A volta de Daniel Ricciardo à Fórmula 1 indica um desejo de competitividade entre os pilotos do quadro da Red Bull. O australiano foi anunciado como novidade na Alpha Tauri, equipe secundária dos taurinos na última semana e fará sua estreia no próximo fim de semana, no Grande Prêmio da Hungria.
Ao substituir o holandês Nyck de Vries — campeão da Fórmula 2 em 2019 e formado na base da Mercedes — o piloto de 34 anos tem a missão de dar ritmo à lanterna do campeonato de construtores, ao lado do japonês Yuki Tsunoda. Além disso, o passado de bons resultados fez o chefe da equipe principal, Christian Horner, dizer que o regresso ao grid pleiteia uma vaga no time para 2024, em afirmação para pressionar o dono do segundo carro, Sergio Pérez, sem contrato para o ano seguinte.
A observação a Ricciardo, como um potencial campeão do mundo, passa pelo bom humor e pela capacidade de constância do piloto desde o princípio da história pessoal na categoria. Em 2011, estreou durante o certame, ao ser cedido pela Toro Rosso (antigo nome da Alpha Tauri) para a extinta Hispania, onde pegou quilometragem até voltar ao carro onde era reserva, no ano seguinte.
Em 2012, conseguiu pontuar na estreia, em casa, no Albert Park, em Melbourne. Conseguiria estar no top 10 em mais 12 oportunidades em duas temporadas, antes de subir para a Red Bull, no ano da mudança dos motores V8 para os V6, em 2014. Foi um dos motivos da saída do tetracampeão Sebastian Vettel para a Ferrari, com uma grande e inesperada dominância em 2014, com três vitórias e oito pódios, abrindo um precedente de preferência da formação taurina por jovens pilotos.
A partir de 2016, começou a ter um dilema na própria carreira. Além do domínio imparável da Mercedes, teve de compartilhar boxes com um crescente Max Verstappen, que mostrou credenciais com vitória na estreia, em Barcelona. Os nervos e a ansiedade pelo brilho foram aumentando na medida em que os resultados se complicavam para aparecer e o holandês seguia a crescer, incluindo um episódio marcante de uma batida entre ambos no GP do Azerbaijão de 2018.
No mesmo ano, a equipe taurina decide trocar os motores Renault pelos Honda, na tentativa de obter melhor performance e durabilidade. Em meio a uma guerra diplomática nos bastidores, Ricciardo decide por ir à equipe francesa a partir de 2019, ficando por dois anos e sofrendo com a capacidade deste carro, logrando apenas dois pódios.
Em seguida, partiu para a McLaren, no ciclo mais baixo da carreira. Subordinado a um encaixado Lando Norris, Daniel teve como único ponto positivo a vitória no GP da Itália de 2021, o primeiro triunfo em mais de três anos, desde a marcante corrida em Mônaco, onde teve problemas nas etapas dos anos anteriores até conseguir o único triunfo no principado. A saída foi aceitar um posto de reserva na Red Bull para 2023, com uma ponta de esperança para ser titular, de novo.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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