Quem disse que toda despedida precisa ser dolorosa? A Seleção Brasileira venceu o Chile neste domingo (2/7) por 4 x 0 no Mané Garrincha e renovou o otimismo do capital federal e do país com a exibição de gala no último compromisso antes do embarque para a Copa do Mundo na Austrália e na Nova Zelândia. De quebra, houve atualização no recorde de público.
Se a Seleção Brasileira correspondeu em campo às expectativas, nas arquibancadas, a torcida deu um show de comportamento dos brasilienses. Ao contrário do que acontece na maioria dos estádios do país, não houve gritos homofóbicos e sequer perseguição com xingamentos à árbitra uruguaia Anahi Fernández. Barulho mesmo foi por volta dos 20 minutos, quando a torcida pediu a entrada de Marta, a recordista de prêmios de melhor do mundo da Fifa (6).
A Rainha do futebol entrou no lugar do Rafaelle e abrilhantou o espetáculo. A possível despedida da maior artilheira do reformado Mané Garrincha, com seis gols, contribuiu diretamente para a atualização do maior público do futebol feminino no principal palco esportivo da cidade. Esqueça os 15.262 presentes da goleada por 5 x 0 sobre o mesmo Chile, em 22 de dezembro. Agora, o recorde a ser batido é de 15.892 na arena.
A jornada na Oceania começará na madrugada desta segunda-feira (3/7), às 5h, quando a delegação embarca do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek para Gold Coast, no litoral australiano. Antes, haverá uma escala na Poliniséia Francesa. Será uma viagem de 24h. O Brasil estreia na Copa do Mundo em 24 de julho, contra o Panamá. Depois, encara a França no dia 29 e fecha a fase de grupos contra a Jamaica, em 2 de agosto.
O jogo
Quando Anahi Fernández apitou o início da partida as brasileiras mostraram que não gostariam de uma visita indesejada no último contato antes caça ao inédito título mundial. Nos primeiros instantes de jogo, abusou do setor direito com Geyse e a brasiliense Nycole. Foi dos pés da cria do quadradinho que saiu o cruzamento para a cabeçada de Gabi Nunes para fundo das redes, aos quatro minutos.
A ousadia e alegria da brasiliense contagiou o elenco. Aos 28’, o Brasil aproveitou o retorno da pausa para hidratação e ensaiou jogada para Duda Sampaio ampliar. E não demorou para o terceiro gol aumentar a festa no Mané. Luana dominou na meia-lua e marcou com maestria em chute colocado no ângulo esquerdo de Antonia Canales. Ausente no primeiro tempo, Marta foi ovacionada à beira do gramado e representada em bandeiras nas arquibancadas.
Nem mesmo o intervalo freou o ritmo verde-amarelo. Assim como no primeiro tempo, a equipe comandada por Pia Sundhage precisou de quatro minutos para fazer novamente a alegria do povo. Tamires cruzou milimetricamente para Geyse desviar e marcar o quarto. Com a vitória assegurada, a treinadora do Brasil promoveu mudanças para não dar sorte ao azar com lesões. Geyse, Ana Vitória e Kathellen deram lugares a Andressa Alves, Mônica e Lauren.
Embora o placar já estivesse elástico, a Seleção tinha fome de gols. Com a entrada de Marta aos 28 minutos, a equipe ganhou em criatividade. As chilenas ficaram ainda mais acuadas. Na reta final da partida, as brasileiras tentaram furar o bloqueio, mas não foram bem sucedidas e brindaram Brasília e o país com o 4 x 0 antes do embarque para o Mundial.
Ficha técnica
Brasil 4 x 0 Chile
BRASIL
Lelê; Antônia, Kathellen (Lauren), Rafaelle (Marta) e Tamires; Luana, Duda Sampaio, Geyse (Andressa Alves) e Ana Vitória (Mônica); Nycole (Kerolin) e Gabi Nunes. Técnica: Pia Sundhage
Gols: Gabi Nunes, Duda Sampaio, Luana e Geyse
CHILE
Antonia Canales; Ámbar Soruco (Olivares), Catalina Figueroa (Monserrat Hernández), Camila Sáez e Pinilla; Yastin Jiménez, Karen Araya (Acuña) e Yessenia López (Yanara Aedo); Daniela Zamora e Isidora Olave (Karen Fuentes). Técnico: Luís Mena
Cartão amarelo: Figueroa
Árbitra: Anahi Fernández (URU)
Local: Estádio Mané Garrincha, em Brasília
Público e renda: 15.892 e R$ 1.208.725,81
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