Brasil. A paranaense Edina Alves será a dona do apito (leia mais na página 20). Enquanto as australianas se orgulham das participações em sete das oito edições, as irlandesas aguardam pela primeira experiência no maior palco do futebol feminino. Para a partida, a Fifa aguarda mais de 100 mil pessoas no Stadium Austrália.

Quando: Quinta-feira (20/7), às 7h

Onde: Stadium Austrália, Sydney (AUS)

Transmissão: SporTV, CazéTV e Fifa

Nigéria x Canadá

Nigerianas e canadenses fecharão o primeiro dia. As africanas disputaram todas as edições da Copa. As atuais campeãs olímpicas têm uma participação a menos. Elas ficaram fora na primeira edição, em 1991. O time treinado por Bev Priestman ganhou ouro inédito em Tóquio-2020 com o brilho individual da atacante Christine Sinclair, maior artilheira entre seleções masculinas e feminina, com 190 bolas na rede.

Quando: Quinta-feira (20/7), às 23h30

Onde: Melbourne Retangular, Melbourne (AUS)

Transmissão: SporTV, CazéTV e Fifa

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