Wimbledon

Campeão em Wimbledon, Alcaraz repete passos de gigantes no tênis

Em jogo intenso, espanhol superou Novak Djokovic e faturou a primeira taça na grama sagrada de Londres. Segundo Grand Slam da carreira foi conquistado em idade semelhante dos maiores vencedores

Danilo Queiroz
postado em 17/07/2023 03:54
Alcaraz superou um jogo de 4h42min para vencer pela primeira vez em Wimbledon -  (crédito:  AFP)
Alcaraz superou um jogo de 4h42min para vencer pela primeira vez em Wimbledon - (crédito: AFP)

Uma batalha de cinco sets em intensas 4h42min de jogo colocou o tenista espanhol Carlos Alcaraz no panteão dos campeões do prestigiado Torneio de Wimbledon. Em um enfrentamento espetacular entre duas gerações do tênis, o espanhol superou um início ruim e se impôs diante de Novak Djokovic para concretizar uma virada espetacular de 3 sets a 2, com parciais 1/6, 7/6 (6), 6/1, 3/6 e 6/4. Muito além da vitória, o título na grama sagrada de Londres o mantém firme no caminho para repetir os feitos de grandes lendas do tênis mundial.

Alcaraz faturou a segunda taça de Grand Slam na curta, mas meteórica carreira nas quadras. Em 2022, o espanhol havia colocado no currículo o título do US Open. Neste ano, abriu mão de jogar o Australian Open por uma lesão na perna direita e parou nas semifinais de Roland Garros contra o mesmo Djokovic antes de chegar ao ápice do desempenho em Wimbledon. O precoce bicampeonato entre os torneios considerados mais importantes do calendário do tênis, conquistado aos 20 anos, fez o espanhol manter a média de desempenho dos maiores campeões da história da modalidade.

No topo da lista com 23 Slams, o sérvio Novak Djokovic ganhou o segundo "apenas" com 23 anos, quando faturou o bicampeonato do Australia Open, em 2011. Segundo no ranking, com 22 títulos, o espanhol Rafael Nadal é o mais precoce do top-5: concretizou o mesmo feito no torneio de Roland Garros de 2007, também aos 20, mas alguns dias a menos em relação ao compatriota Alcaraz. Fechando o pódio histórico com 20 conquistas, Roger Federer tinha 22 quando venceu o Australia Open de 2004. Com 14 taças no currículo, o americano Pete Sampras faturou o segundo com a mesma idade, na decisão de Wimbledon de 1993.

Número 1 isolado do ranking da Associação de Profissionais de Tênis (ATP, na sigla em inglês) e jogador mais jovem da história a alcançar tal posto na carreira — 19 anos, após vencer o US Open no ano passado —, Carlos Alcaraz reforça a expectativa de se posicionar entre os maiores vencedores de Grand Slams na carreira. Entre 28 de agosto e 10 de setembro, terá a oportunidade de dar mais um passo nesta direção ao defender a taça do Torneio dos Estados Unidos.

O triunfo de domingo (16/7) em Wimbledon foi outra grande prova de força do cometa em ascensão. Favorito pela possibilidade de conquistar o oitavo título na grama londrina, tipo de piso com o qual tem bastante afinidade, Novak Djokovic não perdia uma partida na Quadra Central do torneio de Londres desde o longínquo 2013. No início do jogo, o sérvio fez valer o retrospecto e deixou Alcaraz acuado com um ritmo frenético. Assim, levou o primeiro set por 6/1 com uma tranquilidade inesperada para um confronto entre os dois melhores tenistas da atualidade no ranking da ATP.

Com certa serenidade, Alcaraz encontrou forças para reagir em um set de extremo equilíbrio. O 7/6 (6) condizia de forma mais fiel à expectativa de final de Wimbledon. O espanhol virou o jogo ao devolver o 6/1, mas com direito a um longo game de 26 minutos. Com uma atuação irretocável, Djokovic voltou ao jogo ao vencer por 6/3. Daí em diante, a juventude levou a melhor. Com fôlego extra, o mais novo campeão de Wimbledon desestabilizou o heptacampeão da grama londrina — que chegou a quebrar uma raquete no suporte da rede em frente ao árbitro — e manteve o ímpeto para fechar o jogo com um 6/4.

A vitória do espanhol no duelo entre duas gerações impediu Djokovic, de 37 anos, ao menos provisoriamente, de conquistar o 24º Grand Slam da carreira e igualar a marca da australiana Margaret Court. O sérvio também não alcançou o octa de Roger Federal em Wimbledon, mas deixou a Quadra Central satisfeito. "Grato por ter vencido tantos jogos apertados este ano e de ter sido abençoado com tantos jogos incríveis na carreira. Esse é mais um nos livros de história para mim", disse. Em alta, Alcaraz curte o momento, mas pronto para mais. "É um sonho que se tornou realidade. Estou grato por fazer história neste belo torneio e por jogar com uma lenda." 

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